Justiça Federal suspende Fundema por suspeitas de corrupção

Do Jornal Pequeno

Roseana está pribida de transferir recursos do BNDES para o Fundema

Roseana está pribida de transferir recursos do BNDES para o Fundema

A alegação acolhida pelo juiz federal Jorge Ferraz de Oliveira Júnior, que responde pela 5ª Vara da Justiça Federal no Maranhão, é de que a burla às leis de fiscalização, a aprovação da lei em menos de 10 dias e a proximidade das eleições são indícios suficientes para pedir a imediata suspensão da transferência direta dos valores provenientes do empréstimo do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), pelo Fundema.

Violação de cláusulas do contrato com o BNDES e desrespeito à Lei de Licitações (lei 8.666/93) foram apontados na decisão como fatores indicativos de que a lei que instituiu o Fundema pudesse ter desvio de finalidade.

A lei aprovada a toque de caixa pela Assembleia Legislativa, de acordo com a decisão, “permite que recursos sejam utilizados para pagar obras anteriores às transferências de recursos para o Fundema”, inclusive liquidando obras anteriores ao empréstimo. Isso faria com que as contratações feitas para a execução desses serviços não pudessem ter a fiscalização necessária, a começar pela não publicação do aviso de licitação no Diário Oficial da União.

Segundo o juiz, há grande possibilidade de que os R$ 4,5 bilhões resultantes de empréstimos feitos pelo Governo do Estado na gestão de Roseana Sarney (PMDB) possam ser usados com fins eleitoreiros. Com base no parecer da Procuradoria Geral da República, que atestou o uso de convênios para comprar apoio político e eleitoral nas eleições de 2010, o juiz federal afirmou que “a proximidade das eleições impõe a imediata concessão da liminar”.

A decisão foi originada de Ação Popular movida pelos deputados Marcelo Tavares (PSB), Rubens Pereira Júnior (PCdoB), Othelino Neto (PCdoB) e Bira do Pindaré (PSB), que denunciaram à Justiça Federal a probabilidade de que o valor emprestado pelo Governo Federal fosse desviado em “transações eleitoreiras”.

O juiz afirmou ainda que a lei, nos moldes como foi aprovada, não dotou mecanismos de fiscalização, transparência e controle adequados. Em clara referência a casos de corrupção, Jorge Ferraz Júnior afirmou que a liminar tem por objetivo maior “evitar prática comum em diversas ações por improbidade”, como saque na boca do caixa. Esse tipo de uso da verba pública exige maior fiscalização de aplicação dos recursos e transparência nas transações financeiras na istração pública, “cautela essa que a lei instituidora do Fundema não adotou”, diz a decisão.

Com a liminar emitida ontem e encaminhada à governadora Roseana Sarney, ao secretário João Bernardo Bringel (Planejamento) e Luciano Coutinho, presidente do BNDES, o Governo do Estado volta a ser o gerente dos mais de R$ 4,5 bilhões adquiridos em empréstimos feito junto ao Governo Federal ao longo de 3 anos – restabelecendo as regras do contrato firmado para que o próprio Governo Estadual seja o responsável pelas obras.

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social e Eleitoral

Por Zé Reinaldo Tavares

Quando Juscelino Kubitscheck criou o BNDES, ele nunca pensou que o banco viesse a se transformar num artifício para que oligarquias decadentes tentassem utilizá-lo como instrumento para fraudar as eleições e as leis do país.

Pois bem, é exatamente isso que a oligarquia Sarney tenta fazer nestas eleições. O que pretendem é de um absurdo tão grande que só o desprezo pelas leis do país e a certeza da impunidade podem explicar. Vejam que cheguei até a escrever sobre isso, quando o TSE, modificando toda a jurisprudência do tribunal – inclusive usada para cassar Jackson Lago e o governador da Paraíba Cássio Cunha Lima, além de dezenas de prefeitos de todas as regiões brasileiras – resolve que a cassação do diploma de governadora de Roseana Sarney não era mais algo sob sua jurisdição e sim dos TREs e tudo deveria recomeçar a partir do zero pelo tribunal do Maranhão.

