Só família Sarney vê crescimento

Por José Reinaldo

Depois da interpretação própria de dados do IBGE em relação ao PIB e ao PIB per capita, agora querem fazer a mesma coisa com os dados inteiramente negativos do Enem. Com o PIB, só conseguiram mostrar que estagnamos no que já havíamos alcançado. Já colocados em 16° lugar entre todos os estados, lá continuamos empacados. E no PIB per capita, continuamos detentores do pior do Brasil, contudo, agora com a companhia do Piauí em 26° lugar, separados pela gigantesca diferença de R$ 17. E fica a dúvida sobre quem está pior e causou o empate: se foi o Piauí, que caiu um pouco, ou foi o Maranhão, que subiu microscopicamente. Vejamos o que escreveu o professor José Lemos:

“O Maranhão, de acordo com o IBGE, tem a oitava maior população do Brasil (6.569.687 de habitantes pelo ultimo Censo Demográfico de 2010). O IBGE também sinaliza que 3,5 milhões (53%) da população que vive no estado sobrevive com Bolsa Família do governo federal. Este contingente não contribui para a formação do PIB, porque não trabalha e, portanto, não gera riqueza. Proporcionalmente o Maranhão é o estado que mais tem gente participando desse programa, cujas fontes são os impostos diretos e indiretos pagos pelos brasileiros que trabalham. Assim, apenas 43% da população que vive no estado (3.069.687) participam ou dependem, direta ou indiretamente, da geração do PIB do estado. Se fizéssemos um exercício de calcular o PIB per capita apenas dessa população, o seu valor ascenderia para R$ 16.972,42 e saltaríamos para a 14ª posição no ranking nacional. Isto ainda distante da oitava posição que detemos na hierarquia das populações, mas bem melhor do que a 26ª posição que o IBGE nos enquadra junto com os nossos infortunados irmãos piauienses.

Tomando por base este valor potencial, e considerando o verdadeiro tamanho da população do Maranhão, este deveria ser o menor PIB per capita a ser perseguido para o estado, que nos proporcionaria uma riqueza total de R$ 111,50 bilhões, em vez dos atuais R$ 52 bilhões. Por que não atingimos este potencial?”

Essa é uma provocação interessante proposta pelo professor para definir os atuais limites do estado. Para isso, é preciso um salto na educação e uma mudança completa na istração do estado. Mas 2014 está aí mesmo.

No Enem, embora o resultado seja deplorável, como não poderia deixar de ser, já que a educação não tem apoio de Roseana Sarney – em que pese os esforços do secretário Pedro Fernandes – eles tentam dizer que melhoramos. Mas os resultados do Enem são péssimos, infelizmente.

Vejamos: no grupo das cem melhores escolas não temos nenhuma, embora 15 sejam do Nordeste. Cinco são do Ceará, quatro do Piauí, quatro de Pernambuco e duas da Bahia. Cinco são do Centro-Oeste e três do Sul. Nós estamos em outro planeta… Longe até do Piauí.

Mas temos um troféu: A pior escola do Brasil é nossa! E pertence à rede estadual. É a CE Aquiles Lisboa do município de São Domingos do Azeitão, onde Roseana só tem amigos. Média de 339 pontos.

E sob a indiferença da governadora, entre as 50 piores escolas do Brasil, todas públicas, a grande maioria delas é do Maranhão.

Entre as melhores do estado quase não temos escolas públicas. Quase todas são particulares ou federais. Mas me digam: o que poderíamos esperar diante do governo mais ausente da história do Maranhão?

O péssimo desempenho do nosso estado é facilmente visto. A média geral do Enem está acima dos 500 pontos. Então vamos verificar qual é o número de escolas maranhenses que tiveram média igual ou superior – não a média do Enem, mas essa mais baixa. Repetimos um parâmetro abaixo da média brasileira. Pode-se verificar que temos apenas 58 escolas acima de 500 pontos. Dessas, temos somente duas públicas estaduais e do restante, sete são federais e 49 privadas.

Dizer que estamos bem é brincadeira de muito mau gosto.

