O governo está na escuta

Do Blog do JM Cunha Santos

No escritório, no gabinete, na empresa, na residência, não fale ao telefone. Alguém está te ouvindo. Penetraram no teu circuito interno, invadiram teu aparelho. Segundo denúncia do deputado Raimundo Cutrim tem um tal de “Guardião” fuçando conversas dos poderes públicos e achamos que também os podres privados.

E falam que com a gravação no modo normal no mínimo você será expulso do Partido. No modo otimizado, dá cassação de mandato. Fique alerta. É tanta tecnologia que já existe um tipo de grampo ou escuta que só para de gravar quando você vai preso.

Tome muito cuidado com os grampos. Há alguns deles que só gravam conversas libidinosas, o que pode lhe proporcionar uma bela surra de cabo de vassoura, ou toalha molhada, como está na moda. A coisa é tão moderna que tem escuta que escuta você em qualquer lugar, até longe do aparelho. E têm outras que escutam até o que você disse no ado, antes mesmo de adquirir o telefone.

Portanto, por mais sigiloso que seja o seu sigilo, o risco é iminente. Pense que nesse momento você pode estar sendo escutado pela polícia, pela guarda municipal, pela Prefeitura, pelo Governo do Estado, pelo Ministério Público, pelos tribunais e até pelo vizinho.

Existe, hoje, uma grande diferença entre ser ouvido e ser escutado. João Figueiredo não foi ouvido, foi escutado e acabou-se a ditadura. Fernando Collor não foi ouvido, mas foi escutado e acabou cassado. Interceptaram até uma relação sexual do garanhão Itamar Franco, o que nos remete à teoria de que não existe grampo bem intencionado.

Se já estão escutando os deputados que falam publicamente; se não têm pejo de escutar o juiz que manda escutar, convenhamos que a escuta é uma arma política e tanto. Se a lei, como diz Raimundo Cutrim, garante a divulgação apenas dos atos apartados, ninguém tem o direito de divulgar os atos apertados de ninguém. Mas o governo está na escuta.

17 de abril: a primavera golpeada

Leo Costa*

Neste 17 de abril de 2012, relembra-se (ou denuncia-se) o Golpe de Abril de 2009, quando forças do poder federal conseguiram dobrar o judiciário e o próprio executivo nacional para entronizar a rebenta mimada do presidente do Senado e desalojar do Palácio dos Leões o governador Jackson Lago, legítima e democraticamente eleito pelo povo em 2006.

Roseana Sarney foi derrotada em 2006, com o povo nas ruas, praças e avenidas das cidades entoando o é 12, é 12, é 12, numa euforia e encantamento raramente assistidos neste pequeno reino esquecido do Brasil, o pobre e rico Maranhão.

Roseana perdeu as eleições, mas dois anos, três meses e 17 dias depois tomou posse do governo do Estado, interrompendo a Primavera Maranhense que se estruturava e consolidava, do interior para a capital, da periferia para o centro, do cidadão para o poder.

Iniciativas (luminosas para o povo e as regiões, mas tenebrosas e ameaçadoras para a velha oligarquia decadente) até então inéditas, produziam pânico, frenesi e histeria no arraial do poder oligárquico que, a bem da verdade, combateu ferozmente o novo governo desde o dia da Vitória da Frente que tinha tudo para ser o dia da Derrota Final dessa oligarquia.

Quem mais de perto conhecia Jackson Lago sabia de seu jeito e de seu modus operandi na condução do governo e no trato delicado de sua equipe de trabalho.

Jackson delegava poderes. Confiava nas pessoas nomeadas, dava-lhes oportunidade de ser, de agir e de criar. Aceitava sugestões, acreditava no enfrentamento dos desafios e confiava que sua vida pessoal comedida e quase ascética contaminasse sua equipe, inspirando-a até o ponto de injetar ânimo, confiança e autoestima na própria população como um todo.

