Na última semana do ano ado, a Superintendência Regional do INCRA assinou convênios com 12 prefeituras do Maranhão para a implantação de sistemas de abastecimento de água, recuperação e construção de 736 km de estradas vicinais, incluindo estruturas para bueiros e pontes, no valor aproximado de 23 milhões de reais. Todas as obras de acordo com os convênios, serão em áreas de assentamentos e os valores com certeza serão corrigidos de acordo com planilhas de custos e podem superar os 30 milhões de reais.
O INCRA do Maranhão está entre os inúmeros do país em que têm servidores envolvidos em corrupção e desvios de recursos, até mesmo de valores destinados para o custeio e mais precisamente para alimentação de famílias de áreas de assentamentos, muitos dos quais negociados por funcionários com comerciantes, os quais faziam fornecimentos aos assentados com ágios de até 100%. Sabemos perfeitamente que a Policia Federal, o Ministério Público Federal e a Justiça Federal continuam apurando inúmeros casos de corrupção na instituição e que necessário se torna uma fiscalização maior aos grandes investimentos feitos pelo governo federal e que acabam não chegando aos assentamentos. Com grandes valores a serem reados a prefeituras municipais em um ano eleitoral, é o que se chama no adágio popular, melzinho na chupeta , com os riscos ainda bem maiores para a malversação de verbas.
Muito oportuno é que a Controladoria Geral da União e o Ministério Público Federal fiscalizem constantemente as obras, os desembolsos e a aplicação dos recursos, principalmente levando-se em conta de que a recuperação e construção de estradas vicinais no inverno acabam se constituindo em instrumentos de justificativas para muitas obras não realizadas, e os recursos embolsados por desonestos e comparsas.
A sociedade civil organizada com as suas inúmeras entidades, também não devem se furtar à responsabilidade do exercício do controle social e denunciar quaisquer irregularidades , se por acaso vierem a ser praticadas. A preocupação torna-se bem alerta com as campanhas municipais e o considerável número de gestores públicos tentando renovar seus mandatos e que se aproveitam para o incremento de suas campanhas, sem falarmos nos espertos que tentam fazer suas bases agora.