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Família Sarney tem medo de Flávio Dino
Do Jornal Pequeno
O jornal O Estado do Maranhão dedicou uma página inteira na edição de ontem para atacar o presidente da Embratur, Flávio Dino, numa demonstração clara e nervosa do medo que o clã Sarney sente da candidatura do líder comunista.
O longo texto é um panfleto eleitoreiro com várias distorções de fatos recentes e dos pleitos de 2010 e 2008. O pano de fundo da narrativa é ar a ideia de um líder truculento, arrogante, que não respeita os adversários e até ataca os próprios aliados. Ou seja, uma pintura absolutamente deformada e distante do Flávio Dino real.
O ataque da oligarquia foi interpretado por políticos como demonstração de pânico com a força eleitoral demonstrada por Flávio Dino. Seria uma forma desesperada de frear o crescimento ainda maior no momento em que Dino começa a andar pelo interior do Maranhão levando sua pregação de esperança e de mudança no estado empobrecido por quase cinco décadas de dominação política.
A julgar pela receptividade que Flávio Dino e seus aliados vem tendo, o jornal de José Sarney terá que dedicar ainda muitas e muitas páginas para tentar “queimá-lo”.
Grandes problemas na oligarquia
Na semana ada abordei os problemas da oposição que são decorrentes da eleição de prefeito em São Luís, principalmente brigas internas, ou seja, nada que muita conversa e entendimento não possa resolver.
Problemas grandes são o da oligarquia, que está em ritmo de inventário, típicos de quem está saindo do ramo devagarinho. As coisas começam a acontecer sem controle, pois as pessoas começam a pensar mais em si próprias do que no grupo, do qual começam a duvidar da longa sobrevivência.
Roseana Sarney, enfadada no exercício do cargo, não preparou sua saída do governo. Agora a nova ordem parece ser a de uma candidatura dela ao senado para cuidar dos interesses da família, que teme ficar sem proteção política. É preciso um Sarney para defender os interesses maiores da família, que são muitos e diversificados. De toda a ordem, inclusive pessoais. E isso só pode ser feito com mais força por uma senadora do bloco do governo.
Com efeito, não é mais prioridade máxima manter o governo para o comando do clã. E na família só ela mantém chances reais de se eleger para o senado.
Dessa forma, o que era prioridade antes, já não é mais, e o que não era antes, agora é. Parece então definido que ela não ficará até o fim do mandato no cargo, o que seria importante para a eleição do governador.
Recapitulando, a eleição para governador a a ser prioridade dois e a de senador agora é um. Isso não quer dizer que não se empenharão muito para eleger o seu candidato ao governo. Não entregarão os pontos.
Por isso, confusão é grande e Luís Fernando balança e ficará sabendo que o que importa sempre é o interesse da família. O atual secretário da Casa Civil como candidato, na verdade, divide o grupo. Lobão torce o nariz, assim como Ricardo Murad e muitos outros. O senador Sarney não parece ser grande fã dessa alternativa e agora parece não contar mais com o empenho de Roseana Sarney, que, se acontecer assim, terá que sair do governo para se desincompatibilizar.
Com a saída de Max Barros da Secretaria de Infraestrutura – a iniciativa parece ser toda dele e não uma determinação de Roseana – a governadora resolveu escolher logo Luís Fernando para o lugar, o que mostra a todos que já não se importa tanto com a candidatura dele ao governo. É claro que o candidato não poderia assumir esse cargo, pois a consequência é que terá que dizer não a grande maioria dos prefeitos, pois não dá para atender a todos, que querem asfaltar a sua cidade, além de outras obras.
O risco é grande nesse cargo e em vez de ganhar apoios, pode-se perdê-los, o que é muito ruim para o candidato. Ele sabe disso, tanto que tentou indicar para esse cargo outro secretário do atual governo, esse disposto a ar por cima de tudo para ajudá-lo, mas para sua surpresa a governadora não aceitou a indicação. Convenhamos, não é tratamento que se dê a um candidato tão badalado. Portanto, a confusão está implantada no seio do governo. E o candidato, meio desnorteado.