Seus inimigos lhe arremessavam o mundo nas costas, mas lá estava ele nos Encontros Governo/Sociedade sentado no seu banquinho igualitário a ouvir pessoas, lideranças, municípios e regiões. Dois dias seguidos, reclamações, cobranças, críticas e sugestões. O caderninho estava na mão, anotando tudo, assimilando a alma do povo, apreendendo as prioridades locais e regionais. Não estava ali um vice-rei do governo central, um representante de castas, classes ou até mesmo de partidos. Ali estava um filho da terra, um cidadão identificado, um democrata exemplar exorcizando os demônios da velha cultura autoritária brasileira.

Jogaram-lhe contra o peito e o sentimento a Operação Navalha, para indispô-lo com o país, mais um capítulo na estratégia torpe de preparação do Golpe que aceleradamente se articulava.

Até mesmo o excelentíssimo senhor presidente da República, em visitas constantes a todos os rincões e estados do Brasil, não dava o ar de sua graça por nossas bandas, privando-se da nossa alegria, companheirismo e hospitalidade, quem sabe, para não correr o risco de contaminação da Primavera Libertária que se operava no Maranhão… E todos sabem porque.

Sob ataque constante de todos os lados, governando basicamente com os recursos estaduais, mas apoiado pelo arco político da Frente de Libertação do Maranhão (já com a maioria dos prefeitos, dos deputados federais e estaduais), Jackson implantava seu programa sonhado e os novos programas e projetos que a lucidez e a criatividade da equipe iam descortinando e implantando. Em curto espaço de tempo, o Governo Jackson:

1) Construiu 173 novas escolas estaduais e preparava-se para, em quatro anos, entregar 300 escolas grandes, belas e dignas à nossa juventude;

2) Mudou o equivocado conceito de combate a pobreza, para o novo conceito de geração de riqueza, no caso do importante Fundo Maranhense de Combate à Pobreza, o FUMACOP;

3) Concluiu a emblemática Ponte da Liberdade de Imperatriz, amenizando a desconfiança secular da região Sul com relação ao poder dominante da região Norte do Estado;

4) Projetou e liberou de pronto a primeira parcela do Projeto de Perenização dos Lagos da Baixada, o sonho de uma vida dos irmãos baixadeiros, dando concretude ao popular Projeto das Águas Fujonas;

5) Asfaltou a estrada Bacabeira/Turiaçu, levantando a alta estima de toda a região;

6) Instalou o primeiro Pronto Socorro do interior do Estado, na cidade de Presidente Dutra, e liberou recursos para os Prontos Socorros de Pinheiro e de Imperatriz, com a determinação de instalar mais dois, em Balsas e Chapadinha;

7) Em várias políticas públicas essenciais, encaminhou o Governo para conveniar diretamente com os municípios, reconhecendo-lhes legitimidade constitucional, reafirmando uma sólida crença na municipalização e no conceito de subsidariedade;

8) Obteve da Assembleia Legislativa aprovação da nova regionalização do Estado, preparando-o para a descentralização istrativa e a organização dos Escritórios Regionais de Governo, inspirados no exitoso programa de interiorização do desenvolvimento do governo de Santa Catarina;

9) Baseado no relacionamento profundamente democrático com as forças produtivas de dentro e de fora do Estado, estabeleceu novos padrões de atração e recebimento de investimentos sem barganhas obscuras e a serviço pleno do interesse do futuro e do desenvolvimento;

10) Num ato de rara coragem e destemor, transferiu as contas do funcionalismo público estadual de banco privado para o Banco do Brasil, atendendo ao clamor da massa de funcionários e zelando pelo fiel cumprimento da Constituição Brasileira;

11) Deu prosseguimento ao pioneiro projeto do Governador José Reinaldo fortalecendo o Consórcio da Rota das Emoções, envolvendo as regiões de Jericoaquara, no Ceará, do Delta do Parnaíba, no Piauí, e os Lençóis, no Maranhão (Consórcio Interestadual de Turismo Maranhão-Piauí-Ceará);

