Dialética e memória

Editorial JP, 7 de fevereiro de 2015

Bastou um mês. O fundo de reserva do sarneisismo assistiu à implantação do plano Mais IDH, à convocação de 1.000 novos policiais para garantir a segurança da população, à redução dos índices de criminalidade em comparação a janeiro de 2014 e deve ter deduzido: “Como nós fomos incompetentes”!

Assistiu, em apenas um mês, ao seletivo que está colocando mais mil professores em sala de aula, à prorrogação dos contratos de outros 4 mil professores, ao projeto que vai por fim às escolas de taipa e palha, ao encaminhamento de uma solução para a Defensoria Pública, à parceria entre Estado e Prefeitura para recuperação asfáltica e intervenções em ruas e grandes avenidas da capital, dentre outras ações do governo Flávio Dino, e deve ter deduzido: Nós realmente esquecemos de governar”.

O editorial de ontem do EMA é um primor do escamoteamento dialético. Falam que em campanha o governador convenceu 2 milhões de eleitores de que teria a receita e o remédio certos para todos os males do Maranhão. Mas os males que eles causaram e deixaram são tantos – caso de falência múltipla dos órgãos do Estado – que nem com a concorrência de 10 mil laboratórios e um milhão de farmácias seria possível curar dentro de um mês.

E o governador Flávio Dino deve estar realmente cansado. De conferir dívidas e rombos. A dívida de R$ 30 milhões com a Cemar, o calote de R$ 184 milhões na Saúde, as 17 mil cédulas de identidade que sumiram do Viva Cidadão, o rombo de mais de R$ 1 bilhão na Refinaria , a farra institucional com dinheiro público na Fundação da Memória Republicana e por aí vai.

Se, como dizem, as estatísticas mostradas por Flávio Dino em palanque não são reais, que desmintam eles o IBGE, a ONU, a Fundação Getúlio Vargas e todos os institutos que já aferiram a derrocada sócio-econômica do Maranhão sob o poder dos Sarney.

Discursar, para quem ou a vida estudando, é realmente muito fácil; para quem ou a vida em mesas de pôquer e pif paf, onde o silêncio é praticamente obrigatório, sempre será mais difícil. E também é correto dizer que a crise pessoal com a dialética entre o falar e o fazer é bem mais leve que a crise pessoal que vem com a dúvida entre o ficar e o fugir.
Como podem ter a cara de pau de falar em Portal da Transparência depois de descobertos os atos secretos que esconderam os principais gastos do governo Roseana Sarney, é alguma coisa digna do The Blues Brothers. Pior ainda é reclamar de violência, de homicídios, depois de transformarem São Luís numa espécie de Faixa de Gaza do Nordeste brasileiro.
Aquele editorial é o sarneisismo se olhando no espelho e tentando entender a própria derrota. Extrapola qualquer nível de cinismo que falem sobre nomeações de parentes e apaniguados quando confiscaram as instituições e tomaram de assalto todos os cargos estaduais e federais do Maranhão durante 50 anos.

E, falando em provérbios, que tal este: “Nada é tão irável em política quanto uma memória curta”. (John Kenneth Galbraith)

“Água, violência e indecência”: Editorial do Jornal Pequeno

O Maranhão é como um país à parte do Brasil. Um país sem rede de esgoto, um país sem água e sem segurança pública. Um país sem banheiros, se é possível acreditar que esse tipo de situação ainda possa persistir. Um país cujos indicadores sociais, as aferições de pobreza e abandono das classes menos favorecidas nos remetem aos princípios de um século que já ou.

A atormentada campanha política que começou no domingo – e atormentada porque nela já se registram ataques à família, crueldade no tratamento de tragédias familiares, insultos e sopapos trocados entre candidatos – registra o fato inédito e singular para quem chegou no século 21, de um candidato ao governo, Flávio Dino, apresentando 65 propostas, entre elas o “Pacto pela Vida”, um projeto de redução da violência e “Água Para Todos”, neste caso específico porque falta água para muita gente no Maranhão.

Na proximidade de shoppings e prédios públicos suntuosos como os do Tribunal de Contas do Estado, Ordem dos Advogados do Brasil, Assembleia Legislativa, Secretaria Estadual da Saúde, o Bairro Jaracaty sofre com a falta de saneamento básico. E se aqui, em área nobre de capital, é esta a situação, podemos imaginar o que acontece nos longínquos municípios do interior do Estado.

Se atingirmos a pior qualidade em quase todos os serviços que se esperam do Estado, se continuamos a erguer o cetro de campeões de pobreza, é que o modelo político fundado e mantido durante quase 50 anos pelos Sarney governou exclusivamente para as elites, para os grandes negócios e esqueceu o lado social mais necessitado. Somos um país à parte em que a distribuição de água tratada é um dos principais compromissos de uma campanha política. Somos um país à parte do Brasil, porque, no limite de todas as infidelidades sociais, o Maranhão não tem banheiros!

