Resistência Petista mobilizará partido pela aliança PT-PCdoB

Do Vermelho

pt2A Resistência Petista (grupo do PT contrário à aliança com a família Sarney) se reunirá neste sábado, 10, para discutir os rumos do partido nas eleições de 2014. O evento acontecerá no Grand São Luís a partir das 9h.

Os militantes petistas se reunirão para discutir as eleições de 2014 e o Processo de Eleicao Direta-PED que acontece dentro do PT para eleger a nova direção do partido, que substituirá a atual chapa comandada por Raimundo Monteiro. A opção da Resistência Petista é preparar a campanha de Augusto Lobato a presidente do PT, militante histórico do partido.

A organização da Resistência Petista poderá se dar em até três chapas em apoio a Augusto Lobato, segundo fontes do partido. O resultado final, porém, só poderá ser apresentado a partir da próxima terça, quando se encerram as inscrições de chapa dentro do PT.

Todo esse cenário dentro do partido acontece um ano antes do início das disputas eleitorais de 2014, que elegerá governador, senador e deputados federais e estaduais. O PT está debatendo se continua no apoio ao governo do estado ou se apoia a candidatura de Flávio Dino.

Augusto Lobato, candidato da Resistência Petista, defende a aliança do PT com o grupo de oposição a Roseana Sarney e opta pelo nome de Flávio Dino (PCdoB). O grupo venceu, no voto, a opção pela aliança com Flávio Dino em 2010, demonstrando haver maioria dentro do partido, que acredita que o Partido dos Trabalhadores deve permanecer na luta contra o modelo oligárquico de política representado pelo grupo Sarney.

CNJ aprova prioridade a processos relacionados à saúde

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Requerimento foi apresentado por Flávio Dino

A decisão do CNJ definiu que fosse recomendado aos Tribunais de Justiça que as varas de fazenda pública deem prioridade ao julgamento de casos relacionados ao Direito à Saúde e que orientem os magistrados que atuam na área a se especializarem no assunto.

“É um o importante para dar maior velocidade aos cerca de 300 mil processos por ano que tratam do tema, além de dar maior qualidade às decisões”, afirmou Dino.

O argumento principal utilizado no requerimento de Flávio Dino é o de que o Judiciário já possui órgãos especializados em muitos assuntos, como questões trabalhistas, de consumidores, ambientais, violência contra mulher, entre outras. Por isso, deve dedicar a mesma atenção ao maior problema nacional apontado em pesquisas: o mau atendimento, ou negação de atendimento, nas redes pública e privada de saúde.

O relator considerou que o tema do direito à saúde, pela complexidade e especificidade que exige, merece a criação de uma equipe específica. O CNJ também aprovou que conhecimento sobre o direito à saúde será cobrado nos concursos públicos para ocupar cargos no Poder Judiciário.

“O cenário normativo envolvido na questão é vasto e exige do magistrado e servidores envolvidos na decisão desse tipo de demanda certa especialização na matéria”, afirma parecer do CNJ, anexado à decisão. “A especialização de varas de saúde pública pode garantir maior especialização dos magistrados e servidores, decisões mais adequadas e tecnicamente precisas”.

Em voto proferido hoje, a conselheira Maria Cristina Peduzzi concordou com a necessidade. “A implementação dos direitos sociais – e do direito à saúde em particular – também é da competência do Poder Judiciário, que tem por missão constitucional assegurar que cada cidadão seja tratado com igual consideração e respeito”.

O acolhimento do pedido teve o apoio do Ministério Público Federal e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Histórico do Caso Marcelo Dino
Em janeiro do ano ado, o garoto Marcelo Dino morreu após ser atendido no Hospital Santa Lúcia, o maior da rede privada de Brasília. Marcelo havia tido uma crise de asma no colégio. Levado ao hospital, ficou em observação até o dia seguinte à crise, em bom estado . A aplicação incorreta de um medicamento chamado Solumedrol provocou parada respiratória no garoto de 13 anos. A única médica disponível para atendimento, Izaura Costa Rodrigues Emídio, estava fora da UTI infantil, auxiliando em um parto. Com o atraso no atendimento, Marcelo veio a falecer. O caso encontra-se hoje no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em nota, prefeitura tenta justificar abandono de unidade de saúde

A Secretaria Municipal de Saúde esclarece que ainda não está realizando atendimento na Unidade Básica de Saúde do povoado Jacioca pela falta de condições de funcionamento do posto. A construção do prédio foi feita às pressas, na gestão ada, e sua inauguração aconteceu no apagar das luzes do ano de 2013. As consequências foram inúmeras: o forro cedeu, algumas salas deixaram de ser forradas, há rachaduras pelas paredes, não foi concluído o muro, as instalações hidráulicas estão incompletas e os banheiros inacabados. 

