OBRAS ABANDONADAS SÃO ATRAÇÕES EM BEQUIMÃO

Do Blog do Aldir Dantas

O pobre município de Bequimão, infelizmente está jogado à própria sorte, principalmente no que se refere a problemática da segurança. O secretário de segurança Aluisio Mendes, através de sofismas e engodos tenta maquiar a realidade do falido Sistema de Segurança Pública. Se realmente os aproximadamente 400 policiais com mais de 30 anos de serviços decidirem se aposentar integralmente, de acordo com uma lei sancionada pelo então presidente José Sarney e nunca revogada, o problema tende a piorar. Apesar do prefeito Antonio Diniz, ser delegado de carreira, nunca se interessou pela conclusão do prédio onde irá funcionar a delegacia de policia de Bequimão, chegando a declarar que a obra é do governo estadual e como este tem se mostrado desinteressado, não era ele que deveria fazer cobrança ao secretário Aluisio Mendes.

O prédio abandonado já tomado pelo mato, atualmente serve como refúgio para bandidos e consumidores de drogas. O pequeno município está entregue ao descaso e tem crescido a violência, principalmente por falta de políticas públicas de geração de emprego e renda, educação precária e a saúde está bastante debilitada e internada na UTI. Para que se tenha uma mostra da inoperância do executivo municipal, o mercado público funciona em plena via pública com ameaças graves a saúde da população, e já deveria ter sido interditada se realmente tivéssemos uma vigilância sanitária menos omissa. A construção de um mercado em local digno chegou a ser iniciada, mas logo abandonada pelo dirigente municipal. As desigualdades sociais em Bequimão não são mais acentuadas devido a existência do programa bolsa família.

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Bolsa Família: Prazo para atualizar dados cadastrais termina dia 29

Do Jornal O Imparcial

MDS alerta beneficiários do programa de transferência de renda sobre a necessidade de alterar informações que constam do Cadastro Único. Medida é requisito para impedir o cancelamento do pagamento no mês que vem

Termina no próximo dia 29 o prazo para atualização de dados cadastrais dos beneficiários do Bolsa Família que não receberam o benefício em janeiro e este mês. Os responsáveis pelas famílias devem procurar a prefeitura de sua cidade a fim de confirmar ou alterar as informações que constam do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. Com isso, não terão o pagamento cancelado em março.

Em todo o país, 729 mil famílias tiveram os benefícios bloqueados por não atualizar as informações no Cadastro Único. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), as famílias que atualizarem as informações até o próximo 29 terão os recursos desbloqueados e poderão sacá-los no mês seguinte.

A atualização cadastral periódica é um dos mecanismos de controle do programa de transferência de renda, que atende 13,3 milhões de famílias. Mudança de endereço ou de renda, localização da escola dos filhos para acompanhamento da frequência escolar e composição familiar são informações fundamentais para a boa gestão do programa.

Beneficiários dos municípios afetados pelas enchentes em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e Espírito Santo, cujas prefeituras decretaram estado de emergência ou de calamidade pública, não tiveram o recurso bloqueado. Ainda assim, essas famílias precisam procurar o gestor municipal o mais rápido possível para fazer a atualização cadastral.

I SALÃO DOS TERRITORIOS RURAIS DO MARANHÃO

Do Vias de Fato

O I Salão Estadual dos Territórios Rurais do Maranhão é um espaço aberto de expressão dos territórios rurais estaduais, fazendo parte de uma estratégia nacional para reafirmar a política de desenvolvimento sustentável com abordagem territorial, promover/visibilizar e valorizar a produção da agricultura familiar, a cultura, as pessoas, as boas práticas, reafirmar o protagonismo dos territórios rurais.

No Maranhão, os Colegiados Territoriais, a Rede de Colegiados, Delegacia Federal de Desenvolvimento Agrário, a Secretaria de Desenvolvimento Territorial do Ministério de Desenvolvimento Agrário, órgãos do Estado e organizações da sociedade civil decidiram realizar o I Salão Estadual dos Territórios em São Luís, nos dias 30 e 31 de março.