E é neste país sem rede de esgoto, sem água, sem segurança pública, que a indecência política praticada através de parte da imprensa avança sobre a família, propõe uma guerra moral lamentável e é despropositadamente cruel com os sentimentos de um pai que tragicamente perdeu um filho. E sabe Deus o tamanho da dor de perder um filho prematuramente. Por esse caminho, o caminho do vale-tudo, o caminho do linchamento pessoal, o Maranhão, mais uma vez, será exemplo de vergonha para o Brasil.

E assim caminha o Maranhão. Falta água, falta saneamento, faltam banheiros e sobram violência e indecência política.

* Editorial publicado no Jornal Pequeno

Imprensa em alta

Editorial do Jornal Pequeno – 18/01/13

Uma brusca e louvável mudança no conceito de assessoria de comunicação aconteceu neste estado a partir da eleição do saudoso deputado João Evangelista, presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão.

Há oito anos, no auge de uma carreira política depois brutalmente interrompida pela fatalidade, João Evangelista convidava os jornalistas Jorge Vieira e Robson Paz para assumirem os cargos de diretor e diretor adjunto de Comunicação, respectivamente, do Poder Legislativo.

Foi montado, então, o mais arrojado projeto de comunicação do estado até aquela época, com a transmissão das sessões em tempo real, o que pôs fim à prioridade dada às matérias de interesse do governo, eliminou a censura disfarçada e até a intervenção subsidiada dos governos nos jornais da cidade com relação ao noticiário do Poder Legislativo.

Para os jornalistas que já estavam ali há algum tempo, parecia um sonho. A oposição parou de falar apenas para as quatro paredes da Assembleia, pois com a transmissão direta das sessões deixou de fazer sentido boicotar a divulgação de discursos e denúncias de parlamentares na imprensa. A tecnologia da internet foi posta a favor da liberdade de imprensa.

Convidado hoje pelo secretário de comunicação da Prefeitura Municipal de São Luís, Márcio Jerry, o jornalista Robson Paz assumiu a secretaria adjunta de comunicação da Prefeitura. Uma decisão correta, coerente e produtiva do senhor secretário, pois Robson Paz também esteve à frente desse inusitado projeto que instituiu os programas ‘Assembleia em Ação’ e ‘Assembleia em Foco’, que invadiram o rádio e a televisão maranhenses com um noticiário pela primeira vez isento e diversificado na história do Legislativo maranhense.

Caberia ao deputado Marcelo Tavares, na condição de presidente, realizar o que Robson Paz chama de ‘grande sonho do deputado João Evangelista’: a instalação da TV Assembleia. Afável politicamente, religioso e moderado em suas intermediações, adepto do companheirismo, mesmo com os colegas mais azedos, Robson Paz deixou a diretoria de Comunicação da Assembleia em outro grande momento: quando o presidente Arnaldo Melo e a atual diretora de Comunicação, Dulce Brito, organizam um esperado Complexo de Comunicação que unirá, estrategicamente, a TV, Portal, Rádio e Diário Oficial, inclusive com a construção de uma nova e mais funcional estrutura física.

No lugar de Robson Paz assume a diretoria adjunta de Comunicação na AL a jornalista e advogada Jacqueline Heluy que está na assessoria desde 1991 e cuja competência também dispensa comentários, pois restou demonstrada nas redações dos jornais ‘O imparcial’ e ‘O Estado do Maranhão’, na assessoria do Senac e na Associação dos Magistrados do Maranhão.

Na AMMA, por sinal, ganhou três concursos nacionais de jornalismo consecutivos. Só para mostrar à grande imprensa que os melhores ainda estão no Maranhão. Jacqueline Heluy é também uma escolha acertada e coerente da diretora Dulce Brito e do presidente Arnaldo Melo. A depender apenas de comunicação, a Prefeitura de São Luís e a Assembleia Legislativa do Maranhão vão muito bem, obrigado. O resto é com eles.

O grito na garganta

Editorial do Jornal Pequeno

Fazendo um paralelo entre o poder econômico e o poder popular, o presidente da Embratur, Flávio Dino, fez, durante o seminário de seu partido, o PCdoB, uma pregação que pode calar no coração dos maranhenses: evitar os 50 anos da oligarquia Sarney no Maranhão. Falta pouco para que se complete meio século no poder da mais vasta aliança política estadual do Nordeste, quiçá do Brasil.

Esta aliança, de posse de todos os cargos federais e estaduais no Estado e sempre adotando métodos reprováveis de cooptação política, envolveu os prefeitos, vereadores, deputados e lideranças de todos os municípios. A partir do jugo do Poder Executivo, entranhou-se perversamente no Legislativo e no Judiciário, serviu-se da ditadura e de todos os governos pós-democráticos do país para dissolver lideranças emergentes no Maranhão, corromper partidos políticos e garantir a manutenção do mais longo reinado de poder no Brasil.