Outro fator agravante é que o posto foi construído ao lado de uma barreira, sem que tenha sido erguida qualquer estrutura de contenção de água e barro. Com as chuvas, os deslizamentos de terra foram inevitáveis e o posto de saúde ficou tomado por terra. 
Diante dessa situação, a Secretaria de Saúde, com o aval do prefeito Zé Martins, será obrigada a fazer uma reforma, apenas sete meses após a obra ter sido entregue.

Além da estrutura física inadequada, a Unidade Básica de Saúde do povoado Jacioca foi inaugurada sem que estivesse registrada junto ao Ministério da Saúde. Essa situação já foi regularizada e hoje o posto existe legalmente.

O Compromisso da Prefeitura Municipal de Bequimão e da Secretaria Municipal de Saúde é prestar assistência à população de forma satisfatória e com total responsabilidade. Em poucos meses da nova gestão, já se avançou bastante. A Unidade Mista de Bequimão foi recuperada; há médicos e demais profissionais da saúde atendendo 24h; foram formadas oito equipes do Programa Saúde na Família (PSF); estão sendo ampliados os postos de saúde de Areal e Quindíua; está sendo construída a Academia de Saúde; o município aderiu ao Programa Olhar Brasil e ao Saúde na Escola, que vai iniciar o atendimento por nove colégios municipais; e Bequimão ará a contar com o Núcleo de Apoio à Saúde da Família, composto por um nutricionista, dois fisioterapeutas, um terapeuta ocupacional, um pediatra, um assistente social e um psicólogo.

Todas essas ações dão mostra do compromisso e respeito da Prefeitura de Bequimão e de sua Secretaria Municipal de Saúde. Causa surpresa, entretanto, a postura do vereador Elanderson Pereira (PPS), que tem usado os meios de comunicação para criar fatos sobre a situação da saúde no município. No vídeo que disponibilizou em seu blog na internet, o vereador deixa de mostrar os reais problemas do posto, ficando evidentes seus interesses meramente políticos.

Por sua vez, a atual gestão, respeitando os princípios de democracia, abriu as portas ao parlamentar e o recebeu para uma reunião, na qual foram apresentadas as condições em que se encontra a Unidade Básica de Saúde do Jacioca e as providências que já estão sendo tomadas.

A Secretaria Municipal de Saúde de Bequimão reafirma seu compromisso em continuar trabalhando, com competência e responsabilidade. Em poucos meses, a Unidade Básica de Saúde do povoado Jacioca estará pronta para atender dignamente toda a comunidade.

Bastico Moraes
Secretário Municipal de Saúde de Bequimão

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Vereador denuncia descaso com unidade de saúde em Bequimão

Construímos a Unidade Básica de Saúde do Jacioca. Agora é botar pra funcionar

Roberto Gurgel pede cassação do mandato de Roseana Sarney

O pedido do procurador-geral da República também vale para o vice-governador, Washington Oliveira, do PT.

Do Jornal Nacional

roseana-sarneyO procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu nesta quarta-feira (7) a cassação do mandato da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, do PMDB. O Tribunal Superior Eleitoral tem que examinar o pedido.

O pedido do procurador-geral da República também vale para o vice-governador, Washington Oliveira, do PT.

A eleição de Roseana Sarney ao governo em 2010 foi contestada na Justiça Eleitoral por suspeita de abuso de poder econômico e de autoridade.

Segundo o procurador, foram firmados convênios de caráter eleitoreiro, com a intenção de garantir alianças políticas.

Outra suposta irregularidade apontada pelo Ministério Público foi a distribuição gratuita de bens por meio de programa social, em ano de eleição. A decisão será do plenário do Tribunal Superior Eleitoral.

Em nota, a governadora disse que não conhece o teor do parecer do procurador-geral da República.

