O prestígio do governador

Editorial Jornal Pequeno – 27/02/15

Governador Flávio Dino em audiência com a presidenta Dilma Rousseff

Governador Flávio Dino em audiência com a presidenta Dilma Rousseff

O recente périplo do governador Flávio Dino por Brasília, à busca de soluções para os reais problemas desse Estado, inclusive graves pendências deixadas pelo governo anterior, só demonstra o quanto o Maranhão precisava de governo, de alguém que, no governo, se sentisse, de fato, disposto a governar. O povo maranhense sabe, finalmente, a que nível de acefalia se encontrava a istração pública e a quantas andava a falta de prestígio do grupo Sarney na esfera federal.

O prestígio do governador Flávio Dino, recebido por nada menos que 12 ministros em apenas uma semana, é a conseqüência natural do grau de idoneidade, de honestidade com que trata a coisa a coisa pública. Escreve-se, enfim, uma nova história no Maranhão, de credibilidade nacional, porque os encontros do governante desse Estado e seus secretários, agora, são com ministros e não com doleiros e não são fortuitos, acontecem às claras, como tudo deve ser claro quando se trata de istração.

A rota do governo do Maranhão mudou de Las Vegas para Brasília, dos cassinos milionários para o centro de decisões do país e, muito em breve, como, aliás, nesse pouco tempo já acontece, o povo sentirá os efeitos positivos de ter um governo realmente preocupado com a população.

Flávio Dino esteve em Brasília para apresentar programas e projetos governamentais; esteve para tratar de educação, de saúde pública, de segurança, de combate ao crime organizado, para repor o Maranhão no visor do Governo Federal. Governar também é isso e o povo maranhense já havia esquecido o que é governar.

Ao ministro da Casa Civil o governador solicitou mais celeridade nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento, à presidente da República, Dilma Roussef, reivindicou investimentos para o Estado, garantiu a instalação de unidades culturais junto ao Minc e até apresentou projeto substitutivo à falida Refinaria . Como sempre, o foco principal do governo, em todo esse périplo, foi o combate às desigualdades sociais e aos desastrosos indicadores socioeconômicos do Maranhão.

A herança desses cinqüenta anos é desastrosa, faminta e humilhante. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acaba de divulgar que o Maranhão tem a pior renda per capita (por pessoa) do país, míseros 461 reais. Essa é a realidade que o governador Flávio Dino se propõe a mudar, uma realidade construída em meio século da mais completa inoperância, de evidente descaso para com o povo desse Estado.

Dos 12 ministros que receberam o governador, pelo menos 5 deverão vir ao Estado até a próxima semana, dentre eles os da Educação, da Saúde e Cultura. E nunca é demais lembrar que já há algum tempo ministros não pisavam no Maranhão. Isso só aborrece a finda oligarquia que se descredenciou moralmente no Brasil.

E pensar que a imprensa de Sarney gastou tanta tinta inutilmente para fazer crer aos maranhenses que faltava ao governador prestígio junto ao Governo Federal. Mentira tem pernas curtas, mas essa nem pernas tem.

As potencialidades da Baixada Maranhense

Por Flávio Braga

Senhor governador, a Baixada Maranhense é uma microrregião de 20 mil quilômetros quadrados, composta por 21 municípios e habitada por mais de 500.000 habitantes. Na estação chuvosa, a Baixada se transforma em uma imensa planície alagada, que forma o majestoso Pantanal Maranhense, com toda a sua diversidade de fauna e de flora que ornamentam os seus campos naturais. É um santuário ecológico de rara beleza onde a paisagem muda de acordo com a época do ano. É uma região vocacionada ao ecoturismo sustentável.

Encravada às margens do Golfão Maranhense e ostentando diferentes ecossistemas e características bem peculiares, a Baixada Maranhense é banhada pelos rios Aurá, Maracu, Mearim, Pericumã, Pindaré e Turi, reunindo um dos maiores e mais belos conjuntos de lagos e lagoas do mundo, onde está situado o mais extenso refúgio de aves aquáticas da região Nordeste. A Baixada Maranhense foi transformada em Área de Proteção Ambiental (APA), por meio do Decreto Estadual nº 11.900, de 11 de junho de 1991, em face da sua importância ecológica, especialmente para as numerosas espécies de aves migratórias, que utilizam a região como ponto de descanso, alimentação e reprodução.

Além do maior conjunto de bacias lacustres do Nordeste, onde se destacam os lagos Aquiri, Cajari, Capivari, Coqueiro, Formoso, Itans, Lontra, Maraçumé e Viana, a região possui extensos manguezais e babaçuais. O complexo de lagos da Baixada constitui uma região ecológica de destacada importância no Estado do Maranhão, não só como potencial hídrico, mas pela importância socioeconômica que representa para as comunidades rurais, tendo em vista a intensa atividade de pesca artesanal que alimenta a população dos municípios baixadeiros, bem como parte da Capital do Estado.