Max resolveu sair para não se aborrecer em cargo de tanta responsabilidade, com as inevitáveis pressões – algumas indecorosas – que lhe cairiam no colo se permanecesse secretário durante a campanha. Preferiu se resguardar, pois o seu perfil sempre foi o de seriedade. Não combinaria com o seu caráter. E preferiu sair.
Fica indefinido quem assumirá o governo após a desincompatibilização de Roseana seis meses antes do pleito no ano que vem. Washington, que tem o direito de assumir o mandato, está sendo tentado a aceitar uma vaga no TCE. Usam o PT, mas dar o governo a ele, nem pensar. Podem querer colocar as mágoas de fora e isso nem pensar. Então a vez é de Arnaldo Melo, presidente da Assembleia e segundo na sucessão. Eles também têm o pé atrás com Arnaldo, mas como tirá-lo? Pediriam para algum outro conselheiro da corte de Contas ir para casa, a fim de também oferecerem uma vaga para Arnaldo Melo? Possível, mas complicado. E ele aceitaria e perderia a chance de ser governador de fato e de direito? Um coroamento em sua carreira?
Tudo muito desarrumado e complicado. Como será?
Nesse quadro caótico, eu tenho uma quase certeza: o candidato do senador José Sarney ao governo do Estado será seu amigo de longas datas, senador João Alberto. Acostumado à luta e com trânsito na classe política vai para o que der e vier e, em caso de derrota, tem ainda quatro anos de mandato de senador.
Tudo muda, se Lobão tiver condições de concorrer. Tem a preferência do senador José Sarney, embora não a de Roseana e de Jorge Murad. Mas tem a de Ricardo Murad, o homem ativo do governo.
Enfim, não há dúvidas de que o governo tem muito mais problemas graves a resolver do que a oposição para a eleição de 2014.
O ex-governador José Reinaldo Tavares escreve para o Jornal Pequeno às terças-feiras
OLIGARQUIA TEM SEU MOMENTO
A oligarquia sempre se aproveitou da divisão da oposição após a eleição municipal de São Luís. Sempre partiu da certeza de que a oposição sairia dividida da eleição e esse fato facilitaria a vitória, dois anos depois, para o governo do estado. Sim, pois a capital do Maranhão é historicamente o local de maior consciência política do estado, até por isso se tornou reduto cativo da oposição, que nunca perdeu ali uma eleição para prefeito.
Com efeito, é natural que vários líderes oposicionistas disputem a eleição uns contra os outros e campanha eleitoral deixa sempre sequelas que levam anos para serem esquecidas.
O grupo Sarney sempre se aproveitou desse fato. Prepararam-se para tirar a maior vantagem possível. Dão primeira página para quem se disp a atacar outros membros da oposição. E muitos caem nessa com facilidade. Não conseguem resistir a trinta segundos de fama. Na verdade à mídia oligárquica só interessa noticiar aqueles que partem para a briga no seio da oposição. E adoram noticiar a resposta, quanto mais agressiva melhor, porque assim fica mais difícil consertar e unir depois. Eles não conseguem dar uma boa imagem para o grupo a quem obedecem, tarefa hercúlea para qualquer um – convenhamos – e se especializaram em criar intrigas, sempre no meio oposicionista, naturalmente.
Nada pode ser melhor para eles. A oposição destrói seus laços e esquecem o combate real que precisa ser feito, que é denunciar o governo terrivelmente ruim de Roseana Sarney. Não se fala da falta de água diária em São Luís que penaliza a todos e nos remete ao início do século ado. Não se fala no esgoto caindo direto em nossas praias, poluindo-as a ponto de tornar perigosas para a saúde as ações de quem se aventura nelas. Ninguém fala dos níveis medíocres da educação pública do estado, causa maior da pobreza da nossa população, ou seja, 44,6 por cento da dos maranhenses vivendo na pobreza extrema. Ninguém denuncia o endividamento criminoso do estado para obras sem sentido e sem proveito para o nosso desenvolvimento.