12) Apoiou resolutamente a ampliação da rede estadual da pedagogia da alternância das Casas Familiares Rurais e das Escolas Família Agrícola, tão necessárias e fundamentais para a estruturação do desenvolvimento sustentável do campo maranhense.

o a o com esse gigantesco esforço de reconstrução do desenvolvimento do Estado, o governador Jackson preparou-se para o desfecho final do governo com ações ousadas e revolucionárias na capital e na Ilha de São Luís. Um exemplo em marcha foi o Programa de Segurança Cidadã, exitoso em São Luís e já esparramando-se pelas cidades do interior maranhense, além de:

– o Projeto Habitacional Rio Anil, em construção acelerada;

– os viadutos do Calhau e Forquilha, com o dinheiro liberado para a Prefeitura de São Luís;

– a conclusão da Av. Litorânea, com recursos também liberados para a Prefeitura de São Luís.

– 400 quilômetros de asfalto por toda a ilha, recursos também liberado para a Prefeitura de São Luís;

– O Museu de Arte Contemporânea, concebido magistralmente pelo Oscar Niemayer.

Ao comentar (e denunciar) o infame Golpe de Abril de 2009 no Maranhão, nunca será exagero afirmar:

a) – Jackson Lago não foi derrubado pelos erros eventuais do seu Governo, insignificantes frente à grandeza da obra política e istrativa em execução;

b) – Jackson Lago foi golpeado em razão dos seus acertos, cujo desdobramento previsível seria a derrota e a derrocada definitiva da oligarquia Sarney nas eleições de 2010 que se avizinhavam no Maranhão e no Brasil.

O Brasil inteiro se assustou. O Maranhão continua vergado sob o peso desse campo de concentração de pobreza, corrupção e desesperança.

Se bem pensado, o 17 de abril deve ser considerado o Dia da Infâmia Política no Maranhão.

*Sociólogo e ex-prefeito de Barreirinhas.

DISCURSO CLAY LAGO

Clay Lago*

Amigo, amiga

Eu tomo emprestadas as palavras do meu amor para declarar aberto o nosso Instituto Jackson Lago.

Eu sei que ele adoraria saber que seu nome agora se materializou numa instituição.

Não pela vaidade de ver seu esforço de vida reconhecido.

Imagino que ele diria: quer dizer então que a luta continua?

E cabe a nós responder: Sim, a luta continua porque as causas a que você Jackson dedicou a vida e nas quais consumiu sua saúde, essas permanecem.

Os seus sonhos ainda são os nossos sonhos.

Sua indignação é a nossa indignação.

A dor dos desvalidos ainda nos assombra todos os dias.

A opressão política permanece viva e dolorosa.

Nosso estado continua a exibir as chagas dos indicadores sociais mais vergonhosos do país.

É por isso que eu declaro: nós vamos chorar, porque a dor da ausência é profunda. Mas vamos também lutar, porque essa é a maneira de honrar a memória de um lutador.

Não temos medo das nossas derrotas.

Eu faço minhas as palavras de um sábio, amigo querido, o nosso Darci Ribeiro.
Disse ele:
“Fracassei em tudo o que tentei na vida.
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.
Mas os fracassos são minhas vitórias.
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu”

Hoje, 4 de abril, faz um ano que Jackson partiu. Das cinzas da imensa tristeza nós estamos erguendo este Instituto.

* Discurso proferido na inauguração do Instituto Jackson Lago

O Golpe

Edson Vidigal

Esquecer o ruim da história é se entregar ao risco de revivê-la. Em cada época, de alguma maneira, em algum lugar a maldade faz das suas.Depois vem o tempo com o seu enorme mata – borrão querendo apagar tudo, teimando em induzir a memória coletiva ao esquecimento.

Se você se entrega, se conforma aceitando, o ruim da história se renova e, quando menos se espera, lá vem ela, a maldade, de novo. Sempre por mãos de gente. Foi em 17 de abril de 2009. O tempo, algumas vezes, parece ar rápido. Parece que foi ontem, mas do ontem porque é ado muitos nem se interessam em lembrar.