Malgrado os seus encantos e belezas naturais (que a tornam potencialmente rica), a Baixada tem sido desprezada pelos sucessivos governos estaduais. Temos a população mais pobre do Estado, que sobrevive basicamente dos programas de transferência de renda e da pequena agricultura rudimentar. Na época da estiagem (outubro a janeiro), o cenário de extrema miséria desperta piedade em qualquer pessoa. Nesse contexto, políticas públicas destinadas à melhoria da qualidade de vida do campesinato baixadeiro se tornaram inadiáveis e merecem ingressar na agenda da gestão progressista do camarada Flávio Dino.

À guisa de contribuição, sugerimos algumas obras emergenciais e estruturantes que produzirão benefícios imediatos à sofrida população baixadeira: apoio à construção dos diques da Baixada, recuperação da barragem do Rio Pericumã em Pinheiro, pavimentação da estrada de Pedro do Rosário ao povoado Cocalinho em Zé Doca, construção da ponte sobre o rio Pericumã ligando Bequimão ao litoral ocidental do Estado, construção das vicinais de campo para represar água em fundos de enseadas, construção da barragem do rio Maracu em Cajari, pavimentação da estrada de escoamento do pescado de Itans a Matinha, reconstrução da barragem da Maria Rita (beneficiando os municípios de São Bento, Palmeirândia Peri-Mirim e Bequimão), implantação do pólo turístico da Região dos Lagos e reconstrução da barragem do Félix entre Bequimão e Peri-Mirim. Governador, a Baixada espera a sua ajuda. Forte abraço e votos de muito sucesso.

Inflexão da Curva da Vida

Por José Lemos

Quem não conhece bem a língua inglesa acha-a pobre. Credita-a um pragmatismo que dizem não existir nas latinas, mais ricas, segundo esta avaliação. Não bastasse esse conflito, ainda há desencontros entre o inglês falado na Inglaterra, que os ingleses acreditam mais puro do que aquele falado nos EUA, que acusam de ser imediatista.Polêmicas à parte, a língua que foi falada por Shakespeare e Abraham Lincoln tem duas palavras para distinguir um evento que, em português, tem apenas uma.

Em português falamos indistintamente aniversário para o dia do nosso nascimento, ou para a comemoração de um evento especial, como o dia em que assumimos um emprego, que trocamos o primeiro beijo com uma pessoa que amamos, ou mesmo, aquele em que pela primeira vez fizemos amor com ela. A primeira vez jamais esqueceremos. Se foi boa.

Em inglês o dia do nosso nascimento é o “birthday”. Qualquer outra comemoração que se dê a cada ano será chamada de “anniversary”. A língua inglesa dá assim uma conotação especialíssima para este dia que é um marco nas nossas vidas.

Nesta semana, que começa no dia 22, eu comemorarei mais um ano do dia do meu nascimento ou aniversário.Comemoramos o nosso aniversário na perspectiva de que alcançamos mais um ano de vida. Mas existe outro lado (talvez sombrio, em geral despercebido) desse evento, como se fosse duas faces de uma moeda. Só que, ao contrário das moedas que são utilizadas para fazer as famosas experimentações estatísticas, em que ambas as faces devem ter igual chance de ocorrer, na moeda da vida não é bem assim. A cada ano que avançamos, mais viciada a moeda da nossa vida ficará, no sentido de que menos tempo ainda teremos para viver.

Assim, se quando nascemos estávamos “programados”, por alguém sobrenatural e que não conhecemos, para viver cinquenta anos, ao celebramos com alegria o 48º aniversário, na verdade estamos “comemorando” os dois anos que nos restam. Duro? Como não sabemos disso (ainda bem), tocamos em frente às comemorações.

As Nações Unidas criaram em 1990 o conceito de desenvolvimento humano que estabelece que para atingi-lo as pessoas devem ter vida longa, “beber na fonte do saber”, e ter renda digna. Para calcular a longevidade a entidade utiliza o conceito de esperança de vida ao nascer. Assim, quem nasce no Brasil hoje, tem uma esperança de vida de aproximadamente setenta e quatro anos. Quem nasceu na minha geração, e em gerações anteriores, a esperança de vida é bem menor. Ela evolui com os avanços da medicina, com o advento de tecnologias que viabilizam o o a itens que possibilitam viver mais.

