BIA VENÂNCIO X LUÍS FERNANDO

Por: José Reinaldo Tavares

Eu sou um assíduo devoto de São José de Ribamar. Todas as minhas férias de criança e de jovem, ei lá. De vez em quando vou assistir as missas na agradável igreja, na sede do município. Fiz junto com o prefeito Câmara as obras fundamentais para que a parte do bosque e da orla não desaparecessem atingidas pela erosão que destruía celeremente a cidade. A obra do espigão, que construímos e que mandei estudar nos laboratórios do INPH – Instituto Nacional de Pesquisas Hidráulicas da Portobras tal sua importância para conter o ímpeto avassalador das marés, e a importante obra complementar que foi o cais de contenção que circundou toda a antiga cidade e abrigou a Av. Litorânea, mudaram e deram vida nova a cidade e garantiram sua sobrevivência. Essa foi apenas uma entre tantas iniciativas que fizemos.

Essa introdução serve apenas para mostrar a grande proximidade minha com a cidade.

Participei fundamentalmente da eleição de Luís Fernando a prefeito da cidade, ele que, por um período foi meu secretário de Educação. Fui ao lançamento de sua candidatura, mas o fato mais importante foi impedir José Câmara de se juntar a candidatura de Julinho, grande líder do município, muito carismático, que se tivesse tido essa aliança, Luís Fernando com certeza teria perdido.

Ele se elegeu e depois do rompimento com a família Sarney se afastou de mim por completo. É da vida política, já que ele é grande amigo de Jorge Murad.

Nunca deixei de ir a São José. Portanto foi com espanto que comecei a ver, logo depois do ex-prefeito assumir a Casa Civil do governo de Roseana Sarney, uma campanha laudatória a istração dele no município. Na verdade tratava-se de uma bem feita campanha de mídia para tornar o chefe da Casa Civil mais conhecido e saudá-lo como de primeiríssima linha. De repente a istração do ex-prefeito ou a ser assombrosamente boa e local obrigatório à ser visitado por outros prefeitos para aprenderem como se deve fazer.

Eu, nas minhas andanças por Ribamar, não conseguia ver tantas melhorias. Seria porque eu sou da oposição ao governo?

Via apenas um bom projeto: o Liceu Ribamarense, que até pediu emprestado o nome do melhor colégio público de ensino médio do estado, para marcar bem. Puro Market.

O colégio é realmente bom, o melhor da cidade e serviu como mostruário da excelência da istração de Luís Fernando. Mas acontece que os dados do IDEB mostram que as demais escolas do município são tão ruins como a maioria das escolas públicas do estado. Não credenciam nenhum , pois a excelência tem que ser no conjunto delas e não em uma só.

Mas, será que eu estava sendo muito rigoroso no julgamento, só porque ele será o candidato do governo em 2014?

Recebi, semana ada, do Professor José Lemos o seu livro Mapa da Exclusão Social no Brasil, editado e lançado pelo Banco do Nordeste, leitura obrigatória para quem quer estudar a realidade do país.

E resolvi comparar os dados do município mais bem istrado do país, segundo a mídia do governo do Estado, e outro também aqui na ilha, para tornar mais real a comparação. Só que o outro é sinônimo de descalabro istrativo. Resolvi comparar os dados sociais do melhor, na ótica do governo e do pior. Para isso fui buscar os dados que estão publicados no livro do professor Lemos.

Pensei então comparar os dois municípios, dado a dado de 2010. O município vencedor seria o que tivesse os melhores indicadores sociais entre os sete estudados pelo Professor Lemos. Nada mais isento, não é? Nada de subjetividade!

Vejamos:

‘Fora da escola, na idade certa’: São José – 6,7%. Paço do Lumiar – 5,8%. Uma zero para Bia.

‘Privação de renda’: São José- 53,9%. Paço – 50,8%. Dois a zero para Bia.

‘Privado de água’: São José – 34,9%. Paço – 35,7%. Dois a um para Bia.

‘Privado de saneamento’: São José – 53,2%. Paço – 44,0%. Três a um para Bia.

‘Privado de coleta de lixo’: São José – 19%. Paço – 38,5%. Três a dois para Bia.

‘Índice de Exclusão Social’: São José – 32,2%. Paço – 31,6%. Quatro a dois para Bia.

Escolaridade: São José – 5,7%. Paço – 5,8%. Praticamente empatados, mas cinco a dois para Bia!

Goleada de Paço sobre Ribamar ou de Bia sobre Luís Fernando.