Vereador denuncia descaso com unidade de saúde em Bequimão

Com informações do Blog do Elanderson

O vereador Elanderson Pereira (PPS) voltou a denunciar o descaso com a saúde em Bequimão. Em seu blog, ele mostra vídeo com sete minutos da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Povoado Jacioca, abandonada pela istração do prefeito Zé Martins (PMDB). A UBS foi alvo de vândalos que invadiram, saquearam e defecaram no prédio, que está abandonado desde a inauguração, no dia 31 de dezembro do ano ado.

Veja abaixo vídeo da UBS do Jacioca abandonada pela prefeitura

A Unidade Básica de Saúde do Povoado Jacioca deveria atender a população da região, compreendida pelos povoados Ilha dos Prazeres, Baixo-escuro, Titara, Sol Nascente, Enseada Funda, Zé Felipe, Jacioca, Guaribal, Fazenda e Itapetininga.

No entanto, a ação da prefeitura se resumiu a duas visitas a UBS — uma em abril e a outra em junho ado, esta feita pelo prefeito Zé Martins, secretários e vereadores — e a promessa de colocá-la para funcionar.

O que ocorreu na realidade com a UBS do Jacioca no mês de julho, por total falta de compromisso da atual gestão com o povo bequimãoense e com o patrimônio público, foi a invasão dessa unidade de saúde por vândalos que saquearam alguns equipamentos e, para coroar a atual gestão do nosso município, defecaram em uma das salas”, denuncia o vereador Elanderson.

A pedido do vereador, o secretário de Saúde, Bastico, e a secretária-adjunta Ramônia, foram ao local e realizaram levantamento dos bens que não foram furtados, na semana ada. Ramônia afirmou que a estrutura da UBS é muito boa e precisa ser colocada em funcionamento com rapidez. O secretário Bastico se comprometeu a deslocar uma equipe para fazer a limpeza e alguns reparos na UBS.

“O cidadão não aguenta mais blá, blá, quer ver resultado efetivos. O município de Bequimão precisa oferecer para sua população serviços de saúde dignos e existe recursos para isso”, afirma  Elanderson.

Segundo ele, a prefeitura recebeu este ano mais de R$ 1 milhão de reais para cuidar da saúde dos bequimãoenses.

Veja abaixo tabela com ree do Governo Federal ao município de Bequimão para manutenção e investimentos na Saúde.

Sus Bequimão

O que fazer para melhorar o IDH?

Flávio Dino

Flavio-povoEsta semana realizei mais um diálogo pela internet com centenas de pessoas, contando com a especial participação de blogueiros do nosso estado. Foi uma experiência muito enriquecedora, em que pudemos conversar por horas a respeito da atual situação do Maranhão. É sempre bom escutar e trocar ideias com a população, e para mim é uma grande oportunidade de aprendizado. Um dos principais temas debatidos foi o IDH, Índice de Desenvolvimento Humano, divulgado na última segunda-feira pelo IPEA, órgão do governo federal, por intermédio do excelente Atlas do Desenvolvimento Humano.

Dói na alma ver mais uma vez que o Maranhão, tão belo e rico, não consegue garantir condições dignas de vida para povo que nele vive, por conta de um modelo que se apropria e desvia os recursos públicos para o proveito de uma minoria de privilegiados e protegidos.

O Índice de Desenvolvimento Humano do Maranhão segue em penúltimo lugar no Brasil, com 0,639, praticamente empatado com Alagoas (0,631), e atrás de todos os nossos vizinhos. Para se ter uma ideia, o primeiro lugar é o Distrito Federal com 0,824. Em renda, o Maranhão fica em último lugar, com índice de 0,612. A mortalidade infantil no Brasil é de 16 por mil, enquanto no Maranhão é de 28 por mil. Das 100 cidades com pior IDH do Brasil, 20 são do Maranhão. Das 100 cidades com melhor IDH, nenhuma é maranhense. Aqui poderia preencher todo o espaço reservado a este artigo com uma sequência interminável, indecente e inaceitável de números que traduzem a situação de pobreza do Maranhão, se comparado ao restante do país.

Após uma década de Bolsa Família, a extrema pobreza caiu no país e, hoje, atinge 6% dos brasileiros. No Maranhão, apesar de todos os recursos para combate à pobreza, das políticas de transferência de renda e do aumento do salário mínimo – todas políticas federais –, 22% da população vive em extrema pobreza! Ou seja, um em cada cinco maranhenses sobrevive com menos de R$ 70 por mês! É inacreditável que os poucos que se beneficiam da situação não cheguem a se incomodar ao saber que o sistema que mantêm provoca tanta miséria.

