Editorial do Jornal Pequeno
Toda a movimentação oficial no presídio de Pedrinhas tem um significado ainda mais surpreendente. O de que era possível evitar toda a violência desmedida que eclodiu nos últimos dias em São Luís. O governo dispunha de R$ 131 milhões para investir no Sistema Penitenciário. Só vai investir agora. Havia como separar os detentos de boa conduta dos chefões do crime organizado. Só estão fazendo isso agora.
Existiam vagas nos presídios federais para os carniceiros, de formas a impedir a comunicação entre estes e as gangs sangrentas que ainda estão fora das grades. A Polícia Militar dispunha de homens e meios para circular na madrugada reduzindo o risco de assaltos a ônibus.
Todas essas medidas poderiam ter sido tomadas desde o primeiro levante carniceiro, desde quando pela primeira vez degolaram presos, desde que a primeira vez a cidade inteira foi se esconder em casa diante do terror dos ônibus incendiados e das ruas ocupadas por bandidos. Mas aconteceu mais de uma vez, independente da comoção popular, independente de ver o Maranhão se transformar no pior gueto de horror e bestialidade do século.
A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA) já haviam exigido isso do Brasil, já haviam exigido isso do Maranhão, já haviam punido o Brasil por isso. E ouviram apenas desculpas, apenas promessas e mais gritos e mais fugas e mais sangue e mais horror.
Que vergonha! Que imagem tresloucada! Segundo o Jornal Pequeno, todos os principais jornais dos Estados Unidos, Europa e América do Sul repercutiram a barbárie ocorrida no Maranhão. Mas a culpa por ser o estado visto hoje como a Meca da Bestialidade Humana Mundial não é de quem tinha o dever e não tomou providências. Querem que seja da imprensa que divulgou os fatos, inclusive o vídeo com a esbórnia sangrenta festejada e filmada pelos próprios monstros. Falta só que queiram culpar a quem assistiu ao vídeo daquela criança andando em chamas na Vila Sarney.
Pobre Maranhão. Uma ONG que atua em 90 países está dizendo que jamais viu tamanha barbárie. O Jornal Pequeno tinha dito a mesma coisa desde a primeira carnificina. Se mais a ONG soubesse diria que jamais viu também tamanha incompetência, tamanha leniência e omissão do poder público. O governo do Maranhão não viu por três vezes, nem sequer percebeu o peso desse espetáculo de horror na consciência da sociedade brasileira e mundial. Quanta burrice, quanta estupidez!
E as autoridades que permitiram a repetição desses fatos, o governo que não agiu estarão nas ruas do estado, a partir de agosto, com centenas de carros de som, torrando os bilhões do BNDES e outros bilhões menos íveis, pedindo o voto do povo. Um povo que não sabe o que é ONU, que não sabe o que é OEA e que não tem consciência de que também teve sua imagem degolada na Penitenciária de Pedrinhas. Também teve sua imagem incendiada no corpo de uma criança na Vila Sarney.
Essa governadora não tem competência para istrar a cozinha dela, vai ter competência e preocupação com presídio. Não tem compromisso com o povo, por isso não adota as políticas preventivas necessárias. Afinal a sua segurança particular é vasta e bem paga com o nosso dinheiro.
Eles querem que fiquemos calados! Mas como se nós sabemos que Isso é o resultado da promiscuidade entre o poder com base na herança familiar, dos interesses escusos e da ausência de democracia, ultrajada e vilipendiada há décadas sob o patrocínio e leniência desse próprio modelo cuja marca registrada é o descaso com as coisas do povo. É fruto do poder debochado dessa família que trata o maranhão como sua capitania hereditária, afinal para ser governadora ela usurpou,brigou, mentiu e é bem paga para agir com “competência”. Foi esse sistema implantado e dominante por aqui, que fez o povo acreditar que o incompetência e a mediocridade seja requisito para ser político.( o resultado é esse, o fracasso do serviço público).