Filhos de Sarney

JM Cunha Santos

JP24317_1E de repente começaram a surgir os novos filhos e filhas de Sarney. E por que todo mundo, agora, resolveu que é bom ser filho de Sarney? Ora, filho de Sarney não pode ser investigado, não pode ser cassado, não pode ser julgado e muito menos condenado. Não pode ser preso, pois traz de berço a licença legal da inimputabilidade. É pior que índio brabo, que menor cheio de crack, que alcoólatra com atestado de doido. É intocável.

Filho de Sarney já nasce donatário de capitania, com mandato de deputado garantido, com direito a veto e a muitos votos. Conheço gente que faria qualquer coisa para ser filho de Sarney. E não por que ele foi presidente do Senado quatro vezes; não porque chegou à Presidência da República ou porque é membro da Academia Brasileira de Letras. Não porque seja dono de uma ilha que não afunda nunca. Querem ser filhos de Sarney, ou pelo menos netos, ou pelo menos sobrinhos, ou pelo menos bisnetos, tatatraraataratneto, porque essa é a única forma de ser feliz no Maranhão.

Aquela moça, a Silene Sarney ou Silene Araújo Costa, que nessas coisas de nome próprio ninguém se mete, é corajosa, muito corajosa. Saiu por aí dizendo pra todo mundo, até publicou no Jornal Pequeno, que é filha de Sarney. Essa não tem medo de insulto, de processo, de bala, de faca, nem de assombração.

E já houve quem dissesse que ela é da Terceira Via ou que é uma invenção da Rede do deputado Dutra para enfrentar, como vítima da deserdação política, a candidatura do Luis Fernando. Alguns gritaram: “Isso é coisa de comunista! Foi gerada na União Soviética”! Outros afirmam que é uma alternativa do próprio Sarney diante da incontestável inapetência político-istrativa de Roseana. Sem contar os que falam que é irmã gêmea e também quer governar. Peraí, duas Roseanas ninguém agüenta! Mais uma com o mesmo DNA de Sarney e o Maranhão explode. E vai faltar Maranhão para dividir.

No ensino médio, rendimento é maior com envolvimento dos pais

Por Ana Cássia Maturano 

Os resultados de mais uma avaliação das escolas brasileiras saíram. As notícias são promissoras. De acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2011, a meta proposta pelo Ministério da Educação (MEC) foi superada pelo ensino fundamental I e II e atingida pelo ensino médio.

Esse índice é calculado considerando-se o rendimento escolar (taxas de aprovação, reprovação e abandono) e médias de desempenho na Prova Brasil. A ideia é atingir, até 2021, índices europeus, o que foi conseguido atualmente por 3% de escolas de ensino fundamental II e 12,88 % do fundamental I.

Esses dados referem-se ao Brasil como um todo. Porém, variam de acordo com a região, o que não é nenhuma surpresa. A região Nordeste, por exemplo, tem os índices mais baixos considerando-se os anos finais do ensino fundamental. O sudeste apresenta os melhores resultados. As coisas melhoraram, mas as diferenças entre as regiões do país continuam – a mais rica tem uma educação melhor que a mais pobre. A boa escola depende de investimento financeiro e também do interesse de que as coisas mudem.

Indo mais além, existem diferenças gritantes entre as escolas. Enquanto umas não conseguiram atingir 1,0 de média, outras ultraaram a casa dos 8,0. Ainda temos muitos problemas nessa área. A diferença da qualidade de ensino é uma delas, tornando a educação algo injusto em nosso país.

Um dado que chamou a atenção é que a nota dos anos iniciais do fundamental teve um crescimento maior em relação às séries finais e ao ensino médio. A ideia é que houve um investimento maior na fase inicial da escolarização. É o caso da antecipação da entrada do aluno na escola – antes era aos sete anos e hoje é aos seis. Como se vê, quando há empenho, os resultados aparecem. Porém, está mais do que claro que o avanço da educação formal não depende só da escola ou do quanto o poder público se importa com ela. Depende também do aluno e da família por trás. Tanto é assim, que algumas escolas atribuem seus bons resultados ao envolvimento dos pais.

No final do ensino fundamental, ou mesmo no médio, os jovens estão em uma fase mais complicada da vida: a adolescência. São tantas coisas para resolver internamente, em uma época em que o espírito contestador e opositor se inflama, que é até esperada uma queda em seu rendimento. Mesmo que isso seja comum de acontecer, não quer dizer que o aluno deva ser colocado na posição de pobre coitado e que as coisas fiquem como estão. Pelo contrário.

É aí que entra a família. Mais do que nunca, os jovens precisam dela, mesmo que digam o contrário. Além de a fase ser complicada para os pais, eles consideram que os filhos dão conta da escola sozinhos, e acabam deixando tudo por conta deles. Veem isso como uma condição para que cresçam.

Realmente é a fase de caminharem sozinhos, ninguém vai ficar lembrando o filho sobre ter que fazer a lição ou estudar para a prova. Essa responsabilidade deve ser construída antes. Porém, é preciso que os pais estejam atentos, cobrem empenho de seus filhos e os consequentes resultados (naquilo que podem oferecer). Não dá para entrarem na adolescência junto com eles.

No início da escolarização, a participação da família geralmente é intensa. Quando ela vai chegando ao fim, os pais se afastam.

Os índices do governo federal dão um sinal positivo. Mas, em se tratando de educação, que ninguém ache que já está tudo certo. Principalmente num país como o nosso, em que o problema nessa área parece ser crônico. Para crescermos é necessário muito investimento do poder público, aliado ao envolvimento do aluno e sua família com a aprendizagem.