O evento será realizado na Praça Maria Aragão com a participação de 14 Territórios Rurais e da Cidadania do Maranhão:Alto Turi e Gurupi, Campos e Lagos, Médio Mearim, Baixada Ocidental, Vale do Itapecuru, Cocais, Lençóis/Munim,Baixo Parnaíba, Cerrado Amazônico, Cerrado Sul, Vale do Mearim, Sertão do Maranhão…

Combate da Pobreza Extrema no Maranhão*.

José Lemos

Li nos jornais maranhenses que a Governadora finalmente itiu que existem pobres no Maranhão. Mais ainda, ite que existe um contingente de famílias vivendo na condição que o Governo Federal atual chama de “Pobreza Extrema”. Seriam pessoas que sobrevivem com renda média igual ou inferior a setenta reais por mês. No entanto o diagnóstico, tanto do Governo Federal como do Estado, continua equivocado, ao tratar a pobreza apenas como deficiência de renda monetária. Este é um indicador relevante, mas não é o único.

A discussão sobre as causas da pobreza é ampla, e envolve, inclusive, fundamentos ideológicos. Numa perspectiva extremamente simplista, que é a adotada pelos governos federal e estadual, a pobreza é apenas a deficiência de renda monetária. O rigor da apuração e da aferição da quantidade de pobres envolve outros indicadores. Numa perspectiva mais ampla, ser pobre significa ser carente de renda monetária, e de o aos serviços essenciais providos pelo estado. Serviços que pagamos muito caro no Brasil e temos o pior retorno entre Países recentemente pesquisados.

A educação é o mais relevante de todos eles. Pobreza, analfabetismo e baixa escolaridade, caminham em sinergia siamesa. Mas o não o aos serviços de saúde preventiva, como água de qualidade e saneamento, são igualmente importantes na caracterização da pobreza. Ele definirá, no presente, a necessidade futura de acionar os mecanismos curativos de saúde, terrivelmente deficientes neste País varonil.

Assim, ações de combate à pobreza, que privilegiem apenas o o à renda, que ainda por cima, provem do não trabalho, mas de transferências, não resolverão o problema. Entende-se que nos casos extremos, essas ações podem ser acionadas, apenas em caráter emergencial, jamais definitivo.

A carência de renda monetária, como todas as carências, tende a ser mais grave nas áreas rurais. O Maranhão é o estado brasileiro a deter o maior percentual de população rural do Brasil. Os agricultores familiares maranhenses, e brasileiros, geram uma renda que não entra, mas também não sai. É a “renda não monetária” que se afere a partir da produção agrícola que é destinada ao consumo da família. O cômputo dessa renda se faz remunerando-se a quantidade destinada ao auto-consumo familiar pelo preço de mercado.

Assim, em vez de transferir renda simplesmente, programas de estimulo à produção agrícola familiar, já resolveriam grande parte do problema da pobreza extrema. E que programas seriam estes? Começariam com a assistência técnica gratuita provida pelo Estado, mediante a contratação, por concurso público, de Engenheiros Agrônomos e Técnicos Agrícolas, principalmente, remunerando-os dignamente. Parte desses técnicos seria treinada para trabalhar na geração e na adaptação de tecnologias eficientes para os agricultores familiares. Os agricultores seriam treinados para produzirem a segurança alimentar (renda não monetária) de forma mais eficiente, mas também para produzirem bens transacionáveis. Parte da produção desses bens seria negociada com os programas de aquisição de alimentos por parte dos Governos Federal, Estadual e dos Municípios. Seria criado um Departamento de Economia Agrícola atrelado à Secretaria de Agricultura para prover informações atualizadas e fazer projeções dos mercados de commodities e de outros produtos, para que os agricultores familiares fossem inseridos nesses mercados.

Isto seguraria o êxodo rural, reduzindo a urbanização desenfreada das cidades de todos os portes. Assim, haveria menos pressão nesses centros no que diz respeito à infraestrutura urbana como moradias, transportes, dentre outras necessidades.

Paralelamente o Governo Maranhense precisa esforçar-se para reduzir drasticamente a atual taxa de analfabetismo, haja vista que em 180, dos 217 municípios maranhenses, supera 20%. No Maranhão, 71 municípios tem mais de 50% dos domicílios privados ao o à água encanada. Em apenas dezoito (18) municípios, menos de 50% dos domicílios tem o ao destino adequado de dejetos humanos. Este quadro precisa e pode mudar. No ado recente, de 2002 a 2006, foram feitas tentativas bem sucedidas que deram bons resultados. Basta haver um pouco de humildade para aprender com os bons exemplos deixados, mesmo que por adversários políticos. O bem estar coletivo deve ser o fundamento norteador de qualquer governo.

