Colunista do Estadão diz que Sarney tem folha corrida

Da coluna Dora Kramer / O Estado de S. Paulo

Gente diferente. O ex-presidente Lula tinha toda razão. O presidente do Senado, José Sarney, realmente não é uma pessoa como as outras.

Não tem percepção do mundo em volta, não tem noção de limite, não tem amor próprio em grau suficiente para se preservar de certos vexames e não tem freio na expressão do cinismo.

Usa um helicóptero da Polícia Militar do Maranhão em translado de lazer à ilha de Curupu, leva junto um empresário amigo com interesses comerciais no Estado, atrasa com isso o atendimento a um homem com traumatismo craniano e alega que tem “todo o direito” ao transporte porque viajava a convite da governadora Roseana Sarney.

Sua filha que o convidou para ir à própria casa de veraneio para ar fins de semana.

Sarney faz questão da liturgia, é exigente quanto a formalidades, mas é absolutamente descontraído quando se trata do uso e abuso da coisa pública.

Por essas e muitas outras não pôde, ao completar 80 anos no ano ado, contar com as homenagens que recebeu este ano o também ex-presidente Fernando Henrique.

Enquanto um é celebrado pela biografia o outro se vê enredado numa folha corrida.

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