A esperança de vida ao nascer é apenas um referencial. Não é determinismo dos anos de vida que teremos por aqui. Ainda bem que é assim! Mas serve como referencia para fazermos algumas reflexões acerca da nossa breve agem por este belo planeta.Vamos fazer um exercício (talvez bobo e, por isso peço desculpas aos leitores) acerca da trajetória na vida de uma criança que nasça neste ano, exatamente no dia do meu aniversário. Ela terá uma esperança de vida de 74 anos. Caso itamos a trajetória da nossa vida como sendo equivalente à de uma curva, então nos primeiros anos a curva da vida crescerá a taxa crescente. Entendida como a formação da massa óssea, muscular, acúmulo de conhecimentos, carga hormonal. Por volta dos dezoito até os vinte anos esses elementos atingiriam o ápice. Entre os quatorze anos e esta idade os garotos não podem ver um joelho de uma garota, uma cruzada de pernas sob uma saia mais ousada, ou as curvas da professora que esteja tentando, de costas para a turma, demonstrar teoremas de trigonometria, expondo sobre bioquímica ou fotossíntese. As garotas são mais comedidas, mas também tem os seus lampejos. Talvez isso explique porque se “apaixonam” por ídolos, colecionam fotografias, soltem gritos histéricos quando estão diante deles…

A partir desta idade a curva da vida continua num crescendo, mas agora a taxa decrescente, de sorte que entre os 37 e os 40 anos deve atingir, em algum lugar, o ápice. Inflexiona nesse ponto e entra em fase descendente. Inicialmente em taxas baixas e depois mais aceleradas. Não sei se este exercício faz algum sentido. Mas se parássemos para pensar sobre isso, bem lá atrás, talvez cometêssemos menos bobagens na juventude. Quando somos jovens, extrapolamos. Acreditamos que a nossa vida é infinita. Vemos as pessoas grisalhas com certo desdém. As chamamos de velhas.

Não entendemos que, caso não morramos no meio do caminho, este será o nosso destino normal. Na fase descendente já devemos ter construído boa parte do que esperamos fazer na vida. Tanto em termos profissionais, como de vida afetiva. Isto não significa que não possamos recomeçar, ou aprimorar e reparar, na fase madura, o que construímos. Continuar fazendo projetos de longo prazo me parece ser um bom elixir para uma longevidade saudável. Indolência, vida sedentária, conformismo, acredito eu, são aceleradores do processo da degeneração senil, física e, portanto, orgânica. Aniversário é um bom dia para refletir sobre isso. Eu acho!

Prefeitura descumpre regras e Ministério bloqueia recursos da saúde

Com informações do Blog do Elanderson

A gestão do prefeito de Bequimão, Zé Martins (PMDB), deixou de rear informações sobre a produção da vigilância sanitária durante três meses consecutivos, nos meses de junho a outubro de 2014, ao Ministério da Saúde.

De acordo com informações postadas no Blog do Luís Cardoso, como consequência o Ministério da Saúde bloqueou os recursos da saúde em janeiro deste ano e a situação deve perdurar até o mês de abril, trazendo enormes prejuízos para a população de bequimãoense.

Municípios irregulares quanto ao SIA-SUS monitoramento em 20 de janeiro de 2015

Municípios irregulares quanto ao SIA-SUS monitoramento em 20 de janeiro de 2015

Servir a Deus e mudar a vida das pessoas

Por Flávio Dino

CFPara todos os cristãos, o período da Quaresma é momento de reflexão sobre os mais profundos ensinamentos deixados por Jesus Cristo, em sua agem terrena. São 40 dias em que a comunidade cristã se dedica a renovar sua fé na vida eterna e fortalecer o espírito de comunhão.

No Brasil, a Quaresma é marcada pelas Campanhas da Fraternidade, as quais têm, para mim, um significado muito especial, pois elas foram determinantes para que eu decidisse servir à causa da Justiça Social. Foi nesse período que, em 1983, durante uma palestra do saudoso Padre Victor Asselin, pela primeira vez falei em público. A propósito do tema escolhido para aquele ano, cujo lema era “Fraternidade sim, Violência não”, rompi a timidez de adolescente e dialoguei com meus colegas de escola sobre a violência no campo. Tema, que, apesar de transcorridos mais de 30 anos, continua premente em nosso País.

Neste ano de 2015, primeiro ano em que me foi concedida pelo povo do Maranhão a honrosa missão de istrar o Estado, a Igreja Católica traz um tema que considero de extrema importância no debate público do Brasil. O tema é: “Fraternidade: Igreja e Sociedade” com lema “Eu vim para servir”, retratando o papel dos movimentos religiosos e de cada cristão em sua agem pela dimensão material da existência.

Através deste tema, que inicia seu debate agora, mas que deve perdurar ao longo deste ano, a Igreja reafirma seu compromisso com as “periferias existenciais” destacadas pelo Papa Francisco. Ao ressaltar o seu papel como acolhedora dos homens seguindo a sua doutrina social, a Igreja sinaliza aos cristãos o quão importante é a superação das relações desumanas e de violência que permeiam o contexto mundial, brasileiro e também maranhense. Para alcançar este objetivo, a postura de amor ao próximo e o serviço da Igreja em nome dos mais pobres, servindo-os, são as mensagens que a Campanha da Fraternidade deste ano quer nos trazer com mais ênfase.

