O Carnaval de todos nós

Por Flávio Dino

Para alguns, carnaval é tempo de festas. Outros, preferem descansar, aproveitar momentos de descontração com a família ou se reunir para encontros religiosos. Todos, no entanto, esperam que este período seja de alegria e segurança onde quer que estejam. Por ser uma data marcante no calendário em todo o Brasil, nos preocupamos em montar uma adequada logística estadual para garantir que este seja um carnaval bom para todos os maranhenses. Pena que só tenhamos tido 40 dias para organizar tudo.

Mesmo ainda estando bem no início do Governo, reunimos as equipes de várias secretarias para que pudéssemos investir no carnaval em todas as regiões do Maranhão. Por intermédio da Secretaria de Cultura, dezenas de municípios contaram com a parceria do Governo do Maranhão na organização de suas festas. Sem distinção de cores partidárias, o Governo priorizou projetos que permitissem aos maranhenses vivenciar o período carnavalesco em festas ou retiros culturais. Aproveito para agradecer a parceria dos deputados estaduais que destinaram emendas para ajudar a projetos em todo o Estado.

Acompanhei junto com a equipe do Governo do Maranhão a adoção de uma série de providências, entre as quais destaco o reforço à Operação Lei Seca nas cidades com maior fluxo de brincantes, com ações de conscientização e fiscalização dos foliões.

O esforço conjunto entre o Departamento de Trânsito do Maranhão e a Polícia Militar ocorre durante 10 dias, pré e pós-carnaval, na capital e no interior do Estado. Todas elas definidas a partir do grande fluxo de visitantes. A Secretaria de Turismo também atuará na proteção das crianças, com a campanha “Proteja – Não desvie o Olhar” em hoteis, taxis e pontos de festividade. Além disso, a Secretaria de Turismo montou receptivo especial no aeroporto de São Luís.

Também melhoramos a segurança no trânsito de visitantes à Baixada Maranhense, que usam o ferryboat que liga São Luís à região. Uma força-tarefa liderada pela Empresa Maranhense de istração Portuária colocou à disposição da população uma ambulância do Corpo de Bombeiros, reforço de segurança policial, alem de recuperação asfáltica e melhoria da iluminação pública na Ponta da Espera.

Ações de prevenção na área da Saúde Pública também foram articuladas pelo nosso Governo, organizadas pelas Secretarias de Juventude, Saúde e Cultura. Com a campanha “Juventude prevenida, dando um baile de alegria”, equipes das três pastas vão alertar sobre riscos quanto a acidentes de trânsito, uso de drogas, afogamentos, dependência química, violência e doenças sexualmente transmissíveis.

Na capital, realizamos uma importante parceria do Governo do Maranhão com a Prefeitura de São Luís e unificamos as festas de carnaval, antes realizadas sem nenhuma coordenação. No Centro Histórico, priorizamos a programação cultural com foco nas atrações tipicamente maranhenses. Elaboramos o circuito unificado, observando critérios que garantissem mais segurança aos brincantes e também às unidades hospitalares. Os foliões agora começam o percurso na Praça Deodoro, ando pela Rua da Paz e Praça João Lisboa, além dos espaços na Madre-Deus e na arela do Samba.

Quero consignar uma palavra especial de agradecimento aos servidores públicos e aos trabalhadores em geral que se dedicarão para que tudo corra bem neste período. Eles são a força que move todos os nossos empreendimentos.

Nós acreditamos na grandiosidade das expressões culturais da nossa gente e, por isso, elas são prioridade neste Governo. Que a nossa música, nossos artistas, nossas cores, nossos sotaques, nossas tradições, se espalhem pelas ruas de todo o Estado, sem distinção de região, religião ou partido político. O carnaval é de todos nós. Que ele transcorra em paz.

Advogado, 46 anos, Governador do Maranhão. Foi presidente da Embratur, deputado federal e juiz federal

Prefeitura contratou empresa por R$ 298 mil para fazer carnaval em Bequimão

Os alunos da rede municipal de ensino de Bequimão ficaram cerca de quatro meses sem merenda escolar. A rapidez que a prefeitura não teve para garantir o o à alimentação para mais de 5 mil estudantes do ensino fundamental sobrou para a realização do carnaval.