E isso foi feito a despeito do arrasador parecer do Procurador Geral da República, que manifestou-se pela cassação do mandato de Roseana Sarney, baseado em grande abundância de provas incontornáveis. O TSE, ao livrá-la da cassação, deu à oligarquia a certeza de que daí para a frente, tudo vale e nada será punido. Assim é que, certos disso, cada vez ousam mais e já não distinguem o que é público do que é privado. Se não fosse assim, jamais teriam coragem de enviar à Assembleia Legislativa uma lei absurda e que tem por finalidade avançar em recursos do BNDES para rear a municípios e financiar a eleição deste ano. Dessa forma, a campanha do candidato da família Sarney seria financiada com recursos de empréstimos do BNDES e pagas por todos os maranhenses em futuro próximo e de perspectiva sombria. Seríamos todos nós uma espécie de escravos da família Sarney. Um escândalo, mais um para o rol de vergonha e absurdos que marca esses anos de dominação da família Sarney no Maranhão.

E o que diz a tal lei aprovada pela Assembleia?

Ela foi sancionada com o número 135/2014 e começa por instituir um fundo denominado ‘Fundo de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios do Maranhão (FUNDEMA)’ – que já foi apelidado pelos deputados de Lei da Corrupção – vinculado à Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento. Os recursos virão do empréstimo feito ao BNDES e contraído pelo Maranhão em 1° de Novembro de 2012. É importante frisar que esse empréstimo, que foi escondido a sete chaves, era para a construção de estradas e os recursos não poderiam ser reados a municípios e teriam que ser única e exclusivamente investidos pelo governo do estado. Com efeito, será que estão fazendo à revelia do Banco ou o Banco está conivente com a mudança no contrato e com o seu uso? Em qualquer caso, esse assunto vai para na justiça, pois aparenta ser mais um caso de uso ilegal de dinheiro público.

Mas continuemos com a análise da Lei 135/14. Então, vejam que, como a eleição está muito próxima e não daria tempo dos prefeitos preparem projetos para serem apresentados ao FUNDEMA (que nome!), eles se precaveram e aceitarão tudo, qualquer pedido, como veremos por meio da redação do Art. 3° da Lei: “Para os efeitos desta Lei entende-se por Plano de Trabalho Municipal o conjunto de ações apresentado pelo Município nas áreas de infraestrutura urbana e rural, educação, saúde, segurança, desenvolvimento social, meio ambiente e sustentabilidade, nos termos definidos em decreto do Poder Executivo.”

Em seguida, o Art. 7° vai ao ponto: “Os recursos do FUNDEMA serão descentralizados para aplicação nos seguintes investimentos: Infraestrutura, construção de prédios, centros integrados de esporte, saneamento básico, equipamentos e veículos, máquinas e equipamentos rodoviário.

E não é só isso, leitores e amigos. O parágrafo 4° do art. 7° estabelece que os recursos do Fundo poderão ser aplicados pelos municípios em projetos e obras que já tenham sido contratados e iniciados antes das transferências desse Fundo e iniciado com financiamento de outras fontes. Como diria Lula, nunca antes na história deste país vimos coisa igual. Ou seja, o fundo não tem regulamento nenhum, é um vale-tudo eleitoral impossível de esconder. Será a primeira vez que vamos ar por cima de toda a regulamentação do BNDES, que jamais permitiu tal liberalidade. O banco tem que vir a público explicar essa baita lambança que está sendo patrocinada com seus recursos. Com a oligarquia maranhense ninguém pode. Parece que nem o BNDES!

Como vemos, será uma festa para empreiteiros e empresários. Quem fiscalizará?

Esse programa nunca existiu e está sendo criado no mês das convenções partidárias em plena vigência do período eleitoral. É obvio que esse é um artifício lançado para financiar a eleição dos candidatos governistas e destinado a evitar a debandada dos prefeitos em direção a campanha de Flávio Dino. Os prefeitos, sempre enganados por promessas nunca cumpridas, agora são levados a acreditar que encherão os cofres municipais em troca de fidelidade política. Mas, fiquem atentos, não há como isso não acabar em grande confusão com a justiça.

Eis que agora ficamos sabendo para que serviu o grande endividamento do estado patrocinado por Roseana. Era dinheiro para a campanha. Essa é a causa maior dos terríveis indicadores sociais do Maranhão. O dinheiro só é aplicado na eleição e não trazem nenhum beneficio nem ao estado e nem a sua população.