Eu me lembro da primeira semana após a posse, quando começaram a correr, os primeiros buchichos de que o Jackson seria tirado do Governo. Mas como?

Li a petição da maldade em favor dos derrotados e os absurdos eram tantos que achei graça. Mas não subestimei.

Não demorou e o caso já estava no TSE em escancarada supressão de instancia. Dois Ministros, um após o outro, foram relatores, mas nenhum deles em qualquer instante fez a instrução do processo. Tudo transcorreu por delegação.

Manda a lei que o Juiz decide com base sua convicção e nas provas dos autos. Essa convicção ele a constrói ao longo do processo, durante toda a instrução, dirigindo o contraditório, ouvindo as testemunhas, mediando as increpações.

Afinal, que convicção pode ter um Juiz para decidir e, pior, em colegiado levar seus pares a segui-lo, se não participou pessoalmente de nada, não olhou no olho de ninguém, não deferiu nem indeferiu a produção de qualquer prova, ausente que esteve de toda a instrução do processo?

A exceção que ite a delegação a Juiz de grau inferior para colher, por exemplo, um depoimento de testemunha distante, e só isso, virou regra no TSE.

As provas entre aspas, muitas delas obtidas de forma ilegal ou imoral, animaram o Relator. Quando, quase no final, relatei a um Ministro o que estava a caminho, a reação foi indignada.

A coisa foi seguindo e com o tempo, como no Ensaio Sobre a Cegueira, de Saramago, ninguém parecia mais ver nada e por mais argumentos que a defesa do Jackson apresentasse mostrando as equivocadas interpretações da Constituição e das Leis que se cometiam, tudo era nada para as mentes encegueiradas.

Ainda assim o resultado saiu num voto de desempate. Muito triste para uma Corte de Justiça. A maldade se completou, mais uma vez à revelia da Constituição e das Leis, não só cassaram o eleito por maioria absoluta de votos como, dispensando a publicação do Acórdão para que não houvesse nem tempo de recurso ao STF, mandaram diplomar, de pronto, exatamente a derrotada nas urnas no primeiro e no segundo turno.

A História é filha do Tempo, o senhor da razão. Com o ar do tempo a História vai aumentando ou diminuindo a estatura moral e cívica das personagens.

Daquele espetáculo naquela noite no TSE, a História vem dando a cada um a sua verdadeira dimensão. Uns cresceram no respeito. Outros porque não sendo do tamanho da sua altura, se tornam cada vez mais figuras diminutas porque são do tamanho do que veem.

Othelino Neto assume vaga como deputado na AL e é saudado por colegas

Do Blog do John Cutrim

O ex-secretário de Meio Ambiente Estado e ex-secretário Municipal de Desenvolvimento Metropolitano da Prefeitura de São Luís, Othelino Neto (PPS), assumiu, nesta terça-feira (17) pela manhã, na Assembleia Legislativa, como deputado estadual na vaga aberta por conta de licença pedida pelo deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB).

Ao ser empossado, o novo parlamentar fez o juramento constitucional conduzido pela Mesa Diretora e prometeu ter uma atuação em defesa dos interesses do Maranhão. Políticos, amigos, familiares e jornalistas prestigiaram a posse de Otlhelino.

Deputados dão boas vindas a Othelino

Depois de empossado, vários deputados deram as boas vindas a Othelino Neto. A deputada Gardênia Castelo (PSDB) foi a primeira a saudá-lo.

“Desejo saudar o nosso amigo e deputado Othelino Neto. Seja bem vindo Othelino a esta Casa e nós sabemos o quanto você lutou por isto. Eu já vivi coisa parecida e realmente eu sei que você está hoje num dia muito especial, e eu quero dizer que você é merecedor”, afirmou Gardênia Castelo.

Em sua mensagem, ela destacou que Othelino Neto tem uma história na vida pública, já exerceu vários cargos e tem condições de colaborar com os trabalhos da Assembleia Legislativa, apresentando boas idéias, com posições firmes.