Exatos 38 dias após tomar posse, o prefeito Zé Martins conseguiu licitar e contratar empresa para realizar o carnaval no município. E tudo isso custou a bagatela de R$ 298 mil. O contrato com a empresa J. J. do Carmo Produções foi assinado no dia 8 de fevereiro deste ano.

Veja abaixo o extrato do contrato, publicado no Diário Oficial do Estado, 90 dias depois.

Cont Carnaval

Vereador defende investimentos na saúde de Bequimão

Do Blog do Elanderson

Saúde é o que interessa. O resto não tem pressa.

O jargão do personagem Paulo Cintura do programa humorístico Escolinha do Professor Raimundo, exibido pela Rede Globo de Televisão na década de 90, retrata muito bem o real anseio da população brasileira no que diz respeito à priorização das ações dos nossos governantes, sejam estes prefeitos, governadores ou presidentes.

No entanto, ao contrário do que fizeram alguns prefeitos de bom senso no início de suas respectivas gestões, diga-se de agem, a imensa minoria, como foi o exemplo de Edivaldo Holanda Júnior, Prefeito de São Luís/MA, que voltou suas atenções e recursos públicos para o setor da saúde num primeiro momento, inclusive realocando recursos que a princípio seriam gastos no carnaval, a grande maioria dos “gestores municipais”, como de costume, sem preocupação alguma com as reais necessidades das populações de seus municípios, continuam realizando gastos excessivos e muitas vezes desnecessários com festas, aniversários da cidade, carnaval, dentre outros.

O município de Bequimão/MA, pelo que observamos nas primeiras ações do prefeito Zé Martins, infelizmente faz parte da maioria dos municípios em que seus gestores desconsideram as necessidades mais iminentes dos seus munícipes. Se não vejamos algumas de suas primeiras iniciativas:

1. Colocou uma faixa em frete à Unidade Mista de Saúde, informando que a mesma seria recuperada. Mas pelas informações que já foram readas por alguns pacientes não existe recuperação alguma na localidade. Além do mais ocorreu um caso em que uma paciente, em estado grave, teve que ser transportada para São Luís/MA, mas não foi disponibilizada uma ambulância para realização da viagem com a alegação de que não tinha motorista, tendo a paciente que depender de transporte de particulares;

2. Juntou vários equipamentos hospitalares e de escritórios, bens públicos, que o prefeito tem a obrigação de zelar, e os colocou em frete à prefeitura sujeitos as intempéries do ambiente, sol, chuva, ferrugem, dentre outros.

3. Fazendo 30 (trinta) dias de sua gestão a frente do nosso município, o prefeito, juntamente com o Secretário de Saúde, não tiveram a mínima preocupação de realizar pelo menos uma visita no Posto de Saúde do Povoado Mojó e na Unidade Básica de Saúde do Povoado Jacioca, para tomar as medidas necessárias para que ambos possam entrar em pleno funcionamento, oferecendo assim os serviços de saúde para a população daquela região.

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Confira a PROGRAMAÇÃO DO CARNAVAL DE BEQUIMÃO

DIA 08 (SEXTA-FEIRA):

BANDA TRICHA
TIAGUINHO & MALA MANSA

DIA 09 (SÁBADO):
BANDA SWING NA VEIA
BANDA CASADÕES DO FORRÓ

DIA 10 (DOMINGO):
BANDA CHEGADÕES
BANDA DA LOIRINHA

DIA 11 (SEGUNDA-FEIRA):
BANDA MIRAGEM
BANDA A-R-K

DIA 12 (TERÇA-FEIRA) ENCERRANDO AS FESTAS:
BANDA TRAÍRA DE ÓCULOS
BANDA FORRÓ MORAL

“Enredo do Crioulo Doido”*

José Lemos

São Luis é a única capital brasileira fundada por ses. Neste oito de setembro completará quatrocentos anos. Uma cidade que tem uma arquitetura belíssima. Casarões revestidos por azulejos que refletem um ado de prosperidades.

O conjunto de belezas arquitetônicas e naturais, fez com que a UNESCO reconhecesse a cidade de São Luis como Patrimônio da Humanidade. Uma cidade que tem igrejas seculares, praças bonitas, um centro histórico para apreciar e preservar.

