Os grandes colégios eleitorais do Maranhão mandaram um recado muito azedo ao governo do Estado nas eleições de 2012. O nível de descontentamento, aliado a uma total falta de articulação política, impôs derrotas aparentemente incontornáveis nas maiores cidades do estado.
Se, de um lado, é verdade que o PMDB fez a maioria dos prefeitos nos pequenos redutos eleitorais, de outro salta aos olhos que o governo perdeu terreno nas cidades importantes, capazes de influenciar regiões inteiras e todo o estado. Vamos começar por Imperatriz, segundo colégio eleitoral do estado, onde o prefeito Madeira, embora conveniando aqui e ali, pertence ao mesmo PSDB de João Castelo, partido que é o principal adversário do PMDB de Roseana e do PT no estado e no país.
O mesmo resultado pode ser observado em Santa Inês, onde a oposição saiu vitoriosa com Ribamar Alves (PSB), em vista da batalha campal travada entre os candidatos governistas; em Timon, onde Luciano Leitoa (PSB) sagrou-se prefeito com larga vantagem sobre os candidatos do governo; em Caxias, cidade onde, embora o resultado fosse esperado, a divisão dos governistas possibilitou uma vitória acachapante de Léo Coutinho (PSB) e em Balsas, onde Rochinha (PSB) derrubou velhos caciques da política local.
Percebe-se que o governo está totalmente desarticulado politicamente, em vista das cisões que acumula. O próprio secretário de Assuntos Políticos do governo, Hildon Rocha, para coroamento de todas essas digressões, perdeu a eleição em sua terra, Cantanhede, com a candidatura de sua mulher. Em outros colégios eleitorais menos importantes, como Pirapemas, Grajaú, Bom Jesus das Selvas, Água Doce, para citar apenas alguns, o governo também perdeu espaço.
De São Luís, nem se fala. Os dois candidatos que disputam o segundo turno massacraram eleitoralmente o candidato do governo, que acabou em quarto lugar na disputa pelo maior colégio eleitoral do estado. E ao que se sabe Castelo e Flávio Dino, este embora não disputando qualquer mandato, são a mais real assombração nos sonhos de manutenção de poder de Sarney; representam a síntese da política antigovernamental no Maranhão. Vença Castelo ou Edivaldo Holanda Júnior (PTC), o governo sai perdendo.
Mas não é apenas a falta de uma melhor articulação política, o que incomoda o governo. Alguma coisa aconteceu para que o prenúncio das eleições de 2014 seja tão infenso à cúpula governista no Maranhão. Se o próprio secretário de Assuntos Políticos está perdendo eleições, sente-se, de imediato, a falta de alguém com maior peso e estatura nos gabinetes políticos do governo.
Fala-se que, desde já, existe um visceral descontentamento de deputados federais com candidaturas articuladas, ainda nesta eleição, por secretários de Estado que promovem invasões de redutos eleitorais consagrados e de outros que não estão sendo atendidos como queiram em suas postulações. O fato é que, a permanecer esse nível de desarticulação política, não é nada promissor o futuro político do governo do Maranhão. E a oposição agradece.