“Esta Casa”, acrescentou Gardênia Castelo, “precisa muito de gente jovem que tenha de fato uma personalidade forte e você tem. Portanto, eu quero aqui dar boas vindas em nome do PSDB, eu tenho certeza também que em nome do PDT. Seja bem-vindo e conte aqui conosco”.

O deputado Luciano Leitoa (PSB) também ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa para saudar Othelino Neto, empossado como deputado estadual, em substituição ao deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB), que tirou licença de 119 dias do Legislativo estadual para tratar de assuntos de interesse particular.

O parlamentar reconheceu que a conquista do seu mandato aconteceu graças a contribuições de candidatos como Othelino Neto, que disputaram as últimas eleições no sistema proporcional de votos. Segundo Leitoa, os únicos parlamentares da Casa que se elegeram com votos próprios, sem depender de coligações partidárias, foram os deputados Raimundo Cutrim (PSD) e Ricardo Murad (PMDB).

Para Luciano, a presença do deputado Othelino Neto na Assembleia Legislativa, representando um partido importante, o PPS, engrandece o Legislativo Estadual. “A presença de vossa excelência nessa Casa vai ser uma contribuição muito grande para o Estado do Maranhão. Juntos, tentaremos encontrar soluções para as grandes problemáticas que tanto afligem o povo maranhense”, afirmou.

O parlamentar observou que, independentemente de ser oposição ou governo, todos os 42 parlamentares com assento na casa torcem para que o deputado Othelino Neto seja diferente, encontre a sua linha de atuação parlamentar, em defesa da população. “Seja bem-vindo a esta Casa deputado Othelino Neto. Espero que vossa excelência seja mais um aliado da oposição no papel de fiscalizar o governo”, disse Luciano.

Apartes

Da mesma opinião compartilham os deputados Carlinhos Amorim (PDT), Bira do Pindaré (PT), Marcelo Tavares (PSB) e Eliziane Gama (PPS). Ambos acham que a pose de Othelino Neto na Asembleia Legislativa traz a esperança de trabalho e luta em defesa da população do Estado do Maranhão, que precisa da força do Poder Legislativo para resolver os problemas mais graves enfrentados pela classe menos favorecida.

O deputado Carlinhos Amorim (PDT) disse que presença de Othelino Neto na Assembleia contribuirá muito para os debates travados na Casa. O deputado Bira do Pindaré (PT) acredita que Othelino ajudará na luta grandiosa da oposição. Já a deputada Eliziane Gama (PPS) garantiu que tem plena convicção de que Othelino somará forças, na luta por um Maranhão melhor para toda população.

Othelino Nova Alves Neto, 36 anos, é natural de São Luís. É graduado em economia pelo Centro Universitário do Maranhão (Uniceuma) e jornalismo pela Universidade Federal do Maranhão (Ufma), com pós-graduação em Marketing Político na Universidade George Washington (GWU), nos Estados Unidos.

Funcionário de carreira do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Othelino Neto já ocupou os cargos públicos de secretário de Cultura de São José de Ribamar, secretário de Estado de Meio Ambiente e secretário de Governo de São Luís.

CGU lança Lei de o à Informação

Do Blog do Controle Social

O princípio legal da transparência pública, trazido à baila pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), foi uma das maiores inovações do legislativo brasileiro nos últimos tempos. E para corroborar mais ainda este princípio nasceu a Lei de o à Informação.

Oriunda da Controladoria-Geral da União, o projeto de lei foi apresentado pela presidenta Dilma Roussef ao Congresso Nacional em 18 de novembro de 2012 e se tornou um marco na História recente do País. Nascia a Lei nº 12.527.

Esta Lei regulamentou o direito constitucional de o do cidadão à informação pública e entrará em vigor a partir do dia 16 de maio de 2012. A Lei, que abrangerá também os Estados, DF e Municípios, representa um importante o para o fortalecimento da transparência pública e a consolidação do regime democrático brasileiro, no qual “o o à informação será a regra e o sigilo a exceção”, nos dizeres do Ministro da CGU, Dr. Jorge Hage.

