O Maranhão lê contristado, desalentado, duas notícias que fixam a dimensão exata do tratamento dado pelo governo Roseana Sarney à educação; a mesma educação considerada mundo afora pilar do desenvolvimento de qualquer Estado e de qualquer país.
A primeira revela um grau de incompetência e perversidade gerencial sem paralelo em outros cantos do país: o governo está desativando escolas do ensino médio, o que já aconteceu em Codó, São Luís e Caxias. A segunda é um marco intransponível da inconsciência istrativa e também sem paralelo no Brasil: a Seduc perdeu o prazo de cadastramento no Programa Pró-Jovem Urbano, do Governo Federal, deixando milhares de estudantes maranhenses sem os recursos do Programa que, além de uma Bolsa de R$ 100 garante matrícula para conclusão do ensino médio ou curso profissionalizante, creche e alimentação para as crianças, no caso dos beneficiários serem pais.
É de doer. Os protestos de mais de 400 alunos do município de Codó chamaram a atenção para esse delírio de considerar ‘espaços ociosos’ escolas de ensino médio. Nem precisamos dizer que sem conhecimento não há possibilidade de crescimento profissional. Só temos a lamentar que, nessa era de grandes transformações tecnológicas, o próprio governo, através de seja lá quem for o beócio que gerencie a Secretaria de Educação, esteja disposto a transformar o Maranhão numa cloaca de analfabetos funcionais.
Nos dias de hoje, sem conhecimento sistematizado não existe impulsão possível para qualquer que seja a sociedade, não há porque se falar em ascensão social e igualdade de oportunidades. A ideia que predomina é aliar a educação à política, economia, justiça e saúde para, assim, alcançar o desenvolvimento e o progresso. Mas a resposta do governo do Estado é fechar escolas, é perder, por ociosidade e burrice profilática, recursos federais que muito contribuiriam para o soerguimento da educação no estado.
Enquanto em outros estados e países estudos avançados incluem a informática, a robótica, a microeletrônica, a biotecnologia, dentre outra ciências exigidas pelo mercado de trabalho, no Maranhão, se duvidar, em breve nem ensino médio teremos mais. Com o fim do Pró-Jovem nem a escassa oportunidade de um curso profissionalizante, de vital importância para a renda familiar, será dada à juventude maranhense.
A mente ‘brilhante’ que arquitetou essa ideia só pode ser de algum adepto do fim da História. O fim da história do Maranhão. Era o que faltava para a conquista do título definitivo, para todo o sempre, de pior governo da história do Brasil. Acabar com o ensino médio, considerar escolas de ensino médio espaços ociosos, não é apenas um atestado de loucura. É o pum da educação.