São Luis exibe um dos carnavais mais originais do Brasil. Apesar das várias tentativas de “contaminá-lo” com o lugar comum do “axé music”, no circuito tradicional, ouve-se e dança-se ao som de músicas compostas por autores maranhenses. A única concessão que se faz naquela rota é para as marchinhas tradicionais de carnavais antigos. Cantadas, principalmente, pelos irreverentes “blocos de sujos” que junto com os “fofões” dão ao carnaval maranhense um toque único de autenticidade.

No período junino, São Luis oferece um dos mais belos espetáculos folclóricos do Brasil. Os festejos juninos de São Luis também têm as danças de “quadrilhas de jovens”, que é o forte das badaladas festas em Campina Grande, na Paraíba, e em Caruaru, no estado de Pernambuco. Contudo, esses folguedos são apenas uma parte pequena do grande festejo que toma conta da cidade naquele período. Nessa época predominam as danças do Bumba-boi, com diferentes sotaques, poesias, toadas e ritmos, que invadem as noites e atravessam madrugadas, numa mistura contagiante de sons, cores e magias.

Nada disso serviu de inspiração para os doze (12), isso mesmo, foram doze, os autores do “Samba-Enredo” da Escola de Samba “Beija-Flor” de Nilópolis, Rio de Janeiro, deste ano de 2012, supostamente para homenagear São Luis. A letra do Samba tem 30 linhas. Segue-se que cada autor teve a tarefa pesada de escrever 2,5 linhas.

É prá tirar o chapéu, sem duvidas, para a capacidade que esses doze “enredistas” tiveram de trabalhar coletivamente. Escrever a 24 mãos é um exercício dificílimo, ainda mais quando, cada par de mãos, tem que exaurir-se para registrar 2,5 linhas em quase um ano de árduo trabalho. É tarefa inimaginável até para os grandes poetas e escritores.

Não obstante isso, o Samba-Enredo que produziram, seria um excelente insumo para o inesquecível Sergio Porto, que assinava as suas crônicas, sempre repletas de bom humor, pelo singelo pseudônimo de “Stanislaw Ponte-Preta”. Imortalizou-se ao cravar a sigla: FEBEAPA (Festival de Besteiras que Assola o País, que continua muito atual, depois que inventaram o “politicamente correto”). Criou uma música antológica que foi gravada, originalmente, pelo “Quarteto em Cy”, um conjunto de moças afinadas que brilhou no cenário musical brasileiro, no tempo em que se ouvia sons de qualidade nas rádios AM e FM. A música chama-se “Samba do Crioulo Doido”. No humor cortante de Stanislaw, aquele seria um “Samba-Enredo” típico das escolas de samba do Rio de Janeiro da época, muito parecido com o produzido pelos “enredistas” da Beija-Flor para “festejar” São Luis ao se tornar quatrocentão.

Neste caso do samba que “homenageou” São Luis, a dúzia de “enredistas” enveredou pela surrada trilha de misturar sincretismo religioso com misticismo. Certo que São Luis tem muito disso tudo. Mas eles exageraram na dose, apesar de se reconhecer que os poetas devem ter liberdade de criação e de excederem em metáforas. Contudo, daí a ver na selva de prédios de cimentos, que toma conta da cidade, os sabiás da poesia de Gonçalves Dias, é forçar demais! Infelizmente não se ouvem cantos de sabiás em palmeiras de São Luis, por duas razões singelas: inexistem as palmeiras e os pássaros. As palmeiras são vitimas de devastação em todo o estado. Os sabiás restantes cantam em outras paragens, bem longe do tumulto que é a vida na São Luis de hoje.

Além disso, até onde se sabe, o beija-flor é um pássaro que, para coletar o néctar das flores que “beija”, permanece parado no espaço batendo as suas asas freneticamente a uma velocidade incrível. Não se ouve o seu canto, se é que ele existe, como quer a dúzia de “enredistas”, mas se pode apreciar um dos mais belos espetáculos da natureza.

E pensar que para produzir essa “homenagem” os cofres públicos maranhenses sangraram com a bagatela de dez milhões de reais, com a aquiescência do seu Governo! Com essa grana se construiriam 500 casas populares para abrigar famílias de São Luis que moram nas famigeradas palafitas. Esse ervanário poderia, alternativamente, ser injetado na produção agrícola do estado. Ou ainda, ser usado para melhorar o o à água encanada e ao saneamento, duas das maiores chagas de São Luis. Na contramão, foi fazer a festa, literalmente, de bicheiros no Rio de Janeiro. Estado rico é outra coisa!