E o que fazer? A resposta está no terreno da política. Vejamos o exemplo de nosso vizinho Ceará, que nas últimas três décadas já trocou de comando político por várias vezes. Pois vejamos os resultados. Durante toda a ditadura militar até o fim dos anos 80, o Ceará foi governado por uma oligarquia dos “coronéis”. Em 1991, ocupava o 4º lugar do IDH do Nordeste. Agora, depois de vivenciar a salutar alternância no poder, o Ceará ocupa o 2º melhor posto do Nordeste.

Enquanto isso, e o Maranhão? Pois nós continuamos ocupando, de 1991 até hoje, a penúltima posição. Não do Nordeste, mas do Brasil! O que acontece de tão diferente 250 quilômetros a leste de nosso estado? O solo cearense é mais fértil? Os empresários são mais competentes? As pessoas trabalham mais? As paisagens são mais inspiradoras? Não!

O que aconteceu com o Ceará é que as mudanças políticas no estado mexeram com a qualidade do governo. Naturalmente, um grupo político quer fazer melhor do que o outro, gerando mais resultados concretos para a população. No Maranhão, desde o começo da ditadura militar, o mesmo grupo permanece no poder. O resultado do imobilismo na política é traduzido matematicamente por nossa estagnação nas últimas posições do IDH nacional.

Por tudo isso, defendo a mudança e a renovação política no Maranhão. Não tenho nenhum ódio pessoal ou rancor em relação ao ado, apenas acredito que precisamos virar essa página. O convite que faço é para que olhemos para o futuro, com confiança e esperança. Dias melhores virão.

Flávio Dino, 45 anos, é presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), foi deputado federal e juiz federal

Estadão: Ligados ao Sarney têm benefícios

Oposição diz que clã montou espécie de capital paralela em Coroatá, governada pela mulher do secretário de Saúde e cunhado da governadora

COROATÁ – O Estado de S.Paulo

Ricardo Murad, atual secretário de Saúde do Maranhão, irmão de Jorge, marido da governadora, ou a ser o porta-voz e o nome do grupo que mais executa contratos do governo. Por ele a quase a metade dos R$ 2,4 bilhões do orçamento anual do Estado para custeio e investimento – não estão contabilizados os gastos com os servidores do quadro de carreira. Por ter parentesco com Roseana, ele não poderá disputar o governo. O escolhido do clã é o secretário de Infraestrutura, Luís Fernando Silva.

Prefeitos da oposição reclamam que Ricardo montou uma espécie de capital paralela do Maranhão em Coroatá, cidade de 62 mil habitantes, a 260 km de São Luís. O município governado pela mulher dele, Maria Teresa Trovão Murad, é o que mais recebe recursos da transferência direta da saúde no interior. Em 2013, Coroatá recebeu R$ 60 milhões, enquanto Caxias, com 155 mil moradores, chefiada por um adversário, Leo Coutinho, do PSB, não contou com esses recursos.

Reconstruído no ano ado, o Hospital Microrregional de Coroatá dispõe de 100 leitos e tratamento de alta complexidade. No prédio funciona a central de leitos da região. Ricardo nega que tenha deixado de lado o “Socorrão” de Presidente Dutra – a unidade não atende gestantes e não faz cirurgias complexas – e o hospital de Caxias, que está fechado para reforma.

Na semana ada, Maria de Lourdes Ferreira da Silva, de 74 anos, era levada de ambulância de Caxias para Presidente Dutra após sofrer um AVC. Ela está internada no “Socorrão”. A filha de Maria de Lourdes, a diarista Maria de Nazaré, de 38 anos, reclama da viagem de 3h em estrada precária.

No povoado Sete de Setembro, em Coroatá, a unidade de saúde, parceria do governo federal e da prefeitura, já consumiu R$ 180 milhões e está tomada pelo mato. “O médico só faz consulta e falta remédio”, diz a manicure Rayane Mourão, de 20 anos, mãe de um menino de 1./ L.N.