Ninguém vai mudar o estado sem trabalhar pesado para isso. Como nós podemos crescer espetacularmente de uma hora para outra, se todos os indicadores sociais continuam ruins como antes e praticamente todos são os piores do país? Nada mudou no IDH, na escolaridade, no número de excluídos, na pobreza extrema, no analfabetismo, na carência habitacional, na falta de água potável, de esgoto, enfim, em nada. Mas o senador José Sarney quer mudar de qualquer jeito a herança que deixará, depois de tantos anos de poder absoluto, e pensa que apenas com propaganda vai conseguir fazer isso. Ledo engano, nada muda a realidade a não ser muito foco e trabalho duro. E o governo da filha não trabalha e é omisso em relação aos problemas do estado. Não dá.

E parece que a engrenagem política da oligarquia começou a funcionar. Já toma corpo dentro do clã a ideia de que o prazo de validade da candidatura de Luis Fernando se extingue no fim de março de 2014. Ele teve muitas oportunidades, mas a sua falta de carisma não empolga a população. Praticamente, de uns meses para cá, ele tem sido o governador. Nada lhe falta. Viajou sem parar, fez discursos em toda parte, fez imensas promessas de investimento e mudanças. Porém, ter que carregar o fardo da oligarquia nas costas foi demais para ele.

Eu nunca acreditei que essa candidatura fosse para valer. Sempre disse que o candidato do grupo Sarney seria o senador João Alberto. E cada vez mais me convenço disso. Principalmente agora que foi chamado para intervir na Secretaria de Segurança e nomeou gente com grande poder de mobilização, experiente e com muito apoio. Levou Roseana Sarney em sua casa para ouvir a cúpula da polícia e prometer apoio. A situação da segurança, antes caótica, deve melhorar. Não se resolverá, contudo, porque para isso é necessário um plano de curto, médio e longo prazo, que hoje não existe. Mas poderá fazer dele um candidato mais forte do que Luis Fernando.

Creio que a oligarquia vai de João Alberto.

Enfim, para terminar, o Maranhão neste ano foi o terceiro estado brasileiro que menos investiu, comparando com quatro anos atrás. Significa dizer 41% a menos que há quatro anos, embora tenha arrecadado 23% a mais. A istração de Roseana Sarney é um primor…

E não ficou nada claro para mim: dos 32 lotes de exploração de gás ofertados na Bacia do Parnaíba, só um teve lance no leilão da ANP. Mas não tínhamos aqui um lençol de gás do tamanho do da Bolívia? Por que não houve interessados?

Só queria entender…

O ex-governador José Reinaldo Tavares escreve para o Jornal Pequeno às terças-feiras

Pisou na bola: João Martins diz que Maranhão não é pobre

João Martins (D), Elmo Vaz, Cláudio Azevedo e Roseana Sarney (E)

O superintendente estadual da Codevasf, João Martins, disse no seu discurso de posse que o “Maranhão não é pobre, é nobre”.  Seria mais honesto ter dito que o Maranhão é um estado rico, de povo pobre.

Mas esta realidade não soaria bem aos ouvidos da governadora Roseana Sarney (PMDB) presente ao evento, no Palácio Henrique La Rocque. Governadora, aliás, que contribuiu em seus quatro governos para aumentar a pobreza dos maranhenses.

O filho do ex-prefeito Juca Martins não deve ter lido a última publicação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011, divulgada na semana ada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostrou o Maranhão como a segunda pior média de renda mensal do país.

De acordo com o estudo, o rendimento médio no estado é de apenas R$ 602,00. No Distrito Federal, o primeiro colocado, esta média é de R$ 2.623. O estudo também apontou que o Maranhão é o estado com menor índice de domicílio com computadores ligados à internet.

O Blog Bequimão Agora torce para que a infeliz declaração tenha sido apenas mera rasgação de seda à chefe política.

Ex-técnico do Sebrae, João Martins conhece bem a realidade do Maranhão e pode realizar um grande trabalho à frente da Superintendência da Codevasf. Basta priorizar ações que contribuam para reduzir a pobreza do povo maranhense.