Foi neste sentido que o Papa Francisco, que tem feito reiterados gestos em nome da igualdade entre os homens, enviou mensagem ao Brasil, dias antes do lançamento da Campanha pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e sublinhou o papel de cada cristão em promover um mundo melhor. Creio que este momento é capaz de renovar a força transformadora da Ressurreição de Cristo, que é muito maior do que um “evento histórico”, sendo o símbolo máximo da transcendência que integra a vida.

Da mensagem do Papa, dois trechos têm significado muito especial para a realidade do Maranhão e por isso compartilho com todos vocês, a fim de que essa reflexão nos acompanhe efetivamente, tornando-nos capazes de transformar a nossa realidade.

A primeira delas é a agem bíblica que consta no Livro de Marcos, 10:45. “O filho do homem não veio para ser servido, mas para dar a sua vida em resgate por muitos”. A mensagem de entrega da vida a servir aos que mais sofrem é a chave da reflexão da quaresma de 2015. Isso é especialmente relevante para inspirar-nos no gigantesco esforço de redesenhar a política maranhense, deixando para trás o modelo em que a política serve aos políticos, e não à população.

O Papa Francisco, seguindo suas reflexões acerca do tema, também ressaltou a materialidade que esse pensamento deve ter nas ações do nosso cotidiano. Somente assim, cumpriremos a nossa missão na terra. Na carta encaminhada na última semana aos católicos brasileiros, o Pontífice frisou: “Encaminhemos nossas consciências sobre o compromisso concreto e efetivo de cada um na construção de uma sociedade mais justa, fraterna e pacífica”. A fé transformada em ação em prol do outro, portanto, fortalece a missão cristã de promover paz e igualdade em nossa sociedade. Sublinho, em coerência com a assertiva do Papa, que a visão transcendental do Cristianismo não exclui, ao contrário, exige, um compromisso “concreto e efetivo”. Vale dizer: aqui e agora.

Faço essas considerações sobretudo para homenagear a Igreja Católica pela iniciativa, mas também para deixar claro quais são os valores e princípios que nos sustentam no exercício do mandato popular. Menos preocupação com o poder e seus adereços, mais zelo com a dignidade do serviço em tempo integral a uma causa. Essa é a essência da MUDANÇA com a qual nos comprometemos e estamos fazendo. Com coragem e serenidade.

Advogado, 46 anos, Governador do Maranhão. Foi presidente da Embratur, deputado federal e juiz federal

Flávio Dino: ‘Recebemos um ivo de R$ 1,3 bilhão, que só cresce’

Do blog Coluna Esplanada

Leandro Mazzini 

dinoAs primeiras semanas de governo de Flávio Dino no Maranhão tornaram-se uma sucessão de descobertas – de ‘novidades negativas’ – com o pente fino em contratos e na gestão que herdou de Roseana Sarney.

O governador herdou o Estado com R$ 24 milhões em caixa, mas com R$ 600 milhões em restos a pagar e uma dívida de meio bilhão acumulada de precatórios a quitar, não pagos desde 2012.

Com o cenário não favorável, entrou na lista de governadores que incluíram os cortes drásticos de custeio nas prioridades, embora garanta que o Estado terá verba para grandes investimentos, em especial no tripé Saúde-Segurança-Educação, e em obras de infraestrutura.

Nesta entrevista à Coluna, Dino faz uma radiografia da atual situação da gestão, como tem resolvido as questões para evitar uma crise, e fala em ‘recomposição do serviço público’.

‘A realidade é que pouquíssimos órgãos do mandato anterior efetivamente funcionavam. Havia terceirizações injustificadas, funcionários fantasmas, muita desorganização’, revela.

Recentemente, numa entrevista a uma revista, o senhor disse que expulsou uma quadrilha do Maranhão. Ela atuava no governo?

Atuava muito fortemente em várias áreas do governo. Tínhamos aqui uma total confusão entre interesses privados e aplicação de recursos públicos, e uma cultura de descumprimento generalizado da lei. E isso fez com que muitas denúncias se acumulassem nesses anos todos, e a mais recente delas é exatamente a que envolve essa tenebrosa transação intermediada por Alberto Youssef e que acabou preso em São Luís.

Este não é apenas um caso isolado. É fruto de uma sequência de casos e este é o mais notório, mas é o sintoma, a ponta do iceberg que encontramos e estamos progressivamente desmontando, apurando, e vamos tomar as medidas legais cabíveis para que haja inclusive ressarcimento ao erário quando for cabível.