E assim conseguem dupla vantagem. Ficam esquecidos e sem cobrança pelos mal feitos e ao mesmo tempo lançam a oposição numa guerra fraticida. Só têm a ganhar com esse quadro. E a oposição só tem a perder ao aceitar esse jogo.
O candidato mais forte da oposição, Flávio Dino, precisa de tempo para os programas eleitorais e para acomodar candidatos dos partidos que coligarem com o seu para dar-lhe consistência política e eleitoral. Mas, mesmo assim, agride-se Castelo sem se prestar atenção que Roseana já cooptou o prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira. Se continuarem a politizar as críticas a ele, como estamos vendo com grande cobertura dos meios de comunicação sarneysistas, perderemos na oposição não só Castelo, mais Neto Evangelista e o deputado Carlos Brandão, que não terá forças para levar o PSDB para apoiar o candidato da oposição ao governo. Sem o PSDB, o tempo do candidato será muito pequeno e levará enorme desvantagem para enfrentar o candidato da oligarquia em uma eleição, sob todos os aspectos, será muito difícil. Ademais, onde acomodar os candidatos a deputado estadual e federal?
Castelo tem condições de se defender do que o acusam. Deixem os órgãos próprios o acusarem, mas não politizem o assunto, porque haverá consequências ruins para a oposição. O senador Sarney está de olho grande no PSDB, pois sabe o que isto significa para 2014.
E esse não é o único problema para a oposição, pois com a criação do partido de Marina Silva, ela será candidata a presidente e aqui precisará de um candidato a governador para lhe dar o palanque de que tanto precisa. Não resta nenhuma dúvida de que Eliziane Gama, que tem afinidades com Marina, será candidata ao governo do estado, desfalcando a oposição maranhense.
Por enquanto, o grupo Sarney tem aproveitado muito melhor o atual momento.
Mas a eleição não será agora e a oposição precisa se entender melhor, conversar muito e evitar a briga interna.
Será um árduo trabalho. Mas vale à pena, pois instalar a democracia no estado é um motivo nobre o suficiente e isso só será possível vencendo em 2014.
Para finalizar, soube que o governo do estado vai ter muito trabalho para botar a mão no bilhão de reais do BNDES. Como não pagam os precatórios, não preenchem as condições fiscais para receber o dinheiro…
‘Temos de evitar os 50 anos da oligarquia Sarney no Maranhão’, sentencia Flávio Dino
O presidente da Embratur, Flávio Dino, disse ontem (8), durante seminário promovido pelo PC do B do Maranhão com prefeitos, vice-prefeitos e vereadores eleitos da legenda realizado no Hotel Abbeville (São Luís), que o processo de mudança no estado começa com o novo modelo de gestão pública moderna, séria e eficiente a ser implementada pelos novos gestores a partir de 2013.
‘Não nos interessa o poder pelo poder, interessa-nos o poder pelo serviço e essa é a dimensão ética do fazer político que nós buscamos fazer. Nós estamos numa trajetória de afirmação de um modelo diferente da ação política com o objetivo de fazer a mudança no nosso estado’, afirmou Flávio Dino, para uma plateia de dezenas de prefeitos, vices e legisladores da oposição vitoriosos nas eleições de vários municípios maranhenses.
Ao fazer uma avaliação do crescimento do PC do B no Maranhão, legenda que emergiu nos últimos anos como uma das principais forças políticas do estado, Dino disse que 2012 foi um ano de vitórias do partido.
‘Nós tivemos uma batalha muito dura e difícil em 2012, ano de muitos êxitos, muitas alianças bem-sucedidas em várias cidades, resultando em excelentes resultados eleitorais e precisamos, naturalmente, olhar os desafios que estão à frente’, avaliou o presidente da Embratur.