Combater pobreza extrema, apenas transferindo renda, não resolve o problema. Ao contrario, pode até mesmo agravá-lo, porque pode estimular as pessoas, sobretudo os jovens, à indolência. O que reduz a pobreza é a educação, o trabalho bem remunerado, e o o aos serviços sociais essenciais de saneamento, água encanada e coleta de lixo.

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*Artigo publicado no Jornal O Imparcial em 11/02/2012.

OUVINDO TESTEMUNHAS

Do Blog do Gojoba

No próximo dia 5 de março as testemunhas de defesa da governadora Roseana Sarney, no processo de cassação de seu diploma movido pelo ex-governador José Reinaldo Tavares, serão ouvidas pelo juiz Sérgio Murilo de Paulo Barros Muniz, do Tribunal Regional do Maranhão. O ministro relator do processo, Arnaldo Versiani, quer todos os depoimentos em seu poder até o dia 10 de março, sem prorrogação. Se não houver nenhuma outra manobra procrastinadora o processo deverá ser julgado pelo plenário no mês de abril. Se forem levadas em considerações todas as provas de abuso de poder econômico e outros crimes eleitorais as cassações de Roseana Sarney e o vice Washington Luiz Oliveira serão favas contadas. Será que finalmente o povo maranhense terá uma alegria?

Prefeituras simulam gastos com combustíveis para desviar recursos públicos

Do Blog do Controle Social

Na esfera municipal a despesa pública mais fraudada é com a aquisição de combustíveis. O desvio de recursos começa com a falta de organização na distribuição do produto. 

Quase sempre não há controle algum do total de veículos que abastecem, das quilometragens percorridas e das pessoas que deveriam abastecer. Tudo, claro, com o propósito de desviar os recursos públicos.

É comum encontrarmos situações onde o posto em que são abastecidos os veículos utilizados pela prefeitura sirvam também a vereadores, policiais, médicos, dentre outros.

Uma outra forma de mascarar o consumo exagerado é manter nos pátios das prefeituras veículos sucateados que não se prestam mais ao uso; mas objetivam tão-somente a simular a sua utilização para justificar os altos níveis de consumo praticados.

Um outro fato mais grave são os “amiguinhos” dos filhos de prefeito, que em visita ao municípios abasteçam à vontade e, ainda, levam alguns galões para casa.

Desse modo, como a máquina istrativa precisa de combustível para se movimentar, surgem robustas notas de gasolina e diesel nas prestações de contas do Fundeb, PAB (saúde) e Assistência Social.

Certa vez, deparei-me com uma nota fiscal de 600 litros de óleo diesel que foram utilizados em um veículo uno mille. Um verdadeiro escárnio para com a população sofrida do município, e com nós mesmos que estávamos fiscalizando.

É por estas e outras que o Maranhão tem 9 entre os 10 municípios mais pobres do Brasil. E o dinheiro que deveria custear as políticas públicas municipais em prol do cidadão mais carente esvai-se pelo ralo (ou pela bomba) da corrupção.

Campanha em defesa da Educação será lançada em São Luís

Do Tribunal Popular do Judiciário

Lançamento acontecerá na capital maranhense em 16 de março e já tem presença garantida de representantes de 10 municípios

São Luís sediará no próximo dia 16 de março o lançamento da Campanha Estadual pelo Direito Humano à Educação Pública de Qualidade.

10 municípios já garantiram presença no ato e já criaram núcleos locais, com o objetivo de levantar dados, materiais, fotografar e/ou filmar a situação precária de escolas e colher depoimentos sobre o sistema público (municipal e estadual) de educação.

Serão observados aspectos como a infraestrutura, condições do transporte e alimentação escolar, pagamento dos profissionais que atuam na área e o modo como eles ingressam no sistema, entre outros.

