Juiz de Bequimão realiza inspeção em delegacias

Michael Mesquita

Assessoria de Comunicação CGJ

O juiz Marcello Frazão, titular da comarca de Bequimão, realizou no período de 6 a 16 de março uma correição extraordinária. O objetivo do juiz é avaliar a real situação da comarca, que conta atualmente com um acervo de 2734 processos. Além dos trabalhos de praxe na secretaria judicial, ele realizou ainda a inspeção nas serventias extrajudiciais e nas delegacias de Bequimão e Peri-Mirim, termo judiciário.

Na visita, a Secretaria Judicial Julyana de Oliveira Borges, o auxiliar judicial Diego de Jesus Almeida, e o delegado de Peri-Mirim Sidney César Moraes Araújo, acompanharam o magistrado.

Segundo o relatório final da correição, o prédio onde funcionará a delegacia de Bequimão está em reforma, na fase de acabamento e ainda sem previsão para o término das obras. Atulmente, a delegacia funciona em um prédio, cedido pela prefeitura e em péssimas condições.

O gabinete está com o forro de gesso parcialmente caído, e em dias de chuva a delegacia fica inundada. Os banheiros também estão em péssimas condições. Situação semelhante vive a delegacia de Peri-Mirim, também em condições de precariedade. Na delegacia de Bequimão não tem nenhum preso custodiado. Já a delegacia de Peri-Mirim abriga nove presos.

“É um trabalho que obedece ao artigo 11 da Resolução 24/2009 e artigo 35 do Código de Divisão e Organização Judiciária do Maranhão. E também para que a gente possa conhecer a nossa comarca”, observou Marcello Frazão, que conta com o auxílio de 8 servidores na comarca.

CORREGEDOR ALERTA PARA PRECARIEDADE DE DELEGACIAS NO ESTADO

Do Blog do Itevaldo

O corregedor-geral da Justiça, desembargador Antonio Guerreiro Júnior, alertou o secretário da Justiça e istração Penitenciária, Sérgio Tamer, quanto à precariedade das delegacias de Polícia do Estado, a má qualidade da alimentação dos presos e as condições insalubres do ambiente prisional. O problema se repete há meses, mesmo após sucessivos pedidos da Corregedoria e de juízes estaduais para que os órgãos de segurança solucionem as irregularidades.

“Desde 2007, com fundamento na Resolução 47 do CNJ, os juízes estaduais com competência para execução criminal encaminham relatórios para a Corregedoria. Sempre enfatizam a continuidade das carências nas delegacias e o descumprimento de apelos no sentido de pelo menos minimizar esses problemas”, lembra Guerreiro Júnior.

Na Resolução, o CNJ determinou aos juízes que façam inspeção mensal em estabelecimentos penais sob sua responsabilidade e adotem providências para o seu funcionamento adequado. Em reforço ao assunto, o CNJ cobrou da CGJ, esta semana, o “rigoroso preenchimento de atualização dos dados do Cadastro Nacional de Inspeções nos Estabelecimentos Penais”, nos termos da resolução de 2007.

No ofício a Tamer, o corregedor faz menção em especial às delegacias da região da Baixada, onde esteve durante inspeção a comarcas, e avisa que a CGJ vai continuar a continuar a inspecionar delegacias e penitenciárias.

Para Guerreiro Júnior, a notória falta de infraestrutura do sistema penitenciário do Maranhão chegou a ponto de estrangulamento muito perigoso – também porque as delegacias cumprem a função de penitenciárias regionais, “um erro gravíssimo e sem justificativa”, avalia – e pode servir de motivo para novas rebeliões de presos. “Parece que todos esqueceram rápido dos acontecimentos recentes em Pedrinhas e Pinheiro”, observou.