De acordo com a nova lei todos os órgãos federais deverão estruturar um Serviço de Informações ao Cidadão (SIC), departamento específico responsável por acompanhar e atender a pedidos de informações encaminhados por qualquer cidadão. Convém ressaltar que, a partir da entrada em vigor da lei, todos os pedidos de informação deverão ser respondidos no prazo de 20 dias, sob pena de responsabilidade, em caso de recusa injustificada.

Nesse sentido a implementação da lei exigirá adaptação por parte dos órgãos e entidades da istração pública. E para esclarecer a sociedade, a CGU fará o lançamento e uma apresentação que terá como objetivo principal colaborar na implementação da Lei na istração Pública Federal.

Neste oportunidade, a CGU convidará apenas os gestores de órgãos e entidades federais e também do “Sistema S” (Sebrae, Sesc, Senac, Senai, Senat e Senar). O Lançamento e Curso de Capacitação sobre a Lei de o à Informação, será realizado no dia 17/04/2012 às 08h30, no auditório do Tribunal de Contas da União.

25 ano$ da TV Mirante

Do Jornal Pequeno

Por: Franklin Douglas

A televisão é um instrumento de manutenção de poder político, econômico e ideológico. Nesta última característica, realçamos: a televisão consolida a visão de mundo que as pessoas/telespectadores têm da realidade que as cerca, das ideias sobre esse mundo. E, como dizia o velho Marx, as ideias dominantes em uma dada época, são as ideias da classe dominante.

Comunicólogo de vasto estudo sobre cultura e comunicação, Albino Rubim nos mostra que, diferente da Europa e dos Estados Unidos, onde a sociedade ou pela etapa da oralidade, depois ao domínio da escrita e, posteriormente, à etapa do audiovisual, o que tende a diminuir o impacto da influência da televisão na população desses países, no Brasil, amos do oral ao audiovisual sem termos cumprido a etapa do domínio da escrita. Consequência: numa sociedade de amplo analfabetismo funcional, a imagem da TV é o principal mecanismo de compreensão do mundo. O que a na “telinha” tende a ser entendido como verdade.

Não por outro motivo, o controle desse veículo de comunicação foi alvo imediato dos políticos e empresários a eles ligados, muitas das vezes sob a forma de “laranjas” (donos no papel, mas não de fato). Também, não por acaso, do segundo mandato presidencial de Getúlio Vargas (1951) – época da chegada da televisão ao país – até o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), as formas de concessão de canais de televisão sofreram alterações quase imperceptíveis em seu modelo de funcionamento.

No Brasil, seis famílias/grupos concentram a rede nacional de produção e distribuição de produtos midiáticos do veículo: Marinho (Globo), Silvio Santos (SBT), Sirotski (RBS), Saad (Bandeirantes), Igreja Universal (Record) e Marcelo de Carvalho (Rede TV).

No Maranhão, do início, com Raimundo Bacelar (1963), aos tempos atuais, a televisão é tão concentradora quanto as redes nacionais. Cinco famílias e uma única opção política, o sarneismo: Mirante/Globo – família Sarney (proprietários: Sarney Filho, deputado federal, Roseana Sarney, governadora e Fernando Sarney); Difusora/SBT – família Lobão (proprietários: Edison Lobão, ministro, Edison Lobão Filho, senador, Nice Lobão, deputada federal); TV Maranhense/Bandeirantes – família Ribeiro (proprietário: Manoel Ribeiro, deputado estadual); Cidade/Rede TV – família Vieira da Silva; TV São Luís/Record– família Zildene Falcão. A TVE/TV Brasil – do governo federal – é controlada no Maranhão pela oligarquia, como quase todos os cargos federais no Estado. O que se alastra pelo interior do estado em permissionárias e retransmissoras não foge aos núcleos locais de apoio do sistema central de poder, salvo raras exceções.