Ao lado do prefeito eleito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PTC), e dos deputados Simplício Araújo (PPS), Rubens Júnior (PC do B) e Marcelo Tavares (PSB), que prestigiaram o evento e participaram – num clima muito harmônico, de intensa alegria e emoção – da entrega do Prêmio José Augusto Mochel 2012, que homenageou oito personalidades de lutas de esquerda em todo o Maranhão, Flávio Dino frisou que este desafio deve ser encarado como uma tarefa que pode definir um momento autenticamente novo para a política do estado.
‘Está cantado, decantado e anunciado, nós temos a batalha de evitarmos os 50 anos da oligarquia Sarney no Maranhão. Essa é uma tarefa esperada por todo Brasil. Nesse sentido, a eleição de 2014 é decidida em 2013; se fizermos tudo certo em 2013, em 2014 a única coisa que a gente vai ter que fazer de mais difícil é caminhar muito, contar a verdadeira história do nosso estado, falar das nossas propostas’, afirmou.
Liderando todas as pesquisas de intenção para o governo do Estado a menos de dois anos do pleito, Dino ponderou que o caminho a ser trilhado até 2014 é difícil, duro e repleto de obstáculos.
‘Eleição não se ganha de véspera, e nós sabemos que o outro time, o outro exército é poderoso, e se move de modo ilimitado. A corrupção em nosso estado nunca foi tão alta, coisas escabrosas que estão ocorrendo, portanto vão tentar pela via do poder econômico derrotar o poder popular. Acreditamos que o poder popular vai se afirmar como ocorreu em outros momentos e vai derrotar essa perspectiva construída no nosso estado que é responsável pelas tragédias cotidianas’, asseverou Flávio Dino.
No fim do discurso, o comunista destacou a importância da participação de todos na construção desse processo. ‘Essa batalha não é pessoal minha, é uma batalha de todos nós. E por isso sabemos da importância dos aliados, sem eles nada somos e nada seremos. Dessa forma precisamos de alianças políticas amplas, de forma a construirmos uma candidatura vitoriosa a fim de que, ao iniciarmos a nossa campanha em 2014, confirmemos o que temos hoje, um bom clima de entendimento entre os aliados’, finalizou Flávio Dino.
(Blog do John Cutrim – Portal JP)
O CULPADO É O OUTRO
A oligarquia trabalha sem culpas. É assim que funciona. Nunca são culpados de nada, óbvio. Seja qual for o problema, seja qual foi o mal feito, seja qual for o desastre que causaram ou o prejuízo imposto à população, sempre acusam um culpado, que, por óbvio, é da oposição. Todos os dias temos exemplos dessa má conduta evasiva. Ao mesmo tempo não reconhecem nenhum problema, ou seja, o Maranhão sempre está “bombando”.
O chefe do clã atribui todas as notícias negativas sobre o estado a um letreiro no estilo outdoor colocado na frente do Congresso Nacional em Brasília. Aquele papel devia conter alguma mágica, pois a partir daí até revistas de Londres e jornais de New York colocaram notícias comparando o poder do senador, que foi até presidente da República, e o estado de penúria e miséria em que vive mais da metade da população do Maranhão. Um homem muito poderoso em todos os governos que se sucederam no país, presidente inúmeras vezes do Senado, em contraste com os indicadores do IBGE, que nos remetem ao último lugar entre todas as unidades federadas nos quesitos pobreza, escolaridade, analfabetismo, tudo.
O letreiro tinha um motivo muito forte para estar ali naquela ocasião. Uma mão poderosa e misteriosa não deixava aprovar um contrato de empréstimo do Banco Mundial exatamente para combate à pobreza, que mofava no Senado. Estava já há três anos nas gavetas ilustres do congresso e aquela foi a ofensiva que pretendia sensibilizar os senadores da urgência da aprovação do empréstimo, parado sem motivo real naquela Casa. E funcionou, pois junto com o protesto dos trabalhadores rurais feito nas galerias do plenário do senado, um sentimento de justiça que levou a aprovação foi criado.