E aí, onde está o grande Luís Fernando? Só na propaganda de Roseana?

E olhem que Paço ficou sem prefeito quase um terço do mandato, sempre envolto em grande confusão. E Ribamar teve um reforço gigantesco no Fundo Especial.

Se comparar com Imperatriz fica de cinco a dois para Madeira.

Se comparar São José de 2000 com São José de 2010 fica quatro a três para 2010. O grave neste caso é que três indicadores caíram entre 2000 e 2010. Os do ano 2000 eram melhores e o município andou para trás nesses indicadores.

Que excelência, minha gente! Quem diria, Bia foi melhor do que Luís Fernando, com todo o apoio que este teve de Roseana.

Dei uma olhada no contrato do avião PP-JRS alugado pelo governo. E não adianta tentar esconder. O governo do Estado garante o pagamento mínimo de 20.000 km por mês, voando ou não. Ou 240.000 km por ano. Considerando que um jato faz 800 km/hora, teremos 300 horas de voo por ano ou 75 viagens por ano a Brasília, por exemplo, ou sete viagens por mês, quase duas por semana para essa cidade. Como pode? E isso é pago voando ou não. Como é impossível a governadora ar os dias todos viajando e não parar no trabalho, qual é a justificativa para um contrato sem pé nem cabeça como esse? É escandaloso.

Não é de pai para filho? Quem negociou isso?

Qual a justificativa para dar esse presente ao dono da aeronave?

Viva São José neste 19 de Março!

O ex-governador José Reinaldo Tavares escreve para o Jornal Pequeno às terças-feiras

TSE determina que TRE ouça testemunhas no caso da cassação de Roseana até setembro

Do blog do Garrone

O Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão tem até o mês de setembro para ouvir todas testemunhas arroladas no proceso de cassação de diploma contra a governadora Roseana Sarney e o seu vice, Washington Oliveira, que tramita no Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília.

A determinação foi do relator do processo (RCED – 809), ministro Arnaldo Versiani, ainda no final de junho, que deu sessenta dias para que todos fossem ouvidos.

Com o recesso, a carta de ordem do TSE deve ter chegado ao TRE no início do mês de agosto.

Dezoito pessoas foram convocadas para testemunhar, dentre elas o ministro Edison Lobão, o deputado federal Chiquinho Scórcio, o secretário de Saúde, Ricardo Murad, e o prefeito de Coelho Neto, Soliney Silva.

Com exceção do ministro e do deputado federal, todos serão ouvidos em São Luís.

O TSE já enviou comunicado a Lobão e Scórcio para que definam as datas, local e hora de suas audiências.

Roseana e Washington foram acusados pelo ex-governador José Reinaldo Tavares de abuso de poder econômico e político.

am centenas de convênios nos meses que antecederam as eleições, distribuíram bens através de programas sociais não previstos em lei, fizeram publicidade pessoal nas campanhas do governo e, por fim, realizaram gastos de campanha não contabilizados, o velho Caixa 2.

Somente em convênios, a turma do Palácio dos Leões distribuiu quase R$ 1 bi, segundo vasta documentação anexa ao processo.

Há provas de convênios que foram pagos em tempo recorde, geralmente em dois dias entre a e o efetivo pagamento, com a emissão da ordem bancária.

Somente no mês de junho foram 979 convênios em um total de R$ 400 mi. Desses, 257 foram celebrados no dia 24 de junho, data da convenção partidária que escolheu Roseana Sarney candidata pela coligação PMDB/PT.

TESTEMUNHAS ARROLADAS

JOSÉ REINALDO TAVARES (AUTOR DA DENÚNCIA)

José Márcio Leite (sec. adjunto de saúde )

Filadelfo Mendes Neto, o Filuca (ex-secretário do governo Roseana)

José Miguel Lopes Viana

Aluisio Coelho Duarte

Soliney Silva (prefeito de Coelho Neto)

ROSEANA SARNEY

Fábio Godin (sec. de planejamento do gov. Roseana)

Francisco Scórcio (dep. federal)

Roberval Cordeiro Silva

Remi Ribeiro

Francisco Emiliano Ribeiro de Menezes

Édson Lobão

WASHINGTON OLIVEIRA

George Alan Ramalho Pereira

Benedito Buzar (jornalista)

Raimundo Nonato Carneiro Sobrinho

Ricardo Murad (sec. de saúde)

Sérgio Macedo (sec. de comunicação)

Ildon Rocha (sec. do governo Roseana)