Polícia não investiga crime de empresário em Bequimão e revolta população

Do Blog do Paulinho Castro

João de Libânia

João de Libânia

A população do município de Bequimão, quer saber porque o crime contra o empresário João de Libania não foi e não estar sendo investigado pela policia. Familiares estão desesperados e buscando explicações para a falta de interesse da policia em investigar o crime que chocou a população de Bequimão e da Região da Baixada. Até hoje, nenhum delegado ou policial apareceu para saber detalhes, recolher o material deixado pelos assassinos ou ouvir pessoas que testemunharam o crime.

No dia do acontecido e depois do crime a policia só apareceu 40 minutos depois de ser chamada ao local do latrocínio. Abordada para pegar o material encontrado no mato, perto da cidade e que teria sido deixado pelos bandidos, os 3 policiais militares, os únicos que fazem a guarda de todo município de Bequimão e que funcionam como delegados, alegaram que a viatura estava sem a bateria e que não poderiam ir ao local.

O material deixado pelos assassinos; chinelos, a faca usada para cortar a corda usada para amarar as pessoas da família, um boné e as capsulas das balas usadas na morte do comerciante, nada disso foi recolhido pela policia. Uma bermuda reconhecida pelo filho da vitima e encontrada no mato perto da cidade suja de sangue; isso tudo que deveria estar de posse da policia, não despertou nenhum interesse da policia civil de Pinheiro do delegado Regional Dr. Claudio.

Testemunhas dão conta de que um dos bandidos teria sido atingido por um tiro e teria saído mancando do local. A bermuda encontrada por populares perto da cidade e suja de sangue e reconhecida pelo filho da vítima Marcel, comprova o ferimento de um dos bandidos. Alguém investigou? Nada. Os boatos inventados agora contra a vítima estão incomodando a família que pedem investigação e justiça!

Agente comunitário de saúde é assassinado em Bequimão

O agente comunitário de saúde Rosalino, 58, foi brutalmente assassinado na madrugada de ontem (domingo, 16), no povoado Vila do Meio, município de Bequimão.

Segundo informações de familiares, Rosalino voltava de uma festa no povoado quando foi covardemente agredido pelos criminosos. Ele foi estrangulado e golpeado provavelmente por gargalo de garrafas.

O corpo de Rosalino foi encontrado por um vizinho ao lado de uma cerca a poucos metros da casa onde ele residia, na Vila do Meio. A polícia foi acionada e encontrou no local uma sandália provavelmente deixada por um dos criminosos na fuga.

O enterro do agente de saúde aconteceu na tarde de ontem sob um clima de muita comoção e revolta dos familiares, amigos   e parte da população do município.

O eleitor imbecil e o assassinato de gerações

Do Blog do Controle Social

Por Welliton Resende

Tal qual o analfabeto político retratado no brilhante texto do dramaturgo alemão Berthold Brecht, no Maranhão de hoje estamos diante de um novo-velho personagem: o eleitor imbecil.

E como se faz para reconhecer este tipo bem característico? Muito fácil, pois aqui por estas bandas as pessoas costumam ser cidadãs apenas no período eleitoral e, o que é pior: condicionam o exercício dessa cidadania à errônea “filosofia” tupiniquim de tirar vantagem de tudo.

Este eleitor, após anos à margem de políticas públicas, elaborou o seguinte raciocínio: vou aproveitar a eleição para extorquir os maus políticos.

E é por isso que surge o fenômeno da agiotagem em campanhas eleitorais. Pois os políticos precisam de muito dinheiro para alimentar os bolsos do eleitor imbecil.

Isso porque o nosso personagem título sempre condiciona o seu voto a algum tipo de benesse do candidato. Quer seja uma dentadura, quer seja um emprego na prefeitura para um parente. O estupro da istração Pública se inicia com a eleição e aqui também se inicia o assassinato de gerações.

Na maioria das vezes, os políticos mal-intencionados se utilizam desta oportunidade para comprar o voto do eleitor imbecil e continuar a perpetuação histórica das elites que vemos nos grotões do nosso estado. São sempre as mesmas caras. E quando acontece alguma mudança, o poder é transferido para os filhos, esposas, sobrinhos ou até mesmo laranjas.

Se o eleitor imbecil tivesse mais um pouco de senso, veria que não está vendendo apenas o seu voto. Com o seu gesto ele vende também a merenda escolar do seu filho, o medicamento que deveria estar à sua disposição no posto de saúde, o saneamento básico de sua comunidade, dentre outras políticas públicas que lhe serão tiradas por conta do seu gesto.

Na seara das Ciências Econômicas nos deparamos com a expressão “nada é de graça”, ou “there is no free lunch”, ou seja, não há jantar de graça. Uma hora ou outra a conta terá sempre que ser paga.

Ô eleitor imbecil até quando vais contribuir para o assassinato de gerações?
Welliton Resende é auditor e coordenador do Núcleo de Prevenção à Corrupção da CGU

No assassinato de Décio Sá, a oligarquia está em xeque

Do Jornal Pequeno

Por: Franklin Douglas

O assassinato do jornalista Décio Sá foi covarde, bárbaro, violento. Não se deseja uma morte dessas ao pior inimigo. Foi à expressão máxima de que a pistolagem impera no Maranhão, não tem respeito sequer pela elite política oligárquica que, com leniência, deixou que ela florescesse.