A sua antecessora, a ex-governadora Roseana Sarney, foi citada pela imprensa como uma das supostas beneficiadas pelo esquema de Alberto Youssef, e agora o STJ remete para o TJ do Maranhão o processo. Como o senhor vê este cenário?

Nós vamos tomar as medidas legais que neste caso concreto indicam a propositura de ações judiciais. Por determinação do STJ, está em absoluta coerência com aquilo que defendemos. Tudo tem que ser apurado. A Justiça do Maranhão, tenho certeza, é capaz de fazê-lo, e nós vamos ajudar naquilo que nos cabe. Seja fazendo as apurações istrativas – temos uma secretaria de transparência e controle que foi criada para isto – e temos a orientação dada de a polícia e a Procuradoria do Estado de não observarem critérios partidários em nenhum momento. Ou seja, todos aqueles independentemente da posição política, do partido, que tenham em algum momento, na gestão de recursos públicos, infringido a lei, devem responder perante o Poder Judiciário.

O nosso papel neste caso, pelo sistema jurídico brasileiro, não é propriamente de punir, mas de solicitar, de provocar, de ajudar a investigar, e isto está sendo feito.

O senhor assumiu o governo, é o principal agente público do estado, há uma responsabilidade financeira. Como o senhor pegou o governo, com ou sem caixa?

Recebemos um ivo crescente. A última estimativa que fizemos era da ordem de R$ 1,3 bilhão , porque a cada semana nós descobrimos novidades, débitos que não estavam contabilizados – novidades negativas. Dívidas não declaradas.

Vou citar a mais recente delas: depois da nossa vitória na eleição, o governo do Estado parou de pagar a conta de energia de vários órgãos públicos.

O senhor acha que isso foi armadilha?

Uma sabotagem, evidente. Não havia justificativa fiscal, porque havia dinheiro em caixa, para deixar de pagar a companhia de energia que é privada. Descobrimos que a companhia de águas do Estado deve quase R$ 20 milhões para a companhia de energia que é privada. Porque simplesmente a partir de outubro eles não pagaram. A própria companhia de energia emitiu uma nota esclarecendo que desde outubro vinha cobrando e o Estado parou de pagar. E isso não foi informado na transição.

E isso aconteceu em outros órgãos?

Em tantos outros órgãos. A dívida ultraa R$ 30 milhões. Apenas a maior é da companhia de águas.

Então a sua antecessora o sabotou?

Claramente, sim, infelizmente houve uma atitude pouco democrática. Primeiro não houve uma transição organizada e em segundo lugar, houve essa conduta. De criar dificuldades, de criar embaraços para o novo governo, e isso se retratou em outros débitos que ficaram, por exemplo com prestadores de serviços. Na área de saúde nos pegamos dívidas superiores a R$ 100 milhões.

O senhor tem ideia de quanto tem em restos a pagar para fornecedores?

Restos a pagar chegam a quase R$ 600 milhões.

E o senhor tem esse dinheiro no cofre?

Claro que não! Nós recebemos R$ 24 milhões em caixa. Os precatórios não eram pagos desde 2012. Muita gente não entendeu na época e hoje eu tenho uma hipótese de que esses precatórios pararam de ser pagos para criar um mercado de negociações.

Porque o Maranhão sempre manteve os precatórios em dia, era uma marca do Estado, desde tempos imemoriais. De repente, em 2012, sem nenhuma justificativa fiscal, parou de pagar precatórios. Então só de precatórios são outros R$ 500 milhões. Mais dívidas que já pagamos este mês com bancos internacionais, parcelas de empréstimos, e tudo isso gerou uma sobrecarga imensa de despesas neste começo de governo, que estamos honrando aquelas relativas ao nosso governo, pagando o que deve ser pago, fazendo auditorias em relação a pagamentos e ao mesmo tempo diminuindo gastos perdulários, abusivos, encontrados e assim sucessivamente.

O senhor está fazendo auditoria sobre os precatórios?

Na verdade o que pedidos ao Tribunal de Justiça oficialmente é que nós façamos um trabalho conjunto, de identificação dos precatórios segundo a ordem cronológica, e que haja portanto respeito aos parâmetros constitucionais legais dentro da disponibilidade fiscal do Estado.

Estamos esclarecendo o montante que vamos poder pagar em 2015 e vamos informar isso ao TJ para que pague segundo os seus critérios. Nós não vamos interferir na fila. Quem vai definir o ritmo de pagamento, quem vai receber e assim sucessivamente vai ser exclusivamente o Tribunal

Houve auditorias em secretarias? Na praça o que se fala é que o senhor deve olhar para a frente, não para o ado. É uma provocação necessária?

