Vereador Elanderson cobra melhorias na infraestrutura da cidade

IMG-20160509-WA0031[1]Em sessão plenária realizada na última sexta feira, o vereador Elanderson (PCdoB), fez indicação ao prefeito de Bequimão, Zé Martins (PMDB), para que providências sejam tomadas na melhoria da infraestrutura da Rua Antônio João Martins, no Centro da cidade.

O requerimento numero 01/2016 do comunista, prevê que o Executivo municipal realize os serviços de pavimentação asfáltica, rede de esgoto e meio fio. Em entrevista concedida a este blog, o vereador afirmou que foi procurado pelos próprios moradores que se sentiram incomodados com o descaso público. Além das péssimas condições de trafegabilidade, a Rua Antonio João Martins também está servindo para a proliferação de doenças como: dengue, chicungunya, zika virus.

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Com as fortes chuvas que caem na cidade e com as inúmeras crateras formadas ao longo da rua existem muitas poças de águas, o que facilita com essas doenças endêmicas coloquem em risco a vida das pessoas. Para o parlamentar, o problema também é uma questão de saúde pública porque as condições de higiene são das piores devido ao acumulo de lixo no local. “Espero que o prefeito considere a gravidade da situação pela qual estão ado as dezenas de famílias residentes dessa rua e atenda de imediato essa indicação apresentada por mim”,declarou Elanderson

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Segundo os moradores, o problema já existe há algum tempo e o prefeito Zé Martins é ciente, mas não tomou nenhuma providencia. Cansados de conviver com o descaso, eles apelaram para o poder legislativo. O vereador Elanderson foi o escolhido para levar o problema para a Câmara de Vereadores que de imediato reconheceu o problema e mais uma vez ficou do lado do povo. O requerimento foi votado e aprovado pela maioria dos vereadores. Agora ficará a cargo do prefeito, Zé Martins para a execução dos serviços ou simplesmente ignorar o problema.

Cerca de 20 famílias estão sofrendo com o problema. A Rua Antonio João Martins fica por traz da escola Manoel Beckman e serve de o entre a Avenida Itapetininga e a Praça da Igreja ando pelo Legislativo Municipal. A rua não foi incluída pelo prefeito no cronograma de recuperação asfáltica quando Bequimão foi beneficiado com recursos do Governo do Estado para a melhoria na infraestrutura da cidade.

PCdoB realiza Conferência Municipal e lança pré-candidato a prefeito

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Por Annyere Pereira

O Diretório do PCdoB de Bequimão realizou, na manhã do último domingo (18), Conferência Municipal, para um ato político de filiações de novas lideranças ao partido e também discutir o projeto político e a atuação partidária no município.

O encontro aconteceu no auditório do Sismubeq, e com o espaço cheio, reuniu representantes do PCdoB estadual e lideranças políticas estaduais, locais, tais como, o vereador e presidente municipal do PCdoB, Elanderson Pereira; o secretário estadual de Comunicação, Robson Paz; o pré-candidato a prefeito de Alcântara, Anderson (PCdoB); o ex-vereador Fredson Pereira; o ex-prefeito Antônio Diniz (PDT); Coronel Lopes (PSDB); Carlos Jorge (PSB) e o Professor Francisco (PCdoB).

O encontro foi marcado por avaliações positivas ao governo Flávio Dino, a luta pelo fortalecimento do PCdoB em Bequimão, por duras criticas a Prefeitura de Bequimão e por discursos políticos focando as próximas eleições municipais de 2016, onde o presidente do PCdoB local, Elanderson, se colocou a disposição para ser o pré-candidato a prefeito do grupo nas próximas eleições. “Precisamos discutir o município de forma clara e transparente, tendo como prioridade a população, a gestão pública e oferecer serviços públicos de qualidade ao povo”, discurso Elanderson.

5nPara o vereador, é fundamental que se alcance os anseios da população desenvolvendo políticas de educação, saúde e segurança.

Sobre o desenvolvimento do partido em Bequimão, Elanderson diz que a ideia agora é lutar para fortalecer o PCdoB no município, mas comemorou o momento que o partido a no atual cenário político. “Temos uma equipe trabalhando para que o PCdoB seja mais fortalecido e, tenha mais filiações, para isso, precisamos de pessoas comprometidas, que desejam o desenvolvimento do município, e, assim, colocar em prática todas as nossas ideias visando o bem da população”, argumentou.

CRÍTICAS

Elanderson, ainda criticou a omissão do poder público municipal, principalmente, na área da educação, onde denunciou a prática comum do fechamento de escolas em povoados de Bequimão. “A atual gestão não prioriza escolas e nem a educação. Inventa reformas com valores absurdos, mas que não am por nada além de uma pequena pintura. Isso confirma o não comprometimento com a população, é um resultado de uma má gestão e que não possuem compromisso com o povo”, afirmou.

Segundo ele, são obras de péssima qualidade e sem transparência. “Mas, o PCdoB vem para mudar a realidade do nosso município”, garantiu.

O vereador ainda criticou a Câmara Municipal por não aprovar vários requerimentos que apresenta na Casa pedindo apuração de irregularidades encontradas na Prefeitura de Bequimão. “Uma falta de respeito com a população”.

Além disso, Elanderson anunciou que o governo estadual já reou quase meio milhão para a área da saúde, mas a Prefeitura de Bequimão não opera o recurso como a população necessita.