Mas o chefão, que é dono de um império de comunicações, foi vencido na comunicação por um único outdoor. Incrível o poder daquele instrumento, pois até hoje a imagem do Maranhão só fez se agravar com as istrações de Roseana Sarney, segunda em importância na hierarquia do clã. Incrível!
A força daquele outdoor estava na verdade que ele continha. As estatísticas federais não deixam qualquer dúvida sobre isso e mesmo o grande poder e prestígio do senador nas altas esferas do país torna-se pequeno ante a pobreza e penúria da população maranhense. Não há como desmanchar essa verdade sem trabalho dedicado e competência em favor do povo do Maranhão. Mas primeiro é preciso reconhecer essa realidade triste e isso a oligarquia não quer fazer e não fará mesmo. E sem aceitar a realidade, nada que digam a mudará. Não tem jeito.
Domingos Freitas Diniz mostrou em sua representação a Assembleia Legislativa contra a governadora Roseana a total irresponsabilidade e incompetência do governo na gestão do sistema de água e esgoto da capital. Mostrou todos os atos, todos proclamados com grande estardalhaço, que apenas perpetuam esse grave problema. Desde a decretação de estado de emergência em 2009, que não resultou em nada até os dias de hoje. Embora não faltassem concorrências públicas, avisos de contratação de empresas, datas em que as obras ficariam prontas, etc.
O impressionante trabalho de Domingos Freitas Diniz, um homem sério, competente e independente deixou sem resposta o governo. O que poderiam dizer? A única coisa que tentaram dizer é que a culpa é de governos anteriores, como se Roseana não tivesse ocupado o governo por quase 11 anos e tenha sido ela quem causou tudo isso, ao ter uma licitação de seu segundo governo anulada pelo TCU, que acabou por proibir a colocação de recursos federais no orçamento da união até há pouco tempo.
Quando Roseana saiu do governo em 2002, o estado estava sem capacidade de pagamento, não podia contratar empréstimos e, como os recursos federais não podiam ser alocados, só nos restava fazer a manutenção do sistema. E isso foi feito com muito esforço e dedicação da Caema.
Como deixei o estado com grande capacidade de investimento, hoje não falta dinheiro. Empréstimos, este atual governo já tirou vários que ascendem a cifras superiores a 2 bilhões de reais. Portanto dinheiro não falta, mas falta competência, responsabilidade e vontade.
Hoje a situação é gravíssima e, ironicamente, dependemos do sistema do Sacavém, construído por Newton Bello há mais de cinquenta anos.
O sistema de esgoto não existe e as duas estações de tratamento construídas no meu governo não estão funcionando, os rios e as praias estão contaminados por coliformes fecais e o secretário diz que vai contratar mais exames, desacreditando o próprio governo do qual faz parte e que faz os exames obrigado pela justiça federal.
Será que vão aparecer exames demonstrando que daqui para frente está tudo resolvido e as famílias podem tomar banho de mar à vontade e sem perigo de contaminação? Tudo é possível nesse governo… Agora, resolver o problema mesmo, de verdade, nem pensar!
De fato, esses problemas só estarão resolvidos quando o sistema voltar a ser operado pela Prefeitura de São Luís, pretensão do prefeito João Castelo para seu segundo mandato. O resto é perfumaria…
No assassinato de Décio Sá, a oligarquia está em xeque
Por: Franklin Douglas
O assassinato do jornalista Décio Sá foi covarde, bárbaro, violento. Não se deseja uma morte dessas ao pior inimigo. Foi à expressão máxima de que a pistolagem impera no Maranhão, não tem respeito sequer pela elite política oligárquica que, com leniência, deixou que ela florescesse.