Na verdade estamos preocupados com o futuro. Queremos tomar as medidas que o nosso Estado precisa para melhorar a vida do povo. Isso envolve inclusive cuidar de coisas do ado que têm repercussão agora. Nós estamos revirando.

Que coisas do ado?

Por exemplo, dívidas que não têm razão de ser. Contratos que nós deveríamos honrar mas que não têm razão de existir. Isso são coisas do ado, mas que têm repercussão aqui, agora e amanhã. Então se eu dissesse pura e simplesmente que tudo aquilo que está no ado não me diz respeito, eu estaria traindo o meu compromisso fundamental de cuidar bem do patrimônio público.

Então nós estamos sim revendo contratos, diminuindo contratos de terceirizações, e fazendo auditorias em algumas áreas. Cito exemplo: na saúde, temos auditoria sendo realizada lá a pedido do gestor, não fui eu quem mandei. E isso não é uma determinação de uma espécie de santa inquisição, de acordo com o que os gestores considerem necessário. E quem vai fazer a auditoria não são os que eu nomeei, são servidores concursados do Estado, que inclusive foram nomeados por outros governos.

E o senhor já tem resultados preliminares?

Ainda não. Isso depende de cada caso, depende da solicitação de cada secretário à auditoria. Mas acredito que a partir de março os primeiros resultados já sejam publicados.

O senhor disse que pegou o governo com R$ 24 milhões, é um privilegiado, porque alguns governadores pegaram o Estado falido. A maioria diz que será um ano de muitos cortes. Os seus cortes também incluem investimentos?

Sobretudo custeio. Gastos perdulários. Desativamos alguns privilégios. Como uma casa de praia custeada com dinheiro público. Cortamos cargos comissionados, deixamos de provê-los. Exoneramos todos e renomeamos naquilo que era necessário. Por exemplo, a Fundação da Memória Republicana, que cuida do patrimônio do senador José Sarney, tinha 45 cargos; vamos deixar 15. Fizemos isso em outros órgãos.

E sobretudo estamos enfrentando contratos de terceirizações. No Detran saímos de R$ 20 milhões para R$ 6 milhões. São estas reprogramações, sobretudo no custeio, que estão permitindo que a gente faça outros gastos de custeio, porque ao mesmo tempo que fizemos isso, garantimos também o início da principal obra do governo que é a recomposição do serviço público. Vamos nomear mais policiais, e aumentamos os salários dos professores.

Que outros investimentos de impacto o senhor prevê para este ano?

Sobretudo estas questões atinentes à recomposição do quadro do serviço público. Estamos fazendo um seletivo para mais mil professores, prorrogamos os contratos de outros 4.495 professores temporários. Estamos no processo de finalização de mil novos policiais militares, chamamos novos 60 profissionais para a Polícia Civil e vamos fazer um concurso para o sistema penitenciário.

Estamos recompondo o funcionamento da máquina pública que havia sido totalmente destruída no último governo. A realidade é que pouquíssimos órgãos do mandato anterior efetivamente funcionavam. Havia terceirizações injustificadas, funcionários fantasmas, muita desorganização.

Os vários problemas do complexo penitenciário de Pedrinhas terminaram ou só saíram do noticiário?

Estamos progressivamente fazendo com que eles sejam resolvidos, não resolvemos tudo.

Mas não se viu mais rebelião..

Conseguimos encontrar um ponto de equilíbrio. Primeiro lugar, recuperamos a autoridade do Estado sobre o sistema. Quando chegamos, os presos por exemplo eram donos das chaves das suas próprias celas em muitas unidades. Recuperamos recomposição de equipes, fornecemos fardamentos aos presos, criação de rotinas, de procedimentos, fizemos movimentações de presos visando diminuir o poder das facções.

Até aqui temos encontrado o caminho. Conseguimos a prorrogação da presença da Força Nacional de Segurança , que tem sido uma ajuda importante no sistema penitenciário. Temos hoje uma tendência declinante de índices de criminalidade dentro e fora do sistema judiciário.

O que pode o cidadão esperar do novo governo até o fim do ano?

As medidas mais importantes estão no terreno da educação e da segurança pública. Vamos iniciar uma campanha de alfabetização, já que temos o maior analfabetismo do Brasil.

O senhor conta com quem para isso?

O trabalho local e vamos conhecer no MEC as várias metodologias existentes para encontrar a mais adequada à realidade maranhense. Vamos começar o processo de substituição das escolas de palha e barro. Simultaneamente vamos lançar grandes obras mediante a reprogramação do saldo do empréstimo do BNDES.

Reprogramamos as obras de modo a fazer intervenções estruturantes no Maranhão. Vamos completar finalmente a ligação dos Lençóis Maranhenses com o Delta do Parnaíba e o litoral do Ceará na chamada Rota das Emoções.