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*Artigo Publicado no Jornal O Imparcial em 3 de março de 2012.

O sentimento beija-flor

Do Blog do JM Cunha Santos

Do coração dos maranhenses emerge o sentimento beija-flor. É o sentimento de R$ 10 milhões desperdiçados numa avenida de tristezas políticas que se alonga no tempo e no espaço até não mais ter fim. Nela desfila o povo maranhense carregando um imenso estandarte de desalento e frustração.

O sentimento beija-flor é o sentimento do pai que contempla escolas fechadas e atravessa o futuro de um lado a outro sabendo que seu filho não chegará a lugar nenhum. É o sentimento das cracolândias a céu aberto, do policial desarmado e perseguido pelo governo; o sentimento de um surdo furado que marca o samba desafinado de uma istração que vive de carnavais. É o sentimento de tamborins que gemem num aeroporto que não para de cair.

O sentimento beija-flor é o sentimento de um Estado sem rumo que perdeu o último centavo em mesas de Pif Paf antes de mancar na ala dos istas em plena avenida das desilusões. É o sentimento de um carro alegórico que se desmonta durante o desfile tendo como destaque um povo que corre de pistoleiros e não tem onde plantar; o sentimento de professores sem giz, de fundações afundando a memória brasileira.

O sentimento beija-flor é o sentimento da mortalidade infantil, de famílias empobrecidas comendo o pão que o diabo amassou com meio salário mínimo por mês. É o sentimento do analfabetismo crônico desfilando para o espetáculo de bilionários empreendimentos internacionais; é o sentimento de uma comissão de frente que não veio porque um índice de desenvolvimento quase humano deixou a maioria sem ter para onde ir.

O sentimento beija-flor aflora em meio a uma incompetência tão grande que fez até a Beija-Flor de Nilópolis perder o carnaval. Mas o sentimento beija-flor sabe que as notas daqueles jurados não foram contra o enredo “São Luís o poema encantado do Maranhão”, foram contra os atos secretos do Senado, o nepotismo, o Troféu Algemas de Ouro, o coronelismo, as oligarquias, a corrupção e toda essa prática política que saqueia o Brasil e, com todo apoio do ex-presidente Lula, afunda num eterno carnaval de tristezas e ingerências o nosso Maranhão.

Giro da Notícia

FOLIA GARANTIDA

A programação do Carnaval de Bequimão este ano terá entre as atrações as bandas Prakatum, Forró de Peso, Forró Tunado, Furta Cor e Forró de Farra. Agora é vestir a fantasia e cair na folia.

SEXTA ROOTS

A sexta-feira gorda terá muito reggae em Bequimão com a 2ª Sexta Not-Roots, na Casa do Chopp, com a Mega Rainha da Sucata – a Conjugada, do dj Didico Pedra e as participações de Manuel Lima, Renan Lemos, Caixinha Rosa, Dennis Brown do Conexão Reggae Show e Rodiney Luciano do programa Reggae Raiz.

VIA PAVIMENTADA

Agora é realidade. A avenida Antônio Dino está asfaltada. Obra da prefeitura com recursos do governo federal.

DEBANDADA

A temporada de baixas no grupo de Juca Martins parece não ter fim. Depois de perder o vereador Barbosa e os suplentes Mizinho e Agnaldo, debandaram lideranças, como Olímpio do Santa Vitória, Oséas do Rola e Joca do Marinho, além de Jefferson, o Jefinho da Cultura. O último que sair apague a luz.

FESTA DA PONTE

Enquanto era lançada a pré-candidatura de César Cantanhede (PTC), o prefeito Antônio Diniz inaugurava ponte no Monte Alegre com direito a festa com radiola, transporte grátis e churrasco. Há quem diga que foi uma tentativa de amenizar o impacto do ato político organizado pelo vice.

MULTIPLICAÇÃO DE VICES

Blogs ligados ao engenheiro Vadoca Almeida (PSL) alardeiam que ele já foi ungido para ser candidato a vice na chapa de Zé Martins (PMDB). Enquanto isso já tem político à espera do Acará pra jogar a tarrafa.

MULTIPLICAÇÃO DE VICES I

Por sua vez, Zé Martins dá de ombros ao aliado do partido dos ‘pescadores’. Em conversa num bar no povoado de Barroso, ele afirmou que seu vice tá definido e será o ‘peixe’ Pedro Acará. E voltou dizer isso numa outra rodada de cerveja desta vez no bar da Estiva. É aguardar pra conferir.