Mudando de assunto, o Tribunal Eleitoral teve que impedir pesquisa eleitoral viciada destinada a dar a impressão de que Lobão Filho havia crescido e Flávio Dino caído, comprovando o que eu disse no meu artigo anterior sobre uso de pesquisa como tática eleitoral. A pesquisa era uma palhaçada! E, mais engraçado, nem assim Edinho conseguiu se aproximar de Flávio. Anotem aí: é certo que virão baixarias de todos os níveis em breve. Revoltante é saber que estas, também financiadas com dinheiro público, virão como fatura a ser paga pela população pagar. Muito fácil. Queria ver se a farra seria igual se pagassem essa conta.

Enfim, amigos, esse é o penúltimo artigo que escrevo por ora, já que ficarei afastado durante o período eleitoral. Quero agradecer a família Bogéa, especialmente a Lourival, pelo generoso espaço que me permitiu ocupar e a fidelidade e paciência dos amigos e leitores. Já ouvi pedidos de leitores do interior para que eu continue a escrever no Jornal Pequeno depois das eleições, seja qual for o resultado. Tenho sim esta intenção, se o jornal assim achar que devo e continue a franquear o espaço.

Meu cordial abraço a todos!

SANDY DEIXA DESTRUIÇÃO

Por: José Reinaldo Tavares 

A agem do furacão Sandy pelo Caribe e pela Costa Leste dos EUA deixou um rastro de morte e destruição. A mais poderosa nação do planeta e sua cidade mais rica não foram suficientes para enfrentar essa força da natureza. Vários dias depois, parte de Manhattan estava sem água, luz e transporte. Prejuízo de bilhões de dólares para os moradores e para a prefeitura.

Enquanto isso, mudando de assunto e voltando à nossa realidade, soube-se que Roseana Sarney tomou mais R$ 3,8 bilhões em empréstimos ao BNDES. Ela já havia pedido um bilhão emprestado anteriormente, que, somados ao empréstimo atual, perfazem a soma fantástica de quase R$ 5 bilhões. Com efeito, a governadora estabeleceu um novo recorde: sozinha, tomou mais dinheiro emprestado que todos os governadores anteriores somados. Dessa forma, esgota a capacidade de endividamento do estado conseguida no meu governo, após ao sanear as contas do estado após a primeira fase desastrosa da agem dela pela gestão estadual. Agora, como se tomar dinheiro emprestado não trouxesse consequências, ela ‘torrou’ tudo, ou seja, usou a capacidade de endividamento do estado até o último centavo. Torrar é realmente o termo apropriado.

Os estados brasileiros, depois de anos de negociação com o governo federal, consolidaram as suas dívidas e acordaram pagar 13% de suas receitas para amortizá-las. Considerando este acordo, ainda temos uns 10 anos de pagamento por fazer. Tudo aquilo que foi, ou vier a ser tomado emprestado depois do acordo, será pago fora do teto, ou seja, acima dos 13%. Ninguém sabe das condições desses empréstimos novos, mas pode-se supor que deveremos pagar mais de 20% de nossas receitas, pelas loucuras que o governo está cometendo agora. Ao final, ficaremos muito mais pobres do que somos, pois será quase impossível dispender 20 a 25% da arrecadação com empréstimos.

Eu estou errado? Acredito que não. Contudo, o governo tem a obrigação de tratar com seriedade a população e o Secretário de Planejamento deveria expor na Assembleia como ficará o endividamento do estado e qual o comprometimento total de nossas receitas a ocorrer com o pagamento da dívida. A população precisa saber. É o mínimo que poderia ser feito. Aliás, é uma obrigação constitucional fazer esse esclarecimento. Entretanto, não acredito que o farão.

Fica difícil acreditar que esse dinheiro vai mudar alguma coisa, pois desde o meu governo o estado ou a ter recursos suficientes para fazer obras e programas de combate à pobreza, como fizemos com a ponte de Imperatriz, a melhoria de todos os indicadores sociais e a expansão do ensino médio em todo o Maranhão. Os dados do IPEA mostram que o Maranhão naquela época foi o estado que tirou mais gente do estado de pobreza absoluta e avançou em todos os indicadores. E isso foi desconsiderado…

O problema é que Roseana não tem projeto para mudar o Maranhão. A educação vai de mal a pior, e não foi a falta de recursos que nos deixou tanto tempo sem aeroporto, sem duplicação da BR-135, sem água e com as praias poluídas. Na verdade, o orçamento é jogado fora em projetos mirabolantes, como a construção de 72 hospitais que acabaram por ser ridicularizados pelo exame minucioso que o programa da Rede Globo ‘Profissão Repórter’ levou para todo o Brasil. Um verdadeiro exemplo de como o dinheiro público aqui é jogado fora em programas eleitoreiros e caros.