Câmara aprova projeto que proíbe pais de baterem nos filhos

Do G1

Se não houver recurso, proposta seguirá direto para votação no Senado.
Relatora da proposta destacou que projeto não prevê punições severas.

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (14) o projeto de lei que proíbe os pais de baterem nos filhos. Votada em caráter conclusivo na comissão especial formada para analisar a proposta, a chamada “Lei da Palmada” não precisará ser analisada em plenário e seguirá direto para o Senado. Existe a possibilidade de o projeto ser encaminhado ao plenário da Câmara, para votação com todos os deputados da Casa, mas para isso seria necessário juntar 52 s até o prazo de cinco sessões, o que poderia ocorrer só em  2012.

Relatado pela deputada Teresa Surita (PMDB-RR), o projeto prevê que pais que maltratarem os filhos sejam encaminhados a programa oficial de proteção à família e a cursos de orientação, tratamento psicológico ou psiquiátrico, além de receberem advertência. A criança que sofrer a agressão deverá ser encaminhada a tratamento especializado.

As medidas serão aplicadas pelo juiz da Vara da Infância. Teresa Surita destacou que não há, no texto, qualquer previsão de multa, prisão ou perda da guarda dos filhos.

“Dar uma palmada não é crime, não acontece nada com os pais como punição. Não se propõe que se puna ou penalize os pais. […] Mas a palmada é uma violência, é o início de qualquer agressão. A essência da lei é proteger a criança de qualquer agressão”, disse a deputada.

Pelo texto do projeto, crianças e adolescentes “têm o direito de serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar, tratar, educar ou proteger”.

“Na educação de crianças e adolescentes, nem suaves palmadinhas nem beliscões, nem xingamentos, nem qualquer forma de agressão, tenha ela a natureza e a intensidade que tiver, pode ser itida”, afirmou a relatora da proposta no parecer lido na Comissão Especial.

Um dos artigos do projeto de lei prevê multa de três a 20 salários mínimos a médico, professor ou ocupante de cargo público que deixar de denunciar casos de agressão a crianças ou adolescentes. A denúncia pode ser feita ao conselho tutelar ou a outra autoridade competente, como delegado, Ministério Público ou juiz.

A presidente da Comissão Especial, Érika Kokay (PT-DF), defendeu a proposta. “O castigo corporal só muda o comportamento na frente do agressor. Não é um mecanismo eficiente de convencimento, porque não muda a conduta de quem é agredido. Quem é agredido aprende a resolver conflitos através da violência e a subjugar o mais fraco.”

De acordo com o texto do projeto, castigo físico é “ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que resulte em lesão à criança ou adolescente”. Já tratamento cruel ou degradante é definido como “conduta ou forma cruel de tratamento que humilhe, ameace gravemente ou ridicularize a criança ou o adolescente”.

Castigo ou agressão
Nesta terça (13), a sessão que votaria o projeto foi adiada por falta de quorum, após divergências com a bancada evangélica sobre o trecho que cita “castigos corporais”. Os parlamentares religiosos reivindicavam a substituição por “agressões físicas”. A sugestão, contudo, não foi acatada por defensores da proposta.

“O que todos querem é que fique ‘castigo físico’, porque se trata de uma agressão com objetivo de correção, tem caráter disciplinar”, disse Teresa Surita. Segundo ela, havia uma preocupação da bancada evangélica de que a lei significasse uma interferência do Estado na família.

“A preocupação é de que não haja uma interferência do Estado na família. Essa lei não é punitiva, ela é pedagógica”, afirmou. Durante a o debate na Comissão Especial o deputado Edmar Arruda (PSC-RR), integrante da bancada evangélica, questionou a decisão da relatora de não substituir “castigo” por “agressão”.

“Nós dissemos a vossa excelência que não gostaríamos de ver no texto a palavra castigo, gostaríamos que fosse alterado para agressão. Quero saber por que não houve essa alteração, já que tínhamos um acordo”, afirmou.

A deputada Teresa Surita, então, explicou que conversou com o líder da bancada evangélica, João Campos, e que ele disse concordar com a manutenção do trecho original. Com a explicação, o deputado Edmar Arruda aceitou votar a proposta.

EM NOME DOS FILHOS

Do Blogue do Ed Wilson

O senador Edinho Lobão inaugurou a disputa pela sucessão da governadora Roseana Sarney (PMDB) em 2014, ao afirmar sem rodeios que o pai dele, ministro Edison Lobão (PMDB), será candidato ao Palácio dos Leões de qualquer jeito.

A fala de Edinho contraria as manifestações de Roseana favoráveis à candidatura do chefe da Casa Civil Luís Fernando Silva. Em recente solenidade oficial (inauguração de uma das UPAs), a governadora deu todos os sinais de apoio a Luis Fernando.

O chefe da Casa Civil já está em campanha há quase um ano. Ele criou e coordena um projeto chamado “Seminários Regionais de Lideranças”, na verdade grandes encontros com prefeitos e vereadores para amarrar a campanha de 2014.

A euforia de Edinho Lobão pelo pai e os apupos de Roseana pelo homem forte da Casa Civil revelam uma anunciada guerra pelos negócios entranhados no governo. No consórcio dos Sarney, Fernando tem hegemonia na istração dos interesses privados.

Edinho vê uma chance de ampliar sua área de atuação a partir do momento em que o pai, Edison Lobão, sentar na cadeira principal do Palácio dos Leões.

O outro pai, José Sarney, protege o quanto pode o filho Fernando, mas Edinho acha que está na hora de avançar.

A família Lobão está na fila para retomar o governo, mas Luís Fernando pode furar. É cedo ainda para fazer previsões, mas tudo pode acontecer, inclusive um acordo: Lobão governador, com 80 anos, e Luís Fernando vice.