Ligado diretamente a Fernando Sarney, a Ricardo Murad e muito bem quisto pelo patriarca da oligarquia e por sua filha-governadora, a pistolagem não tomou conhecimento dessas ligações: ousou matar Décio Sá, cuja oligarquia que ele tanto defendeu sequer conseguiu protegê-lo.
Conheci Décio no curso de Comunicação Social. Embora um ano a minha frente, formamos na mesma turma. Na Ufma, posicionávamos em grupos estudantis diferentes, contudo, ambos sob influência das teses progressistas da esquerda forjada na universidade. Era essa a cultura política predominante na Ufma dos anos 1990. Fora do espaço de resistência da universidade, a cultura política hegemônica era o clientelismo, o patrimonialismo, o mandonismo. Em vez de resistir, inclusive por sua origem de classe, Décio optou por tornar-se um orgânico militante da classe dominante maranhense. Viu por esse caminho a via mais rápida para ascender no jornalismo, primeiro na Folha de São Paulo, depois no O Estado do Maranhão.
Pioneiro na blogosfera, incorporou a lógica da produção noticiosa da internet e postava freneticamente, o que lhe deu público crescente, ainda que isso custasse a reputação de muitos, a intimidação de alguns (a exemplo do que fez com a reportagem da Folha quando esta veio verificar denúncias de compra de votos nas eleições de 2010) ou a exposição da vida privada de outros. Seu único limite era o núcleo da família Sarney-Murad ao qual se vinculou.
Fruto dessa formação social à qual se submeteu, Décio Sá imaginou-se intocável. Por isso, sob o interesse de seu grupo, foi a ponta de lança da oposição midiática aos governos Zé Reinaldo e Jackson Lago, enfrentou a Vale, denunciou empresários playboys, lideranças periféricas do sarneismo que foram e voltaram – a quem rotulou de “balaios” –, juízes, desembargadores, alguns crimes de pistolagem…
Nossas divergências com a opção política de Décio não impediram de evitar que ele levasse uma surra da turma do atual vice-governador, num encontro do PT, em 2005. Enfurecido pelos textos que Décio publicava das ramificações do escândalo do mensalão com seu grupo no PT maranhense, Washington expulsou-lhe do auditório do Hotel Praiamar, insultando-lhe de “imprensa marron” ao microfone, o que levou a formar no meio do auditório uma espécie de corredor polonês que Décio só escapou graças à intervenção de Augusto Lobato, Márcio Jardim e nossa lhe retirando do recinto – os mesmos que ele não poupou em “detonar”, como dizia, em seus textos. Com seus erros e acertos, era de carne e osso, nem santo, nem demônio…
Só a forte cobrança da opinião pública maranhense obrigará o sistema de segurança pública a dar resposta ao assassinato do jornalista Décio Sá, tal como ocorreu no caso “Stênio Mendonça”, na década de 1990.
Independe da qualidade e da opção ideológica do jornalismo feito por Décio, é obrigação de todos nós a exigência pela elucidação do crime, pois se trata de uma vida humana barbaramente ceifada, do direito à liberdade de expressão (de todos! E não apenas da liberdade da imprensa poder falar), de encorajar jornalistas a não calarem e afastar deles – e da sociedade – a cultura do medo, de silenciar por receio de represálias.
Só a cobrança da sociedade, repito, obrigará a oligarquia a cortar na própria carne, como foi obrigada a fazer na I do Narcotráfico/Crime Organizado. Sobretudo porque a violência é estrutural, criada e incorporada ao sistema político pela elite política que o conformou nos últimos 50 anos. Ontem foi o líder quilombola Flaviano Pinto (em São João Batista) e trabalhador rural Raimundo Alves “Cabeça” (de Buriticupu), hoje o jornalista Décio Sá… amanhã poderá ser qualquer um, se os maranhenses se calarem.