MULTIPLICAÇÃO DE VICES II

No outro lado da Baía de São Marcos Totó Martins (PHS) afirma com todas as letras que será o vice, com garantias dadas pelo chefe maior do grupo Juca Martins. Alguém está sendo enganado nessa história. Mistério!

Guerra na Litorânea: muita confusão e desorganização no Carnaval de Roseana

Do Blog do John Cutrim

Confusão, desorganização e muita insegurança. Esse foi o cenário de terror que marcou a abertura, neste final de semana, do Baile de Abertura do Carnaval 400 anos na Praia da Litorânea em São Luís, promovido pelo governo do Estado. Neste vídeo amador divulgado no Youtube, um folião registra cenas do que foi o palco de guerra que se instalou na Litorânea. Vários pontos de brigas, garrafas sendo jogadas e assaltos geraram pânico nos presentes. O desespero foi grande por conta desordem, ocasionando muita correria e tumulto. Uma vergonha. Várias pessoas tiveram suas vidas colocadas em risco por pura irresponsabilidade do “melhor governo” da vida de Roseana Sarney. Até quando…

Joãosinho Trinta criou nova estética para o carnaval

Carnavalesco criou uma nova estética para o carnaval brasileiro.
Só na Beija-Flor, ele foi campeão cinco vezes, entre 1976 e 1983.

Do G1

Conhecido por enredos polêmicos e luxuosos, Joãosinho Trinta revolucionou o mais famoso carnaval do mundo. Dos 78 anos de vida, mais de 50 foram dedicados à festa carioca. Só na escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, da Baixada Fluminense, onde ficou por 17 anos, ele foi campeão cinco vezes, entre 1976 e 1983.

O carnavalesco que criou uma nova estética para o carnaval brasileiro levou teatro e grandes alegorias para Avenida, com desfiles antológicos, como o enredo “Ratos e urubus larguem a minha fantasia”, de 1989. Após exibir riqueza no Sambódromo do Rio, ele mostrou muito lixo e surpreendeu o público com uma réplica do Cristo Redentor como mendigo. Depois de uma ação da igreja católica, a imagem foi proibida pela Justiça e teve que desfilar coberta por um plástico preto. Joãosinho, então, fez um cartaz escrito “mesmo proibido, olhai por nós”.

A escola acabou em segundo lugar, mas o carnavalesco entrou definitivamente para a história do carnaval. No mesmo ano, Joãosinho assinou o desfile da Acadêmicos da Rocinha, do Grupo de o, e foi campeão com o enredo “O esplendor dos divinos orixás”.

“Para mim, o carnaval é o único momento de irrealidade, é o único momento que você tem que fugir do cotidiano, das coisas comuns, e partir para um instante de emoção, de beleza, de irrealidade”, disse Joãosinho, em uma de suas entrevistas.

28 de junho de 1998 - Em Paris, o carnavalesco Joãosinho Trinta e a dançarina Valéria Valenssa durante desfile de escola de samba na França (Foto: Mônica Zarattini/AE)O carnavalesco Joãosinho Trinta e a dançarina Valéria Valenssa durante desfile de escola de samba na França, em junho de 1998. (Foto: Mônica Zarattini/AE)

Em 1990, ele próprio virou enredo e foi homenageado pela União da Ilha. Enquanto isso, na Beija-Flor, Joãosinho tentava o título com “Todo mundo nasceu nu”. A escola de Nilópolis ficou em segundo e a agremiação da Ilha do Governador ficou em sétimo.

Polêmico, em de 1992, seu último ano na Beija-Flor, ele descumpriu o então regulamento emitido pela Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), que proibia pessoas com “a genitália desnuda” na Avenida, e levou um casal nu para a Sapucaí, com o enredo “Há um ponto de luz na imensidão”, que falava sobre a televisão.

Além da Rocinha, o carnavalesco também foi campeão no Grupo de o com a Império da Tijuca, além de ter feito carnavais para escolas de São Paulo.

Homenagem em 2012
Em 2012, ele será novamente homenageado na Sapucaí, dessa vez pela escola onde ele deixou sua marca maior, a Beija-Flor. O enredo é sobre São Luis do Maranhão, onde o carnavalesco nasceu.