Cidade do MA faz ‘vaquinha’ para morador comer carne

Estado não acompanha melhorias sociais e concentra municípios com menor renda

LEONENCIO NOSSA, ENVIADO ESPECIAL, SÃO LUÍS (MA) – O Estado de S.Paulo

Perto de completar meio século sob o domínio do grupo do senador José Sarney (PMDB-AP), com poucos intervalos de governos opositores, o Maranhão não teve fôlego para acompanhar os demais Estados na melhoria dos índices sociais. O Atlas do Desenvolvimento Humano da ONU mostrou que, das 50 cidades brasileiras com menor renda per capita, 28 são maranhenses.

maranhao_okNas últimas três décadas, a expectativa de vida na terra da oligarquia mais antiga em atividade ou de 54 para 68 anos, mas o crescimento foi menor que no restante do País. Nesse ranking do IBGE, o Estado caiu de 23.º para o último lugar, ocupando espaço que antes era de Alagoas, terra da seca e pistolagem.

Um dos exemplos mais dramáticos da situação do Estado está em Fernando Falcão, a 542 km de São Luís. A cada oito dias, moradores fazem “vaquinha” para comprar e matar um boi. Esse “luxo” não é compartilhado por quem vive em situação ainda pior nos casebres de palha afastados do interior, que não podem contar nem mesmo com serviços temporários e de baixa remuneração da prefeitura. Para a maioria dos 9 mil habitantes do município que aparece em segundo lugar no ranking de pior renda per capita do País, o único alimento possível no prato é a fava. A vagem que garante proteína é comum na região.

O município só perde em renda para Melgaço, no Pará, e ocupa ainda a segunda pior colocação no Índice de Desenvolvimento Humano nacional, atrás de Marajá do Sena, também no Maranhão.

A lavradora Laiane Alves Lima, de 22 anos, se queixa da falta de um pediatra no município. Quando a filha Adriele, de 1 ano, a mal, ela tem dificuldades de levar a criança ao hospital de Barra do Corda, a 95 km de estrada de chão – Fernando Falcão não tem o por asfalto. “Aqui, quando adoece, o posto médico não dá remédio. Não tem uma pomada para micose”, relata. Laiane prepara a comida, geralmente uma mistura de fava, num fogão improvisado em uma lata de tinta.

Ostentação. A política maranhense está longe de recorrer ao crime de mando como outros Estados do Norte e do Nordeste, mas a miséria de um lugar de mata de cocais e chuvas amazônicas, a ostentação de riqueza e poder e as suspeitas de corrupção, temas dos discursos da primeira campanha de Sarney ao governo estadual, em 1965, estão por toda a parte. Dados do Portal da Transparência do Estado mostram que o governo de Roseana Sarney (PMDB), filha do senador, gastou no ano ado R$ 17,8 milhões com aluguel de helicópteros. Só para comparar o uso do dinheiro público a um exemplo recriminado nas ruas, o governo do Rio, comandado por Sérgio Cabral (PMDB), gastou no mesmo período R$ 9,5 milhões com o uso dessas aeronaves.

Nos 216 municípios maranhenses sobram denúncias de convênios irregulares. Ao longo de 2013, o governo pagou a uma associação comunitária R$ 3,5 milhões para melhorar as estradas de o ao povoado de Trecho, no município de Raposa, Região Metropolitana de São Luís. O povoado não existe. “Houve um equívoco do sistema, que foi corrigido”, explica o secretário de Desenvolvimento Social e Agricultura Familiar, Fernando Fialho, responsável pela licitação.

Quem sentiu a sensação de estar fora do mapa político foi a comunidade de Pirangi, um povoado real do município de Humberto de Campos. No começo do ano ado, Neide Saboya, candidata do PMDB e do clã Sarney à prefeitura, apareceu no lugarejo para recolher s e prometer a construção de banheiros em 57 casas. Mesmo com a derrota da aliada no município, o governo estadual reou R$ 300 mil para construir fossas, chuveiros e vasos sanitários. Os moradores esperam até hoje pelo início das obras.

Desde os anos 1970, o grupo de Sarney se sustenta com anúncios de obras “salvadoras” da economia. Foi assim com a construção dos trilhos do Complexo de Carajás, a fábrica de alumínio da Alcoa e a base espacial de Alcântara. “Os projetos não agregaram valor nem garantiram a diversificação da cadeia produtiva. O Maranhão é um rico que virou miserável”, observa o presidente da Embratur, Flávio Dino.