Maranhão de excluídos…

Do Blog do Itevaldo

A partir dos microdados do Censo 2010 IBGE, a Fundação Getúlio Vargas, produziu um trabalho que revela a situação atual do o à internet no país. O Maranhão aparece com os piores indicadores.

No Norte e Nordeste há uma exclusão digital nos municípios do interior, com menos de 12,5% de pessoas com o a internet. Em números absolutos, são 2.608 municípios no Brasil com menos de 12,5% de domicílios com o a internet, a maior parte deles localizados no Nordeste.

O Maranhão tem os piores indicadores com apenas 15,16% de domicílios com computador e 10,98% de domicílios com o à internet.

Em tempo de carros-pipas distribuindo água e de um estado forte em ‘produzir’ mão obra de escrava, não teríamos outro caminho…

Maranhão Andando Prá Trás*

José Lemos

O IBGE acaba de divulgar os resultados do PIB dos municípios brasileiros para o ano de 2009. Segundo os resultados divulgados, o estado tem o segundo menor PIB médio do Brasil, apenas ficando na frente do Piauí. Em 2009 o PIB per capita anual do estado ficou em R$6.259,43, que equivale a 1,3 salários mínimos daquele ano. O Piauí teve PIB per capita anual de R$6.051,10. Como o que é ruim sempre pode ficar pior, a informação mais dramática que se depreende das estatísticas divulgadas pelo IBGE é que o Maranhao teve a segunda menor taxa de crescimento do PIB médio no período de 2008 a 2009 (2,6%). Apenas Sergipe, no Nordeste, cujo PIB médio em 2009 foi de R$9.795,55 teve taxa de crescimento menor do que o Maranhão naquele lapso de tempo (0,1%). O Piauí teve a maior taxa de aceleração do PIB per capita de todos os estados brasileiros, entre 2008 e 2009. Com base nos dados do IBGE a estimativa que fiz para este estado foi  uma taxa de aceleração de incríveis 12,6%. Com base nessas taxas projeta-se que, quando o IBGE divulgar, no final do próximo ano, o PIB de 2010,  o Maranhão voltará a ser o estado brasileiro com o menor PIB per capita do Brasil.  Em 2010 o valor projetado do PIB per capita maranhense é de apenas R$6.419,18 (equivalente a apenas um salário mínimo anual daquele ano)  e o do Piauí deve ter atingido  R$6.815,34.

Contudo, o rol de informações ruins, retiradas dos dados divulgado pelo IBGE, não param por ai.  Dos cem (100) municípios com menores PIB médios em 2009, vinte e três (23) estavam no Maranhão. Para completar, o município brasileiro com menor PIB per capita é maranhense: São Vicente de Ferrer, cujo valor anual foi de ridículos R$1.929,97, o que equivalia a 39% do salário mínimo anual daquele ano.

Outra informação ruim que se retira dos dados do IBGE é que o PIB maranhense, além de ser baixo, é um dos mais concentrados do Brasil. Com efeito,  em 2009 apenas dezessete (17) municípios tinham PIB per capita  superior a média do estado.

Eu e doze pesquisadores da Ásia e Oceania tivemos o privilegio de conhecer a Coréia do Sul, convidados pelo Governo daquele País, no inicio dos anos noventa. Um País com área de 99,2 mil quilômetros quadrados, portanto, ligeiramente maior que o estado de Pernambuco (98.311 km2) e bem menor,  que os 332 mil Km2  do nosso Maranhão. A população coreana estimada para 2009 era de 48,3 milhões. A Coréia tem menos de um terço da sua área agricultável. Quando lá estivemos, o País ainda não era auto-suficiente na produção de arroz, o principal item da dieta coreana. Era questão de honra para o País virar o milênio atingindo aquele objetivo.  Não mediram esforços. Treinaram jovens coreanos nas melhores universidades do mundo. Desenvolveram um programa arrojado de reforma agrária, em que as famílias rurais não podiam ter menos do que meio hectare e mais do que  três (3) hectares. Adicionalmente, criaram um sofisticado programa de pesquisa agropecuária integrada  aos serviços de assistência técnica, fomento e extensão rural.