A iniciativa é dos Fóruns e Redes de Cidadania do Estado do Maranhão e tem apoio da Cáritas Brasileira Regional Maranhão. “2012 é o ano de mostrarmos por que a educação pública não funciona corretamente, com a garantia da efetivação dos direitos humanos, e quem são os culpados por essa tragédia que está aos olhos de todas as autoridades públicas. Somente com o povo nas ruas, outra história é possível!”, declarou, em seu perfil no Facebook, o juiz Jorge Moreno, uma das lideranças do movimento.

Vítima do Poder Judiciário maranhense é tratada como criminosa pelo mesmo

Do Tribunal Popular do Judiciário

Maria Divina da Silva Araújo, a vítima, é professora, militante social e vive em Maracaçumé/MA

Divina (no canto inferior direito, ao microfone) já ilustrou até matéria de CartaCapital (nº. 603) sobre os desmandos do judiciário maranhense

A professora Maria Divina da Silva Araújo, militante social, mãe de cinco filhos, separada, moradora do município de Maracaçumé/MA, foi presa, algemada com as mãos para trás e levada pelas ruas da cidade até a delegacia local. A condução foi feita por um agente da guarda municipal, a mando de Débora Jansen Castro, hoje juíza de Urbano Santos/MA.

Era 8 de julho de 2008. A atitude brutal e covarde, flagrante abuso de poder, aconteceu às 15h, quando Divina dirigiu-se à casa de justiça local para pedir explicações e ajuda sobre um processo de pensão alimentícia, atrasado em oito meses, do qual é requerente.

Vivendo “em situação de miséria” – palavras dela – ela e sua família precisavam muito da regularização do pagamento da pensão alimentícia. Ela relatou que “a meritíssima disse que não poderia fazer nada para resolver o meu problema e numa atitude de arrogância, ordenou que eu me retirasse de sua presença se não ela iria mandar me prender”.

Tomada por dor e desespero, Divina continuou com seu intento: obter ajuda e esclarecimentos por parte da autoridade. Esta, em tom de histeria, gritou a ordem para um guarda municipal que estava na porta do Fórum: que ele prendesse Divina, que lhe algemasse, com as mãos para trás. A professora, qual uma criminosa, foi conduzida até a delegacia da cidade, onde, ainda de acordo com seu relato, foi bastante humilhada pelo delegado Ricardo Pinto Aragão.

“Fui Processada e perseguida pelo poder Judiciário. Até hoje o Judiciário me persegue”, continua. “Registrei um boletim de ocorrência contra a magistrada na delegacia local, denunciei-a na Corregedoria por sua atitude violenta, de puro abuso de poder! Porém o Juiz Corregedor Geral da Justiça, o desembargador Jamil de Miranda Gedeon Neto, Corregedor não levou em conta a minha dor o sofrimento que eu e minha família amos, a terrível humilhação”, emociona-se.

O processo movido por Divina contra a juíza Débora Jansen foi arquivado. “As barbaridades que ela me fez são refresco nos olhos do Judiciário e pimenta que arde nos meus olhos a cada instante que lembro tudo o que sofri e sofro até hoje”, metaforiza a primeira.

Divina relatou ao Tribunal Popular do Judiciário que todas as audiências marcadas, com o conhecimento de Nonnato Masson, seu advogado, foram remarcadas. “Ele [Masson] sempre dava viagem perdida, já que o juiz Luis Carlos Licá Pereira [que substituiu Débora Jansen em Maracaçumé] sempre tratava de desmarcar”, conta Divina. Ao leitor mais atento, a questão pode soar estranha: ao longo do texto não se diz que o processo foi arquivado? Sim. Este é outro: Divina agora é ré, tendo a juíza como autora.

Às 15h de ontem (13), Divina foi intimada: deve comparecer a uma audiência amanhã (15). Ela se demonstra surpresa com a audiência surpresa, redundância intencional: “Uma observação a ser feita: a parte acusadora, Débora Jansen Castro, nunca comparece nos locais de audiências. Curioso, não?”, questiona, finalizando.

Supremo decide que é constitucional Lei da Ficha Limpa

Sete ministros votaram pela aplicação da lei; quatro foram contrários.
Com a decisão, legislação valerá para a eleição municipal deste ano.

Débora Santos
Do G1, em Brasília

Quase dois anos depois de entrar em vigor, a Lei da Ficha Limpa foi declarada constitucional nesta quinta-feira (16) pela maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Por sete votos a quatro, o plenário determinou que o texto integral da norma deve valer a partir das eleições de outubro.