Aquele garoto poderia ter sido eu

Por José Lemos*

Pedim era o primogênito dos filhos de Corrinha (forma carinhosa de chamar as Marias do Socorro maranhenses) e Zé. Os outros eram Chico, Riba, Toinha, Mundica e Zefa. Sobreviviam da pouca terra que ocupavam como posseiros em Paricatiua, povoado de Bequimão, um dos municípios mais carentes do Brasil. Foi batizado Pedro porque nasceu em 29 de junho, um grande feriado para os católicos no Maranhão.

Paricatiua sempre foi um vilarejo bonito e que hoje reúne umas quinhentas famílias humildes, predominando agricultores posseiros e pescadores. Foi assim designado em deferência a uma árvore da família das leguminosas: Paricá.

Paricatiua seria um lugar rico daquela bela espécie florestal. Caso tenha sido assim, hoje não se tem notícia da existência de Paricás naquele pedaço de chão sofrido e esquecido do Brasil.Pedim cresceu naquelas paragens convivendo com a natureza. Ajudava aos pais na roça de mandioca, arroz, feijão e milho. Coisa de algumas poucas “tarefas”. Uma “tarefa” equivale a aproximadamente um terço de hectare.

Corrinha dava duro nos trabalhos do roçado, mas também tinha de cuidar da casinha de taipa, com reboco e pintura precários, chão batido, coberta com palha de babaçu. A pouca comida, que era amealhada através das pescarias que Zé realizava no belo e até hoje frondoso rio Itapetininga que recebe influencia das marés e que banha o lugarejo, era cozida com lenha colhida da vegetação.

O peixe guisado (ou assado) era acompanhado com “xibé”: farinha d’água inflada com água.No quintal do casebre cercado com talos de babaçu, Corrinha criava algumas galinhas, e mantinha dois galos que eram os responsáveis pela “cobertura” daquele pequeno plantel, e a garantia de que sempre haveria pintos a serem criados.

Nas manhãs dava gosto ouvir os cantos daqueles bichos anunciando que eram eles os donos do terreiro. Faziam dueto em alternância. Vez em quando brigavam para garantir o cruzamento com a galinha que estava ali se insinuando. Os ovos das galinhas eram recolhidos, quando não eram devorados por animais silvestres, e ajudavam na dieta da família. Uma parte era colocada sob as galinhas para serem chocados.

No quintal, Zé e Corrinha plantaram alguns “pés de laranja”, limoeiro, mangueiras e uma jaqueira, daquelas do bago mole. Ah, aquelas jacas eram deliciosas. Pedim e os seus irmãos adoravam se lambuzar comendo os seus bagos.

Em ocasiões especiais, ou quando a pesca não ajudava, Corrinha tinha que sacrificar uma das galinhas para a refeição da família. Então se criava um grande problema. Pedim, garoto travesso, criado com o “pé no brasil” (descalço), com baladeira em punho, jamais caçava pássaros, não matava troiras, calangos ou outros animais.

A baladeira era utilizada para porfiar com os colegas acertando alvos como garrafas ou latas de leite esvaziadas. Também a usava para apanhar frutas como mangas no alto das mangueiras. Odiava ver arinho preso. Sempre que tinha oportunidade, aproveitava o descuido do dono para abrir a porta da gaiola e solta o pássaro. Era prazeroso vê-los em liberdade. Tinha dó ao perceber que, depois de algum tempo aqueles animais criados naqueles cativeiros horríveis, perdiam a capacidade de sobrevivência. Desaprendiam a buscar a própria comida.

Mas Pedim intuía que seria bem melhor para o pássaro morrer livre e voando, a viver indefinidamente numa gaiola privado de uma “arinha” para namorar, de “amigos” para voar em bando, de cantar livre sob aquele céu azul e bonito. Tomar banho de chuva.

Então o dilema estava feito. Não tinha comida em casa e Corrinha precisava alimentar Pedim, seus irmãos e Zé. A galinha teria que ser sacrificada. Pedim não concordava com a solução. Mas, óbvio, como criança ainda no pique dos seus onze anos, não tinha solução para o problema.

Ele sabia que qualquer uma daquelas galinhas que fosse escolhida para morrer merecia de todos eles uma enorme afeição. Imaginava no que a galinha “pensaria” ao ver a sua mãe com uma faca amolada na mão, puxando-lhe o pescoço para a degola. Logo ela, Corrinha, que todos os dias a alimentava, cuidava dela quando tinha “gogo”…

A galinha a ser sacrificada iria olhar, sem entender e nos estertores da perspectiva de morrer, para aquela mulher com a arma fatal que lhe ceifaria a vida. Isto era muito diferente do ataque de uma raposa ou de outro predador, já sabidamente inimigo dela, galinha. No caso do predador ao menos tinha chance de escapar.