Principal nome da oposição ao grupo de Sarney, ele observa que, na primeira metade do século 20, o Maranhão contou com os ciclos do algodão e das fábricas de tecido, do arroz, e do babaçu. “A economia tradicional foi desestruturada. Essa modernização não deu certo e explica esses indicadores sociais vergonhosos”, afirma.

Aliança. Em 2010, Roseana e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançaram a pedra fundamental da refinaria da Petrobrás, em Rosário, a 40 km da capital. A previsão era iniciar a primeira etapa de produção agora em 2013. Roseana foi reeleita, a candidata de Lula ao Planalto, Dilma Rousseff, teve a maioria dos votos do Estado e associações de garimpeiros e quilombolas ligados à família Sarney e ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, receberam recursos públicos para capacitar os “operários” de uma refinaria que ficou no discurso.

Num Estado onde mais da metade da população vive em pequenos municípios, o grupo de Sarney é acusado de fazer convênios de obras fantasmas com prefeituras comandadas por aliados ou associações formadas por correligionários derrotados. O Tribunal de Contas do Estado, que analisa a distribuição de verbas, tem seis dos sete conselheiros ligados ao clã. Para empresários locais, o grupo sufocou a economia do Maranhão a ponto de investidores e industriais optarem por negócios em outros Estados, o que explicaria avanços sociais obtidos por Piauí e Rio Grande do Norte.

Atraso. As cidades dependem exclusivamente do Fundo de Participação dos Municípios, do benefício dos aposentados e do Bolsa Família. O programa de transferência de renda do governo federal despeja na economia local R$ 173 milhões por mês. O secretário adjunto de Educação do Maranhão, Tadeu Lima, inclui entre as causas do atraso do Estado a vinda de migrantes da seca. “De 1960 para cá, a nossa população ou de 1,5 milhão para 6,5 milhões. Já no Piauí, que melhorou os índices sociais, o número de habitantes cresceu de 1,2 milhão para 3 milhões”, avalia.

Zé Reinaldo: Iremos unidos

Zé Reinaldo ite que pode deixar PSB, mas prega unidade para candidatura de Flávio Dino

Entrevista Exclusiva

Por Waldemar Terr (Repórter de Política) / http://www.waldemarter.com

O ex-governador Zé Reinaldo Tavares ite que pode deixar o PSB, mas prega unidade em torno da candidatura a governador do presidente da Embratur, Flávio Dino (PCdoB). O ex-governador diz que “vive-se um momento fantástico em que o sentimento generalizado é de mudança”.

Zé Reinaldo afirma também que “Flávio encarna o avassalador desejo de mudança da maioria do povo maranhense. Ele é um homem preparado para a grande missão que tem pela frente de mudança total na governança e nos seus métodos. O Maranhão anseia por mudar e encontrar o seu destino de ser um grande estado brasileiro e não o produtor de escândalos e de notícias ruins e desalentadoras que é hoje”.

O ex-governador afirma que ainda não decidiu se concorre ao Senado ou à Câmara Federal. “Acredito que para o governo do Estado haverá uma completa união das oposições. Para o Senado pode-se chegar a união desde que o candidato das oposições seja escolhido em consenso por todos os partidos. Se for imposição ou por projeto pessoal poderemos perder esse grande momento e novamente não eleger ninguém para o Senado”, avalia.

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A seguir a entrevista.

Jornal Pequeno – Como o senhor avalia o momento político do Maranhão?

Zé Reinaldo Tavares – Vive-se um momento fantástico em que o sentimento generalizado é de mudança. E o mais importante, pela primeira vez permeia todas as camadas sociais e diferentes níveis de renda. Acredito que seja definitivo.

JP – Como analisa o resultado do último IDH dos municípios, no qual três municípios do Estado lideram o lado negativo da lista?

ZRT – Mesmo com a mudança de metodologia feita pelo PNUD que mudou radicalmente a maneira de apuração do IDH, de uma maneira que agora, com o novo método, apareceu um crescimento do IDH em todo o Brasil que chega a mais de 40% e que se houvesse sido mantida a metodologia anterior haveria, na verdade, uma piora no indicador que seria muito ruim para o governo brasileiro. Assim, o Maranhão, embora continue no penúltimo lugar no Brasil, dá a impressão que experimentou um grande crescimento. Pela antiga metodologia teria piorado. Esse assunto precisa de um esclarecimento.