Com a decisão do STF, ficam proibidos de se eleger por oito anos os políticos condenados pela Justiça em decisões colegiadas, cassados pela Justiça Eleitoral ou que renunciaram a cargo eletivo para evitar processo de cassação.
O Supremo definiu ainda que a ficha limpa se aplica a fatos que ocorreram antes de a lei entrar em vigor e não viola princípios da Constituição, como o que considera qualquer pessoa inocente até que seja condenada de forma definitiva.

A decisão foi tomada com base no artigo da Constituição que autoriza a criação de regras, considerando o ado dos políticos, para proteger a “probidade istrativa” e a “moralidade para exercício de mandato”.

Proposta por iniciativa popular e aprovada por unanimidade no Congresso, a ficha limpa gerou incertezas sobre o resultado das eleições de 2010 e foi contestada com dezenas de ações na Justiça. Depois de um ano da disputa eleitoral, a incerteza provocada pela lei ainda gerava mudanças nos cargos. Em março de 2010, o próprio Supremo chegou derrubar a validade da norma para as eleições daquele ano.

O julgamento começou em novembro de 2011 e foi interrompido por três vezes. Nesta quinta (16), a sessão durou mais de cinco horas para a conclusão da análise de três ações apresentadas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pelo PPS e pela Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL).

As entidades buscavam esclarecer a constitucionalidade das regras contidas na lei e a análise foi marcada, voto a voto, por intervenções dos ministros que atacavam e defendiam questões controversas.

OS PRINCIPAIS PONTOS DO JULGAMENTO DA FICHA LIMPA

Presunção de inocência
O principal questionamento sobre a ficha limpa era de que a lei seria inconstitucional ao tornar inelegíveis políticos que ainda poderiam recorrer da decisão. O STF decidiu que a lei não viola o princípio que considera qualquer pessoa inocente até que ela seja condenada de forma definitiva. Essa decisão permite a aplicação da lei a pessoas condenadas por órgão colegiado (tribunais com mais de um juiz), mas que ainda podem recorrer da condenação.

Fatos ados
A Lei da Ficha Limpa foi contestada por alcançar fatos que ocorreram antes da sua vigência, inclusive ao determinar o aumento de três para oito anos o prazo que o político condenado ficará inelegível. A maioria do STF decidiu que a lei se aplica a renúncias, condenações e outros fatos que tenham acontecido antes de a ficha limpa entrar em vigor, em junho de 2010.

Renúncia
A proibição da candidatura nos casos de renúncia a cargo eletivo para escapar da cassação foi mantida pelos ministros do STF. A maioria do tribunal defendeu que a renúncia é um ato para “fugir” do julgamento e que deve ser punida com a perda do direito de se eleger.

Prazo de inelegibilidade
A Lei da Ficha Limpa determina que os políticos condenados por órgão colegiado fiquem inelegíveis por oito anos. Este período é contado após o cumprimento da pena imposta pela Justiça. Por exemplo, se um político é condenado a dez anos de prisão, ficará inelegível por oito anos, a contar da saída da prisão. Na prática, ele não poderá se candidatar por oito anos.

Rejeição de contas
A lei torna inelegíveis políticos que tiveram contas relativas a cargos públicos rejeitadas, como, por exemplo, um prefeito que tenha tido as contas do mandato reprovadas por um tribunal de contas.

Órgãos profissionais
O Supremo manteve o dispositivo da Lei da Ficha Limpa que torna inelegíveis pessoas condenadas por órgãos profissionais devido a infrações éticas, como nos casos de médicos e advogados que eventualmente tenham sido proibidos de exercer a profissão pelos conselhos de classe.

Fonte: STF

Maranhão é campeão em desvio de dinheiro público

Do Jornal O Imparcial

Novo Procurador-Chefe da União no Maranhão, Ivo Lopes Miranda, assume cargo com a missão de aumentar a aplicação das penalidades resultantes de processos movidos pelo órgão

Agenor Barbosa

Aproximadamente R$ 70 milhões, desviados ou mal utilizados no Maranhão, deixaram de ser ressarcidos aos cofres da União no ano ado. O estado é o recordista em desvio e, consequentemente, execuções de acórdão junto ao Tribunal de Contas da União para recuperação de verbas. Somente em 2011 foram lavradas 170 execuções dessa natureza.