O que está na berlinda é a política de segurança pública do “melhor governo da vida” de Roseana, onde a pistolagem e a impunidade reinam à solta: só neste mês de abril foram 53 homicídios na ilha de São Luís. Praticamente dois assassinatos por dia!
Pautar um falso debate sobre “gorilas diplomados” é querer levantar uma cortina de fumaça diante da falta de aparelhagem/estrutura/pessoal da Polícia para chegar ao mandante do crime…
As metralhadoras da oligarquia deveriam mirar a investigação sobre o mandante do crime, em vez da defesa truculenta da mesma, que quer tutelar a OAB, impondo quem deve e quem não deve dirigir suas comissões internas, ou quer impedir até o direito de opinião dos que não concordam com sua visão do Maranhão.
Não é a cidadania maranhense que está em xeque, tampouco a mulher ou o homem de bem, como você, caro leitor, cara leitora. Quem está em xeque é a oligarquia!
Não à pistolagem!! Não à impunidade!!!
Franklin Douglas, jornalista e professor, escreve para o Jornal Pequeno aos domingos, quinzenalmente. E-mail: [email protected]
Oligarquia Sarney trama para adiar audiência no processo de cassação de Roseana
O vice-governador, Washington Luis Oliveira (PT) protocolou, nesta manhã de sexta-feira (20), às 9h46min, no Tribunal Regional Eleitoral, uma petição, com a finalidade de afastar o juiz federal Nelson Loureiro da realização da audiência do dia 27, que ouvirá as testemunhas de defesa no processo de cassação da governadora Roseana Sarney, por abuso de poder político e econômico na eleição de 2010.
O documento protocolado por Washington, hoje uma espécie de laranja da Oligarquia Sarney, pede que a carta de ordem do TSE volte ao juiz Sérgio Muniz.
O processo de cassação do mandato de Roseana Sarney e seu vice, Washington Luis Oliveira (Macaxeira), por corrupção e abuso de poder econômico, movido pelo ex-governador José Reinaldo Tavares, já deveria ter sido julgado há muito tempo. Mas a Oligarquia Sarney tem usado de todos os meios escusos para retardar o julgamento, temendo aquilo que os especialistas chamam de uma “cassação certa”.
Apesar de toda a prova documental existente no processo do uso de recursos de convênios, (cujo montante chega a um bilhão de reais), com todo tipo de entidades, de prefeituras à associação de futebol de areia, para beneficiar a reeleição de Roseana e seu vice, seus advogados pediram para ser ouvida uma quantidade enorme de testemunhas de defesa (12) para provar que não houve abuso.
Como o processo tramita no Tribunal Superior Eleitoral (RCED 809), cujo relator é o ministro Arnaldo Versianni, foi determinado que o Tribunal Eleitoral do Maranhão ouvisse as testemunhas de defesa de Roseana Sarney, dentro de sessenta dias. No dia 01 de setembro de 2011, a carta de ordem do TSE (PET Nº 27311 – TRE/MA), chegou ao juiz Sérgio Muniz, que é filho do secretário adjunto da Casa Civil do governo de Roseana, Antônio Muniz.
Na véspera de expirar o prazo para cumprir a ordem do TSE, Sérgio Muniz, que havia ados 58 dias sem dá qualquer despacho no processo, “descobriu” que faltavam alguns documentos vindos do TSE. Nem marcou audiência e devolveu todo o processo ao Tribunal Superior Eleitoral.
O ato do juiz Sérgio Muniz foi considerado tão grave, que mereceu até pronunciamento do deputado Domingos Dutra na Tribuna da Câmara dos Deputados, no dia 22.11.2011, denunciando o que o parlamentar do PT chamou de “manobras que a família Sarney estaria fazendo no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão, e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, para evitar a cassação da governadora Roseana Sarney (PMDB)”.