Tudo isso, ancorado num dos mais ambiciosos programas educacionais do mundo. Com isso a Coréia tornou-se auto-suficiente na produção do arroz que consome atualmente, eliminou o analfabetismo, elevou a escolaridade média, e hoje está entre os países com os melhores indicadores de desenvolvimento do mundo.

Na contramão do que foi feito na Coréia, os atuais detentores do poder no estado e que governaram durante toda a década de noventa (aquela perdida), primeiro (1997) acabaram com o sistema de agricultura no estado, e com ele a estrutura produtiva no único setor em que o Maranhão tem vantagem comparativa e competitiva. Deixaram a grande maioria dos municípios sem escola de segundo grau. Contribuíram para o estado ter a maior taxa de analfabetos do Pais (19%) e a menor escolaridade média (6,2 anos).

Quando reassumiram o poder, depois do golpe jurídico de abril de 2009, resolveram esquartejar o setor, criando duas secretarias. Fizeram de tal forma que faltam quase todos os tipos de recursos para ambas, e sobram desestímulos para a maioria dos seus técnicos, quase todos contratados em condições precárias, sem vinculo empregatício e recebendo salários indignos. Não obstante, atualmente a Secretaria de Agricultura e a AGERP terem como titulares dois excelentes profissionais e conhecedores do setor, observa-se a letargia da produção agrícola do estado. Não podem fazer milagres, diante da não renovação do quadro de pessoal, tanto de formulação de políticas como de execução. Nada podem fazer, pois sabem que aqueles que ainda estão por lá, pensam em sair, porque sabem que fora dali haverá melhores oportunidades de trabalho e de remuneração. Pobre Maranhão!

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*Artigo publicado em O Imparcial do dia 17/12/2011

Mais de 44% dos bequimãoenses são pardos

A maioria da população do município de Bequimão é parda. Segundo dados do Censo 2010 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos 20.344 habitantes 9.080 se declararam pardos. A cor branca tem o segundo maior índice com 6.921 pessoas, enquanto 4.239 declararam-se pretos. Foram registrados ainda 95 pessoas que se declararam amarelas e nove indígenas.

Os termos branco, preto e pardo são utilizados no relatório oficial do instituto.

Do universo de pouco mais de 4 mil jovens entre 15 e 24 anos de idade, mais da metade (2.277) se dizem pretos e pardos, conforme autodeclaração aos recenseadores.

Entre os jovens, adolescentes (de 15 a 19 anos) são os que mais se definem como pretos e pardos – 71,8%, contra 68,2% dos adultos jovens (20 a 24 anos). Há mais declaração de jovens pardos (1.915) do que pretos (862).

Os dados foram coletados pelo IBGE entre agosto de 2009 a julho de 2010, abrangendo 6.497 domicílios.

6,7% da população do Maranhão não possui renda, diz IBGE

Do blog do Jorge Vieira

Os números do Censo do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- relativo a 2010, divulgados no final de agosto ado, revelam números surpreendentes sobre o nível de miséria em que vive boa parte da população do Maranhão.

Segundo o IBGE, no Maranhão, Estado considerado mais pobre do país, 6,7% da população – um contingente de 438 mil pessoas – vive em condições de indigência plena.

Em maio do ano ado, quando anunciou a existência de 16,2 milhões de brasileiros em situação de extrema pobreza no País, o governo federal dividiu os miseráveis entre sem renda e os 11,4 milhões que tinham rendimento familiar per capita de R$ 1 a R$ 70 mensais. No mês seguinte, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) detalhou informações sobre os que tinham renda. O mapeamento dos sem-rendimento foi concluído em agosto.

No município Em Marajá do Sena, o mais pobre do Estado, por exemplo, três em cada dez moradores vivem em famílias sem renda própria. A cidade de 8 mil moradores tem a segunda pior renda média familiar per capita do País, de apenas R$ 153,47 mensais.

O IBGE reuniu no universo dos miseráveis sem renda aqueles que recebem apenas benefícios como o Bolsa Família e os que não têm nenhum tipo de assistência monetária do poder público, mas não fez uma contabilidade de cada grupo separadamente. (Com informações do Estadão)