Ele está de volta, no melhor governo da vida dela

Quem não lembra da febre de compra de radinhos de pilha para acompanhar os depoimentos da I do Crime Organizado, em andamento na Assembleia Legislativa, nos fins da década de 1990?

Pois foi tão somente por conta dessas inesperada repercussão na opinião pública local e nacional, a partir da ação da I do Narcotráfico instalada no Congresso Nacional, que a pistolagem no Maranhão ganhou as telas das emissoras de TV, páginas dos principais jornais e cobertura ao vivo das rádios.

O assassinato do delegado Stênio Mendonça, do bando Bel, a figura do Luis Meres, a dramática busca de justiça de Marília Mendonça, as ligações entre Joaquim Lauristo, os deputados José Gerardo e Francisco Caíca e o crime organizado entranhado nos poderes maranhense se cristalizaram no casal Luis Moura e Ilce Gabina.

Obestinada em viabilizar sua candidatura presidencial para as eleições de 2002, Roseana Sarney decidiu cortar na própria carne da oligarquia: entregou as cabeças da facção oligárquica que fazia o serviço sujo da operação Tigre, mexia com narcotráfico e pistolagem a céu aberto, pois sabia que tinha a proteção dos de cima.

Pois bem, como está centrada em fazer o “melhor governo de sua vida”, Roseana Sarney não poderia fazê-lo sem devolver Luis Moura à (in)segurança pública do Estado. A sua reincorporação ao trabalho (ele não cumpriu em Pedrinhas os 19 anos de prisão a que foi condenado por alegar reconhecida debilidade de saúde…) coroa a impunidade como regra nas terras maranhenses. Estamos de volta aos tempos da pistolagem dos anos 1950 de Vitorino Freire, onde a justiça se fazia a partir da pistola pendurada no cinto da calça.

Por que a Procuradoria Geral do Estado, do “destemido” e atuante Marcos Lobo no processo de cassação de Jackson Lago, silenciou ante esse escândalo da (in)justiça no Maranhão?

À Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, ao Conselho Estadual de Direitos Humanos, à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, ainda cabe levar essa questão a debate nas instâncias do Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho Nacional de Justiça.

É pelo que clama a cidadania maranhense.

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