“Se não fôssemos políticos não teríamos necessidade de ter meios de comunicação”, confessa um crime à Constituição um José Sarney despudorado, em entrevista à Revista Carta Capital, de novembro de 2005.

O artigo 54 da Constituição Federal estabelece que senadores e deputados federais não podem “firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público; não podem exercer cargo, função ou emprego remunerado nestas entidades”; desde a posse, não podem “ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada”. E o artigo 55 estabelece que perderá o mandato o senador ou deputado “que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior”.

“Segundo a Transparência Brasil, 21% dos senadores e 10% dos deputados federais são concessionários de rádio e TV – sem contar aqueles que têm empresas em nome de familiares ou laranjas. Até o atual Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, já afirmou que ‘é mais fácil fazer o impeachment do presidente da República do que impedir a renovação de uma concessão de rádio ou TV’”, lembram os pesquisadores Valério Brittus e Luciano Gallas (site Observatório do Direito à Comunicação, agosto de 2008).

Algo semelhante disse a atual governadora do Maranhão, quando perguntada por que sua família não tomara antes a concessão da Rede Globo no Maranhão da família Bacelar e da TV Difusora: “Não é fácil tomar a televisão de um senador”.

Eis a lógica da oligarquia na criação da TV Mirante há 25 anos (foi fundada em 15 de março de 1987): (1) criar seu próprio sistema de TV; (2) enfraquecer política e economicamente um grupo aliado, para dele (3) tomar a concessão da maior emissora do país no Estado (em 1º de fevereiro de 1991, Magno Bacelar, sem mandato e sem dinheiro, reou a concessão da Globo em São Luís da TV Difusora para a TV Mirante – já o tinha feito o mesmo antes em Imperatriz); e utilizar esse veículo para (4) exercer o controle do debate público e (5) enriquecer à custa dos cofres públicos.

O professor Carlos Agostinho Couto, em sua tese de doutorado, calcula que, no primeiro momento em que controlou o governo do Maranhão (1995-2002), Roseana Sarney, como governadora, transferiu mais de R$ 79 milhões das contas públicas para as contas particulares do Sistema Mirante, de propriedade dos sócios, frisamos, Fernando Sarney, Sarney Filho e a própria Roseana Sarney. Em ambos os lados da mesa de negociação, a mesma família nos negócios de comunicação. Com apenas o governo do Estado, a Mirante e os Sarneys faturam o que 93% das empresas do Maranhão não conseguem obter de receita o ano todo!

Se não fossem políticos não teriam necessidade de ter meios de comunicação… Na verdade, se não tivessem meios de comunicação justamente por serem políticos, não enriqueceriam tão rápido pelos negócios da comunicação!

Em tempo: Mais que um instrumento, a mídia moderna é uma relação social. Nesse contexto, pode haver sim profissionais que trabalham nesse veículo mas não estão à serviço de sua lógica. Assim como, em dados momentos, para legitimar-se, essa mesma mídia excludente denuncia absurdos, como corretamente o fez em relação aos 18 salários dos deputados maranhenses. Nada surpreendente, mesmo vindo da Globo, a denúncia, ou a defesa do indefensável, por parte dos deputados roseanistas. Surpresa foi a reação dos deputados da oposição. Em vez da denúncia corajosa, “pérolas” como estas: “Há presunção de legalidade” – Rubens Júnior (PCdoB), “Defendo as prerrogativas do deputado” – Bira do Pindaré (PT), “Tem mês que chega a faltar” – Neto Evangelista (PSDB), “Muitas vezes nós tiramos do nosso próprio salário pra servir à população” – Graça Paz (do PDT castelista)… Não seria o inverso? Tiram do povo para servir ao próprio bolso? Eis porque denomino essa oposição de consentida: é fácil de ser desmoralizada pela oligarquia que, por isso, consente que seja essa a sua oposição. É a oposição dos sonhos de qualquer oligarquia!