A assessoria informou, ainda, que Joãosinho esteve na quadra da Beija-Flor durante as eliminatórias de 2011 e ajudou a votar nos sambas a serem classificados. Ele também esteve presente no barracão, conheceu o projeto de alegorias e fantasias e disse que estava animado com o desfile e a homenagem.

História de sucesso
O início da carreira de Joãosinho foi no Salgueiro, como assistente, na década de 1960. Em 1973, ou a ser o carnavalesco oficial da escola da Tijuca, em dupla com a artista plástica Maria Augusta, e ficou em terceiro lugar com o enredo “Eneida: amor e fantasia”. Nos dois anos seguintes, Joãosinho Trinta começaria a sequência de vitórias nos carnavais cariocas. Em 1974, ganhou o título com o enredo “O Rei de França na Ilha da Assombração” e em 1975, com “O Segredo das minas do Rei Salomão”.

Foi em 1976 que a Beija-Flor contratou Joãosinho e construiu uma trajetória de carnavais inesquecíveis. Já no ano de estreia ele foi campeão, com o enredo politicamente incorreto “Sonhar com o rei, dá leão”, o primeiro título da escola e uma homenagem ao jogo do bicho.

Em 1977, um novo título, com “Vovó e o Rei da Saturnália na corte egipiciana”. O desfile do ano seguinte, que também venceu o campeonato, se destacou pelas fantasias luxuosas, em “A criação do mundo segundo a tradição Nagô”.

Em 1979, a Beija-Flor ficou com o segundo lugar com o enredo “O paraíso da loucura”. E em 1980, “O sol da Meia Noite – uma viagem ao país da maravilha”, ganhou o quarto título da escola.

Em 1981, com “Carnaval no Brasil – a oitava das sete maravilhas do mundo”, ele conquistou o segundo lugar. O quinto título de campeão na Beija-Flor foi em 1983, com “A grande constelação das estrelas negras”. Em 1986, novo segundo lugar, com “O mundo é uma bola”.

De 1994 a 2000, Joãosinho ficou à frente da Unidos da Viradouro, escola de Niterói, na Região Metropolitana. Lá ele conquistou o título em 1997, com o ousado “Trevas! Luz! A explosão do Universo”, sendo esta sua última vitória no carnaval carioca.

15 de junho de 2004 – Joãosinho vai para a Vila Isabel. Ao lado do presidente de honra da escola, o cantor Martinho da Vila, beijam a bandeira durante a apresentação do enredo para o Carnaval de 2005, sobre navegação (Foto: Alaor Filho/AE)Joãosinho vai para a Vila Isabel. Ao lado do presidente de honra da escola, o cantor Martinho da Vila, beijam a bandeira durante a apresentação do enredo para o Carnaval de 2005, sobre navegação (Foto: Alaor Filho/AE)

Em 1996, ele sofreu um derrame que deixou sequelas, paralisando um dos lados de seu corpo. De 2001 a 2004 ele assinou os desfiles da Grande Rio e conseguiu o terceiro lugar para a escola, em 2003, com “O Brasil que Vale”. No ano seguinte, Joãosinho Trinta gerou polêmica com alegorias que representavam atos sexuais no enredo sobre a camisinha. Depois de vistorias da igreja e da proibição do Ministério Público, a Justiça acabou liberando as alegorias, que acabaram ando pela Avenida cobertas, algumas com a palavra “censurado”.

No mesmo ano, a Acadêmicos da Rocinha homenageou o carnavalesco e ficou em terceiro lugar no Grupo de o, com o enredo “O mago do novo, João do povo”. Também em 2004, Joãosinho sofreu um novo derrame.

Em 2005, o carnavalesco mais premiado do Brasil foi para a Vila Isabel. De 2006 em diante, ele ficou afastado do carnaval carioca por conta de problemas de saúde, mas continuou acompanhando de perto os trabalhos de escolas como a Grande Rio, de Duque de Caxias, também da Baixada Fluminense.

Em 2010, Joãosinho Trinta foi homenageado no enredo da Grande Rio, que falou sobre os 25 anos da Marquês de Sapucaí. A agremiação levou para a Avenida uma alegoria em alusão ao enredo “Ratos e urubus larguem a minha fantasia”. Ele desfilou em frente ao carro alegórico, representando o “Rei da folia”.