No PNAD, por exemplo, os dados divulgados de 2011, mostram por inteiro o desastre. A escolaridade é de apenas 5,83 anos, ou seja, mais da metade dos maranhenses não completaram o ensino fundamental. Somos os piores, na companhia de Alagoas e Piauí, estados muito mais pobres que o nosso. No valor do rendimento médio mensal domiciliar, somos os últimos do país, dessa vez com a honrosa companhia de Alagoas, com apenas R$ 1.361,00. Essa é a renda proveniente da soma de todas as pessoas que moram na casa. O Piauí, que era o último em 2007, agora nos ultraou e tem média de R$ 1.525,00. Estamos cada vez piores. Em relação às pessoas que possuem microcomputador com o a internet, apenas 13% da população possui, também juntos em último com o Piauí. Alagoas tem 19%. E sem falar em analfabetismo e outras mazelas…

Dessa forma, nada foi feito e o Maranhão desaba ficando pior a cada ano.

Curiosamente, na propaganda ufanista do governo do Estado, nós vivemos uma fase de tremendo progresso, deixando os demais estados para trás. Onde? Em que sentido?

O pedido de empréstimo foi para a aprovação dos deputados sem nem ao menos informar onde esses recursos seriam empregados. Com a gritaria da oposição, que reclamava do descumprimento de preceitos constitucionais, mandaram uma lista enorme de ‘prioridades’, sem projetos, sem estudos, sem justificativas, a mesma ‘lengalenga’ de sempre, agora com a palavra mágica ‘combate à pobreza’, para agradar a presidente Dilma.

Chama a atenção que, quando esse programa foi anunciado em solenidade no Palácio do Planalto, a parte que foi anunciada para o Maranhão era de R$ 1 bilhão. E agora essa soma foi multiplicada por quase quatro e veio um valor enorme.

De qualquer maneira, esse dinheiro ao final nada mudará, se seguir a tradição do grupo no poder. Roseana não tem projeto, nem programa e assim os recursos serão gastos a esmo, como sempre.

Como as eleições de 2014 serão definidoras da sobrevida do grupo, já viram…

Abre o olho, Flávio.

Certo é que o poder de destruição da governadora é tão forte quanto o do furacão Sandy. Vai dar trabalho consertar o estrago no futuro…

O ex-governador José Reinaldo Tavares escreve para o Jornal Pequeno às terças-feiras

Governar é Fazer Dívidas: AL aprova empréstimo para Roseana de R$ 3,8 bilhões

Do Blog do Garrone

Cada maranhense, inclusive mulheres e crianças, vão começar 2013 devendo R$ 746,00

Já que para o governo Roseana Sarney “Governar é Fazer Dívidas”, a Assembleia Legislativa aprovou nesta quarta a toque de caixa, no ritmo determinado pelo Palácio dos Leões, o empréstimo de R$ 3,8 bilhões, aumentando a dívida do estado somente neste governo para R$ 5 bilhões.

Com uma população de 6 milhões e 700 mil pessoas, cada maranhense vai ficar devendo R$ 746,00, inclusive os que ainda vão nascer, já que esse pagamento será cobrado das futuras gerações.

Pelo projeto aprovado pela AL, o maranhense que vai pagar a conta não sabe e nem tem a garantia a onde e como serão aplicados esses recursos, ainda mais quando o pedido de empréstimo foi feito dois dias antes da considerada vitória de Flávio Dino nas eleições de São Luís.

Além das incertezas sobre o destino de tanto dinheiro, o empréstimo faz estourar o limite de endividamento do Estado estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, fixado em 16% da receita corrente líquida do Estado aualmente. Com mais esse novo empréstimo o endividamento chega a 44% da receita.

O intetressante é que, de acordo com cálculos do deputado Marcelo Tavares, somente os valores dos juros serão maiores do que o governo investe na segurança pública.

Votaram contra o empréstimo os deputados Marcelo Tavares (PSB), Rubens Pereira Júnior (PCdoB), Bira do Pindaré (PT), Othelino Neto (PPS), Eliziane Gama (PPS), Carlos Amorim (PDT), Cleide Coutinho (PSB) e Gardênia Castelo (PSDB).