Franklin Douglas, jornalista e professor, escreve para o Jornal Pequeno aos domingos, quinzenalmente. Email: [email protected]

‘Que outros Marcelos não morram impunemente’

Do Jornal Pequeno

A propósito do indiciamento da médica Izaura Emidio, do Hospital Santa Lúcia, por homicídio do nosso filho Marcelo Dino, temos a declarar:

1 – A decisão da autoridade policial nos traz alívio, pela verdade surgir, mas também aprofundamento da dor e da indignação, pela certeza de que nosso filho deveria estar vivo.

2 – Com novos depoimentos no Inquérito, fica confirmado que a médica Izaura não estava na UTI na hora da crise de Marcelo (estava fazendo um parto) e, quando presente, agiu com imperícia. Também não havia qualquer outro médico disponível para atendimento imediato.

3 – Manteremos nossa luta pela verdade e pela plena responsabilização do Hospital Santa Lúcia, que descumpriu a legislação e causou a morte do nosso filho.

4 – Registramos ser deplorável a conduta de profissionais de saúde e da própria direção do hospital, ao sustentar em versões falsas, agora desmentidas, perante as autoridades e para a sociedade do Distrito Federal.

5 – Continuaremos a nossa luta para que outros Marcelos não morram impunemente, inclusive com a criação de mecanismos mais eficazes de atuação do Poder Público sobre os hospitais, que devem curar, e não matar.

6 – Este é o nosso modo de fazer Justiça ao Marcelo e de mantê-lo bem vivo, contra a lógica mercantilista e desumana que o matou.

Flávio Dino e Deane Fonseca, pai e mãe de Marcelo Dino

PT ‘apunhala’ Sarney em Pinheiro

Do Blog do Décio

Alguns membros do PT deram mais um sinal nesta quinta-feira que só pensam em seus interesses paroquiais e pessoais quando o assunto é aliança com o PMDB.

Por 9 votos a 7, a Executiva estadual petista rejeitou a proposta de aliança com os peemedebistas de Pinheiro, terra do presidente do Senado, José Sarney (PMDB).

Zé Carlos e Inácio: votos decisivos para derrota da aliança PT/PMDBO grupo do senador, que abriu mão da candidatura do secretário Max Barros (Infraestrutura), é quem mais luta para viabilizar o nome do vice-governador Washington Luiz Oliveira em São Luís.

Os votos decisivos para derrotar a tese da aliança PT/PMDB em Pinheiro foram do superintendente regional do Incra, José Inácio, e do deputado estadual José Carlos da Caixa.

Inácio contou com a ajuda do grupo Sarney para chegar ao comando do órgão. Já Zé Carlos é uma espécie de Domingos Dutra e Bira do Pindaré misturados.

No próximo dia 29, os petistas pinheirenses vão decidir se o partido se alia ao projeto do prefeito José Arlindo (PSB), que tem Luciano Genésio (PCdoB) como vice, ou se seguem outro caminho. Como encontro é soberano, o PT pode até mesmo decidir por uma candidatura própria ou rever a composição com o PMDB, que tem no ex-prefeito Filuca Mendes seu principal nome.

Segundo petistas contaram ao blog, Inácio votou contra a aliança interessado no apoio do PSB e PCdoB em Bequimão, sua terra natal. Lá ele apoia a candidatura do vice-prefeito César Cantanhede (PTC).

Já Zé Carlos, após reunião da executiva, saiu-se com essa: “Podem ir dizer para a governadora (Roseana Sarney) como foi que eu votei”.

A notícia da não coligação não agradou a cúpula do PMDB do Maranhão porque o PT estaria reforçando o projeto da oposição em 2014.

Os membros do partido, no entanto, informaram que o Washington ficou alheio a discussão do caso Pinheiro porque estava viajando. Ele chegou a São Luís somente nesta quinta-feira.

A preocupação agora é que vários aliados do vice-governador, após o encontro, foram se “confraternizar” com Bira. Washington e Bira disputam neste domingo quem será o candidato do PT à Prefeitura de São Luís.

Te cuida, Washington! Tu podes ser a próxima vítima da “traição amiga”.