São Luís é a décima quinta entre as capitais e Imperatriz muito bem. Ambas sempre governadas pela oposição há anos. O Maranhão está em penúltimo entre os estados.

JP – O senhor permanece no PSB e o destino do partido?

ZRT – A princípio permaneço no partido. Tenho recebido o pessoal dos movimentos sociais do partido que está muito preocupado porque não há um interlocutor confiável para tratar do crescimento do partido. O Luciano Leitoa é um dos melhores quadros do partido, mas suas responsabilidades como prefeito de uma cidade grande como Timon não permitem a ele uma presença cotidiana no partido. É preciso resolver essa interlocução e acalmar o partido.

JP – Como avalia o andamento da pré-candidatura do presidente da Embratur, Flávio Dino, a governador?

ZRT – Acho que Flávio encarna o avassalador desejo de mudança da maioria do povo maranhense. Ele é um homem preparado para a grande missão que tem pela frente de mudança total na governança e nos seus métodos. O Maranhão anseia por mudar e encontrar o seu destino de ser um grande estado brasileiro e não o produtor de escândalos e de notícias ruins e desalentadoras que é hoje.

JP – As oposições caminham para a unidade ou mais uma vez vão disputar o governo do Estado e o Senado, dividas?

ZRT – Acredito que para o governo do Estado haverá uma completa união das oposições. Para o Senado pode-se chegar a união desde que o candidato das oposições seja escolhido em consenso por todos os partidos. Se for imposição ou por projeto pessoal poderemos perder esse grande momento e novamente não eleger ninguém para o Senado.

JP – O senhor vai disputar cadeira no Senado ou na Câmara Federal?

ZRT – Ainda não decidi. A escolha do candidato ao senado ainda está envolta em muita nebulosidade política e a Câmara Federal precisa aglutinar a bancada federal para marchar unida nos projetos de grande interesse para o estado. Esse lado me fascina e atrai. De qualquer modo Flávio vai precisar de muito apoio no Congresso para poder governar. E eu pretendo estar lá para ajudar com minha experiência e disposição. Espero então merecer o apoio dos eleitores para ajudar nesse momento importante de mudança no Maranhão.

JP – O senhor acredita que o PSDB terminará se aliando a Flávio Dino ou a Roseana?

ZRT – O PSDB é oposição e pelo conhecimento que tenho do partido e dos seus líderes acredito que o partido estará unido a todos aqueles que querem mudar o Maranhão.

JP – Como o senhor viu a informação de que o senador José Sarney já articula uma aproximação com Aécio Neves, do qual teria ligações históricas?

ZRT – O senador José Sarney nunca aposta todas as fichas em um só. Mas resta saber se Aécio quer ter ao seu lado o senador e toda a carga pessoal de rejeição nacional que tem e se ele tem condições de abandonar Lula depois de tudo que este fez por ele. Não acredito que isso possa levar a alguma coisa.

JP – O senhor defende candidatura única das oposições para o Senado, mas o senhor só ite a unidade se for em torno do seu nome?

ZRT – Não, claro que não. O que me incomoda é o processo de escolha que querem impor. Temos grandes condições se nos unirmos de eleger o senador, mas temo que se a escolha for imposta por desejo pessoal que esse constrangimento leve a derrota mais uma vez.

JP – Por que o senhor resolveu apostar na reeleição de Castelo a apoiar a candidatura de Edivaldo Júnior em 2012? O senhor se arrepende da posição?

ZRT – Não tenho do que me arrepender e hoje me dedico a unir a oposição desunida pela eleição. O problema com o PSDB, partido que dispõe de mais tempo na propaganda eleitoral e tem a maior estrutura montada em todo o estado é decorrente dessa divisão eleitoral na disputa pela Prefeitura de São Luís. Essa divisão, muito recorrente no ado, deu muitas vitórias eleitorais ao grupo Sarney nas eleições estaduais. Isso ajudou muito e explica o longo domínio do grupo Sarney no estado. Creio nas vantagens que teríamos se estivéssemos unidos naquele momento. Mas acredito que o prefeito eleito possa fazer um bom trabalho e na atitude e na aceitação do Flávio pelos eleitores para superar tudo e cicatrizar as feridas abertas. Iremos unidos, não tenho dúvidas.