Os números foram citados pelo novo procurador-chefe da União no Maranhão, Ivo Lopes Miranda, empossado ontem no cargo, que frisou que menos que 90% desse valor foram recuperados. Segundo o chefe da Procuradoria Geral da União, o prejuízo para a sociedade é grande com a falta de execução de políticas públicas essenciais em áreas como educação, saúde, moradia e urbanização.

Miranda destacou os desafios que enfrentará no cargo para combater os desvios de recursos federais no estado. Ele destacou a necessidade de aprimorar os serviços prestados para fortalecimento da imagem institucional da Procuradoria. Para Miranda, entre as principais metas a serem desenvolvidas nos próximos anos estão está a melhoria da gestão de informação na Procuradoria.

“Tentaremos uniformizar procedimentos e rotinas para identificar potenciais irregularidades, tanto para reduzir litígios quanto para aperfeiçoar a defesa da União nos casos relevantes”, afirmou o procurador.

Para combater o desvio de recursos federais, Ivo Miranda pretende aproximar os órgãos investigadores e fiscalizadores, como o Tribunal de Contas da União (TCU). “Assim poderemos no mais breve tempo possível buscar decisões que bloqueiem os bens daquelas pessoas que cometeram desvios das verbas públicas”, apontou.

Ele lembrou que uma das maiores dificuldades para fiscalização no estado é a capilaridade do território maranhense, dividido em 217 municípios. Miranda explicou que a maioria dos desvios de recursos federais ocorre na realização de convênios e que não existe uma região que concentre as irregularidades. “Ocorre nos mais variados municípios e decorre de um modelo de conduta dos gestores públicos que não tem um compromisso com a gestão pública, principalmente, com as verbas federais”, criticou.

Quem comete desvio de recursos federais está sujeito ao ressarcimento do valor aos cofres da União e às penalidades por crime de improbidade istrativa. O gestor fica impossibilitado de celebrar contratos com o poder público, pode ter os direitos políticos suspensos e ainda ser multado. Contudo, Ivo Lopes Miranda reconhece que as irregularidades são detectadas muito tempo após a celebração dos convênios e que na maioria das vezes os acusados protelam as decisões na Justiça e poucos são penalizados.

Solenidade prestigiada

A solenidade de posse de Ivo Lopes Miranda como Procurador-Chefe da União no Maranhão foi acompanhada pela Procuradora-Geral da União, Hélia Maria de Oliveira Bettero; pelo ex-Procurador-Chefe, Gustavo André dos Santos; pela Procuradora Regional da União, Ana Luísa Figueiredo de Carvalho; pelo Procurador-Chefe da Procuradoria Federal no Maranhão, Daniel Farah de Santana; pelo Procurador-Chefe Substituto da Fazenda Nacional no Maranhão, Antônio Leonardo Silva; pela presidente do Tribunal Regional do Trabalho, desembargadora Ilka Esdra Silva Araújo; entre outras autoridades.

Combate à corrupção é desafio nacional

O combate à corrupção também foi destacado pela Procuradora-Geral da União, Hélia Maria de Oliveira Bettero. Ela lembrou que a aproximação com órgãos como a Polícia Federal e o TCU deram mais agilidade para a recuperação dos créditos. Cerca de R$ 300 milhões foram recuperados durante o ano ado e outros R$ 300 milhões estão bloqueados. A Procuradora lembrou que no Maranhão que no Maranhão o órgão trata de processo de grande importância nas áreas de combate à corrupção e regularização fundiária.

A presidente do TRT do Maranhão, desembargadora Ilka Araújo, que também participou da solenidade destacou a importância da aproximação institucional. Ela citou como exemplo a relação entre o TRT e Advocacia Geral da União (AGU) para desenvolver estratégias de combate ao trabalho escravo e prevenção de acidentes no trabalho. O assunto chegou a ser discutido na última terça-feira na sede do TRT com a desembargadora, o Procurador-Chefe da União, a procuradora-chefe substituta da União no Maranhão, Renata Souza Magalhães, entre outros membros da AGU.