O TSE, então, determinou o retorno da carta de ordem ao TRE do Maranhão, e foi redistribuída ao juiz federal Nelson Loureiro, que, no dia 14 de dezembro de 2011, designou a audiência para ouvir as testemunhas de defesa de Roseana para o dia 27 de janeiro.
Mas o inédito desse processo, talvez único na história, é que a pessoa acusada de cometer um crime, a corrupção eleitoral e abuso de poder econômico, no caso, Roseana Sarney, faz de tudo para que suas próprias testemunhas de defesa não sejam ouvidas pela justiça.
Agora, mais uma vez a Oligarquia se vale de seus instrumentos escusos para conseguir seu intento.
Hoje, 20 de janeiro, às 09:46hs, o laranja Washington Macaxeira, que tem servido apenas para ser usado pela Oligarquia, protocolou uma petição no TRE (processo 1974/2012), cujo objetivo é exatamente afastar o juiz federal Nelson Loureiro da realização da audiência do dia 27, e que a carta de ordem do TSE volte ao juiz Sérgio Muniz.
Certamente, mais uma vez o TRE cumprirá as ordens da Oligarquia e não permitirá que a audiência do processo de cassação de Roseana e seu vice Washington Macaxeira se realize no dia 27, e ainda mais sob o comando de um juiz federal independente.
Na verdade, no meio jurídico, todos sabiam que a Oligarquia Sarney não iria se conformar que a carta de ordem do Tribunal Superior Eleitoral permanecesse com o juiz federal Nelson Loureiro, e usariam mais uma vez de todos meios para retardar o desfecho final do processo de cassação de Roseana e seu vice Macaxeira.
Não é por outra razão que todos os processos de cassação contra Roseana Sarney que já tramitaram no Tribunal Eleitoral do Maranhão, desde a eleição de 1994, foram todos sumariamente arquivados, alguns deles apreciados após o fim do mandato, quando já não tinha mais mandato a ser cassado.
Oligarquia Sarney dá nome a 161 colégios no Maranhão
Da Folha de S.Paulo / Blog Marrapá
Em alguns estados brasileiros, o batismo de escolas parece ser estratégia de autopromoção de políticos. No Maranhão, por exemplo, o sobrenome Sarney está em 161 escolas (179 em todo o país). O ex-presidente José Sarney dá nome a 92. Sozinho, supera a soma de seus sucessores – Collor, Itamar, FHC e Lula –, presentes em 15 escolas do país.
Na Bahia, entre os nomes mais comuns estão Antônio Carlos Magalhães (1927-2007), em 119 escolas, e Luís Eduardo Magalhães (1955-1998), em 101. Somados, os dois superam o número de homenagens em todo o país para a Princesa Isabel, o Papa João Paulo 2º ou o escritor Machado de Assis.
A prática é utilizada também em municípios. É o caso da cidade fluminense de Magé, com 223 mil habitantes. Das 87 escolas municipais, 21 têm o nome Cozzolino, o mesmo da ex-prefeita afastada por denúncia de corrupção em 2009, Núbia Cozzolino. Como o MEC não divulga estatísticas sobre nomes mais comuns em escolas, foi preciso fazer uma pesquisa nome por nome, para descobrir quantas vezes ele se repetia.
Embora não seja um levantamento completo, a reportagem procurou incluir nomes de figuras históricas ou políticos locais para identificar os que possivelmente usam o batismo de escolas como estratégia de autopromoção.
A prática é comum, apesar de uma lei federal de 1977 que proíbe atribuir nomes de pessoas vivas a bens públicos da União e a estabelecimentos que recebam verbas federais, caso de escolas.
Para o professor da Faculdade de Educação da UFRJ, Luiz Antônio Cunha, os alunos acabam sendo influenciados pois é comum escolas ensinarem quem são as personalidades que dão nome a elas.
“É a utilização da fachada da escola como outdoor. Uma expressão clara do patrimonialismo político, do uso privado do espaço público e dos alunos como destinatários cativos da celebração de algumas figuras políticas.”