Ligado diretamente a Fernando Sarney, a Ricardo Murad e muito bem quisto pelo patriarca da oligarquia e por sua filha-governadora, a pistolagem não tomou conhecimento dessas ligações: ousou matar Décio Sá, cuja oligarquia que ele tanto defendeu sequer conseguiu protegê-lo.

Conheci Décio no curso de Comunicação Social. Embora um ano a minha frente, formamos na mesma turma. Na Ufma, posicionávamos em grupos estudantis diferentes, contudo, ambos sob influência das teses progressistas da esquerda forjada na universidade. Era essa a cultura política predominante na Ufma dos anos 1990. Fora do espaço de resistência da universidade, a cultura política hegemônica era o clientelismo, o patrimonialismo, o mandonismo. Em vez de resistir, inclusive por sua origem de classe, Décio optou por tornar-se um orgânico militante da classe dominante maranhense. Viu por esse caminho a via mais rápida para ascender no jornalismo, primeiro na Folha de São Paulo, depois no O Estado do Maranhão.

Pioneiro na blogosfera, incorporou a lógica da produção noticiosa da internet e postava freneticamente, o que lhe deu público crescente, ainda que isso custasse a reputação de muitos, a intimidação de alguns (a exemplo do que fez com a reportagem da Folha quando esta veio verificar denúncias de compra de votos nas eleições de 2010) ou a exposição da vida privada de outros. Seu único limite era o núcleo da família Sarney-Murad ao qual se vinculou.

Fruto dessa formação social à qual se submeteu, Décio Sá imaginou-se intocável. Por isso, sob o interesse de seu grupo, foi a ponta de lança da oposição midiática aos governos Zé Reinaldo e Jackson Lago, enfrentou a Vale, denunciou empresários playboys, lideranças periféricas do sarneismo que foram e voltaram – a quem rotulou de “balaios” –, juízes, desembargadores, alguns crimes de pistolagem…

Nossas divergências com a opção política de Décio não impediram de evitar que ele levasse uma surra da turma do atual vice-governador, num encontro do PT, em 2005. Enfurecido pelos textos que Décio publicava das ramificações do escândalo do mensalão com seu grupo no PT maranhense, Washington expulsou-lhe do auditório do Hotel Praiamar, insultando-lhe de “imprensa marron” ao microfone, o que levou a formar no meio do auditório uma espécie de corredor polonês que Décio só escapou graças à intervenção de Augusto Lobato, Márcio Jardim e nossa lhe retirando do recinto – os mesmos que ele não poupou em “detonar”, como dizia, em seus textos. Com seus erros e acertos, era de carne e osso, nem santo, nem demônio…

Só a forte cobrança da opinião pública maranhense obrigará o sistema de segurança pública a dar resposta ao assassinato do jornalista Décio Sá, tal como ocorreu no caso “Stênio Mendonça”, na década de 1990.

Independe da qualidade e da opção ideológica do jornalismo feito por Décio, é obrigação de todos nós a exigência pela elucidação do crime, pois se trata de uma vida humana barbaramente ceifada, do direito à liberdade de expressão (de todos! E não apenas da liberdade da imprensa poder falar), de encorajar jornalistas a não calarem e afastar deles – e da sociedade – a cultura do medo, de silenciar por receio de represálias.

Só a cobrança da sociedade, repito, obrigará a oligarquia a cortar na própria carne, como foi obrigada a fazer na I do Narcotráfico/Crime Organizado. Sobretudo porque a violência é estrutural, criada e incorporada ao sistema político pela elite política que o conformou nos últimos 50 anos. Ontem foi o líder quilombola Flaviano Pinto (em São João Batista) e trabalhador rural Raimundo Alves “Cabeça” (de Buriticupu), hoje o jornalista Décio Sá… amanhã poderá ser qualquer um, se os maranhenses se calarem.

O que está na berlinda é a política de segurança pública do “melhor governo da vida” de Roseana, onde a pistolagem e a impunidade reinam à solta: só neste mês de abril foram 53 homicídios na ilha de São Luís. Praticamente dois assassinatos por dia!

Pautar um falso debate sobre “gorilas diplomados” é querer levantar uma cortina de fumaça diante da falta de aparelhagem/estrutura/pessoal da Polícia para chegar ao mandante do crime…

As metralhadoras da oligarquia deveriam mirar a investigação sobre o mandante do crime, em vez da defesa truculenta da mesma, que quer tutelar a OAB, impondo quem deve e quem não deve dirigir suas comissões internas, ou quer impedir até o direito de opinião dos que não concordam com sua visão do Maranhão.

Não é a cidadania maranhense que está em xeque, tampouco a mulher ou o homem de bem, como você, caro leitor, cara leitora. Quem está em xeque é a oligarquia!

Não à pistolagem!! Não à impunidade!!!

Franklin Douglas, jornalista e professor, escreve para o Jornal Pequeno aos domingos, quinzenalmente. E-mail: [email protected]