Em vez disso estava Corrinha, que sempre se mostrara tão amiga, ali no ponto de tirar-lhe a vida. Terrível.Tudo isso ava pela cabeça daquele garoto. Não, Pedim não poderia concordar com aquele ato de violência. Pior ainda, de traição. Sim, traição mesmo. Brigava com a mãe, mas no final sempre prevalecia a vontade dos adultos.

Na hora do almoço Pedim sentado à mesa com seus pais e irmãos, tinha os olhos marejados. A comida lhe inchava na boca. Cresceu, mudou-se para uma grande cidade e descobriu que os abates de bois, suínos, carneiros e bodes conseguem ser ainda mais cruéis. Decidiu que nunca mais um animal teria que morrer para ele, Pedim, se alimentar.

Uma decisão radical? Talvez. Mas fundada em sentimentos de respeito ao direito à vida para os outros animais.

O Carnaval de todos nós

Por Flávio Dino

Para alguns, carnaval é tempo de festas. Outros, preferem descansar, aproveitar momentos de descontração com a família ou se reunir para encontros religiosos. Todos, no entanto, esperam que este período seja de alegria e segurança onde quer que estejam. Por ser uma data marcante no calendário em todo o Brasil, nos preocupamos em montar uma adequada logística estadual para garantir que este seja um carnaval bom para todos os maranhenses. Pena que só tenhamos tido 40 dias para organizar tudo.

Mesmo ainda estando bem no início do Governo, reunimos as equipes de várias secretarias para que pudéssemos investir no carnaval em todas as regiões do Maranhão. Por intermédio da Secretaria de Cultura, dezenas de municípios contaram com a parceria do Governo do Maranhão na organização de suas festas. Sem distinção de cores partidárias, o Governo priorizou projetos que permitissem aos maranhenses vivenciar o período carnavalesco em festas ou retiros culturais. Aproveito para agradecer a parceria dos deputados estaduais que destinaram emendas para ajudar a projetos em todo o Estado.

Acompanhei junto com a equipe do Governo do Maranhão a adoção de uma série de providências, entre as quais destaco o reforço à Operação Lei Seca nas cidades com maior fluxo de brincantes, com ações de conscientização e fiscalização dos foliões.

O esforço conjunto entre o Departamento de Trânsito do Maranhão e a Polícia Militar ocorre durante 10 dias, pré e pós-carnaval, na capital e no interior do Estado. Todas elas definidas a partir do grande fluxo de visitantes. A Secretaria de Turismo também atuará na proteção das crianças, com a campanha “Proteja – Não desvie o Olhar” em hoteis, taxis e pontos de festividade. Além disso, a Secretaria de Turismo montou receptivo especial no aeroporto de São Luís.

Também melhoramos a segurança no trânsito de visitantes à Baixada Maranhense, que usam o ferryboat que liga São Luís à região. Uma força-tarefa liderada pela Empresa Maranhense de istração Portuária colocou à disposição da população uma ambulância do Corpo de Bombeiros, reforço de segurança policial, alem de recuperação asfáltica e melhoria da iluminação pública na Ponta da Espera.

Ações de prevenção na área da Saúde Pública também foram articuladas pelo nosso Governo, organizadas pelas Secretarias de Juventude, Saúde e Cultura. Com a campanha “Juventude prevenida, dando um baile de alegria”, equipes das três pastas vão alertar sobre riscos quanto a acidentes de trânsito, uso de drogas, afogamentos, dependência química, violência e doenças sexualmente transmissíveis.

Na capital, realizamos uma importante parceria do Governo do Maranhão com a Prefeitura de São Luís e unificamos as festas de carnaval, antes realizadas sem nenhuma coordenação. No Centro Histórico, priorizamos a programação cultural com foco nas atrações tipicamente maranhenses. Elaboramos o circuito unificado, observando critérios que garantissem mais segurança aos brincantes e também às unidades hospitalares. Os foliões agora começam o percurso na Praça Deodoro, ando pela Rua da Paz e Praça João Lisboa, além dos espaços na Madre-Deus e na arela do Samba.

Quero consignar uma palavra especial de agradecimento aos servidores públicos e aos trabalhadores em geral que se dedicarão para que tudo corra bem neste período. Eles são a força que move todos os nossos empreendimentos.

Nós acreditamos na grandiosidade das expressões culturais da nossa gente e, por isso, elas são prioridade neste Governo. Que a nossa música, nossos artistas, nossas cores, nossos sotaques, nossas tradições, se espalhem pelas ruas de todo o Estado, sem distinção de região, religião ou partido político. O carnaval é de todos nós. Que ele transcorra em paz.

Advogado, 46 anos, Governador do Maranhão. Foi presidente da Embratur, deputado federal e juiz federal