Como um polvo, a oligarquia estendeu seus tentáculos a todas as organizações da sociedade civil, de sindicatos a associações de moradores, de clubes de mães a associações de futebol de areia, de grupos folclóricos a escolas de samba em todo o estado. Vê-se, então, que a tarefa de evitar os 50 anos da oligarquia Sarney não é apenas um caminhar, pois implica em mudança de mentalidade dos maranhenses, em carregar uma mensagem de libertação em todos os dias que se sucederem daqui até a eleição de 2014.

Toda essa arregimentação fisiológica não impediu que a oposição vencesse a eleição de 2012 nos principais colégios eleitorais do estado, inclusive a capital São Luís, e no segundo maior colégio eleitoral do estado, o município de Imperatriz. No entanto, os partidos no governo elegeram maior número de prefeitos e vereadores, o que torna o caminhar de Flávio Dino mais longo e mais urgente. O risco é a alienação política persistente nos pequenos colégios eleitorais do Maranhão, que são a imensa maioria.

O presidente da Embratur entende que o processo de mudança no estado começa agora, em 2013, com a adoção de um modelo de gestão pública moderno e eficiente a ser implementado pelos novos gestores. Nas diversas prefeituras em que venceu, a oposição tem dois anos para mostrar que é capaz de governar bem melhor que o grupo Sarney, o que nos parece uma tarefa muito fácil. Outro alerta é a formação de alianças políticas amplas, sem as quais não é possível vencer.

O governo tem a caneta, o dinheiro, os cargos, o partido no poder nacionalmente (PT), a ascensão aos demais poderes; enfim, uma força de manipulação e cooptação imensurável, sem contar a dependência física e financeira dos municípios. Mas tem contra ele a História, as notícias de corrupção e fisiologismo, de nepotismo e atraso. E tem, principalmente, esse grito de liberdade engatado na garganta do povo do Maranhão.

Flávio Dino tem 62% das intenções de voto para o governo do Estado

Do Jornal Pequeno

Pesquisa encomendada pelo Jornal Pequeno ao Instituto Amostragem revela que se a eleição para o governo do Estado fosse hoje o presidente da Embratur, Flávio Dino, lideraria com folga na espontânea e em todos os cenários estimulados.

Na media, de quatro cenários prováveis no pleito de daqui a 22 meses, ele teria 61,99% dos votos. A pesquisa foi realizada no período de 15 a 17 deste mês e ouviu 1.300 eleitores em 40 municípios localizados em todas as regiões do estado.

Na espontânea, aquela em que o entrevistador não apresenta o nome dos prováveis candidatos, Flávio Dino lidera com 17,92% das intenções. Em segundo lugar aparece o nome da governadora Roseana Sarney, que não poderá disputar nova reeleição em 2014, com 9,38%. O secretário Luis Fernando é lembrado por 1,62%; ministro Edison Lobão por 1,38% e os outros nomes com pontuação abaixo de 1%, entre os quais João Castelo, Tadeu, Edivaldo Holanda, Gastão Vieira.

Cenários – No primeiro cenário estimulado, Flávio Dino tem 55,54% contra 31,92% de Edison Lobão (PMDB). No segundo cenário, Dino tem 62,06% e o senador João Alberto (PMDB) aparece com 23,31%. Na terceira hipótese apresentada, Flávio Dino tem 63,08% e o secretário Luís Fernando (sem partido) fica com 20,15%. E no quarto cenário, Flávio Dino tem 67,31% e o ministro Gastão Vieira (PMDB) tem 16,23%.

Rejeição – O ministro Edison Lobão lidera a rejeição. 38,38% dos entrevistados disseram que não votariam no ex-governador de jeito nenhum. O senador e também ex-governador João Alberto tem rejeição de 25,54%; Gastão Vieira de 24,77%; Luís Fernando de 20,77% e Flávio Dino de apenas 12,62%.

83,69% dos maranhenses querem renovação e mudança no estado

A pesquisa informa também que o sentimento de renovação e mudança na política estadual é o predominante no eleitorado. 83,69% dos entrevistados disseram que o melhor para o futuro do Maranhão é eleger um governador que represente a mudança. Apenas 12,31% acham que o melhor para o estado é a continuidade do grupo Sarney no comando do Maranhão.

‘Há um sentimento forte de esgotamento do atual ciclo de domínio político no Maranhão. A necessidade de renovação e mudança é detectada até na faixa do eleitorado pesquisado que aprova o governo Roseana Sarney’, aponta relatório descritivo da pesquisa.

Superintendente estadual do Incra faz visita de cortesia ao Jornal Pequeno

Do Jornal Pequeno

José Inácio e Lourival Bogéa

O superintendente estadual do Incra no Maranhão, José Inácio Rodrigues, fez ontem uma visita de cortesia ao Jornal Pequeno, onde foi recebido pelo diretor-geral do JP, Lourival Bogéa. Durante a visita, José Inácio discorreu sobre os desafios de fazer uma gestão eficiente, democrática e transparente na principal instituição do governo federal que trabalha a questão da reforma agrária no país. José Inácio assumiu o comando do Incra no início de setembro de 2011 e traça grandes planos para 2012.