ELOGIOS

Elanderson aproveitou a oportunidade e fez elogios à gestão do governo do estado, onde tem desenvolvido programas sempre voltados para as pessoas mais pobres. “Tenho a honra de dizer que ajudamos a eleger Flávio Dino e tenho mais honra ainda em divulgar as suas ações, que são voltadas para os que mais precisam”.

GOVERNO

4rRepresentando o governo do estado, o secretário estadual de Comunicação, Robson Paz, falou sobre a situação política estadual, com êxito do governo Flávio Dino. “Os primeiros meses do governo têm sido marcado por intensa luta para fazer vingar a plataforma político-istrativa aprovada pela maioria dos eleitores maranhenses, com ações concretas que visam melhorar a vida do povo”, explicou Paz, ainda afirmando que o governo tem agido com transparência e zelo com o recurso público, viando oferecer serviços de qualidade à população.

Robson ainda garantiu que Flávio Dino faz governo em sintonia com todas as prefeituras, sem exceção de ser ou não de oposição. Ele citou que já foi reado para Bequimão mais de meio milhão e já tem mais de setecentos mil empenhados para a área da saúde e foi reado cem mil para o período junino de 2015, por exemplo. “O governo não olha para prefeitos que lhe apoiam ou não, olha apenas para a população que necessita de qualidade de vida e assim continuaremos fazendo pela população de Bequimão”.

Na ocasião, o secretário defendeu o projeto da ponte sobre o Rio Pericumã, que ligará Bequimão à Central do Maranhão, cuja a ordem de serviço para elaboração do projeto de execução já foi assinado pelo governador. “Vai fomentar o turismo e o desenvolvimento do município”.

PARTIDO FORTE

Paz defendeu que agora é preciso abraçar a causa do povo e do novo momento que o PCdoB a em Bequimão. “Preciso superar o momento de abandona pela qual a cidade a”.

3Além disso, também disse que o trabalho a partir de agora é pelo fortalecimento do partido e em defesa dos interesses do povo, da unidade e sabendo respeitar a legitimidade de cada pré-candidatura lançada e abraçada pela população, com prioridade à mudança, transparência e combate a pobreza. “Preciso fortalecer a certeza da responsabilidade e amor aos filhos de Bequimão”, finalizou.

Domínio do clã Sarney/Lobão no MA é destaque em jornal espanhol

EL PAÍS 

edinho-sarney-roseana-e-lobão-550x309Um dos mais importantes jornais da Espanha, o El País publicou matéria especial no último sábado sobre os clãs eleitorais que dominam a política brasileira, onde 24 candidatos a governador concorrem com a ajuda do sobrenome, e destacou como um dos exemplos o Maranhão.

Diz que diante da gestão conturbada de Roseana, o clã Sarney tem esperanças de entregar o Estado ao senador Edson Lobão Filho (PMDB), que herdou os genes do pai, o ministro Edson Lobão.

Leia:

“Outro exemplo de política dominada por clãs familiares é o Estado do Maranhão. Enquanto um grupo deixa o comando do Estado, outro aliado tenta ocupar o espaço. Após completar uma gestão conturbada à frente do Estado nordestino, Roseana Sarney deixa o governo no final deste ano. Em junho, o seu pai, José Sarney, já havia comunicado que sairia da vida pública após 59 anos. Apesar de senador eleito pelo Amapá, o ex-presidente da República controla há décadas a política maranhense. Para se ter uma ideia, o clã Sarney, integrado também pelo deputado federal Sarney Filho (PV), só perdeu o comando do Estado duas vezes em 43 anos.

As esperanças do clã Sarney de entregar o Estado a um aliado dependem da vitória do senador Edson Lobão Filho (PMDB) sobre Flávio Dino (PC do B). Lobão Filho também herdou os genes políticos do pai. Ele é suplente do pai, Edison Lobão, que deixou o cargo de senador para assumir o ministério das Minas e Energia. A prática, aliás, de colocar parentes na suplência de mandatos não é nova. O ex-governador baiano Antônio Carlos Magalhães, por exemplo, tinha Antônio Carlos Magalhães Júnior como seu reserva no Senado. Graças a esta estratégia, quando ele precisou renunciar envolto a um escândalo em 2001, o primogênito assumiu o seu posto. Manteve-se, assim, tudo em família.”

O jornal espanhol também lembra que além das disputas regionais, os dois principais adversários de Dilma Rousseff (PT) descendem de duas personalidades históricas da vida pública nacional. “De um lado, a petista enfrenta o senador do PSDB, Aécio Neves, neto do presidente da República Tancredo Neves, que morreu antes de tomar posse. Do outro lado, disputa a eleição com Eduardo Campos (PSB), neto de Miguel Arraes – ex-governador de Pernambuco por três vezes. Há ainda a presidenciável do PSOL, Luciana Genro, ferrenha opositora do partido do pai e governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT).”

Candidatura de Flávio Dino será oficializada neste domingo

Do Maranhão da Gente

Convenção conjunta de PCdoB, PDT, PPS e PSB irá oficializar chapa conjunta. Outros cinco partidos da coligação também participam do evento

din-523x360-430x295Acontece neste domingo (29) a Convenção da Mudança, que oficializará a chapa Flávio Dino governador, Carlos Brandão vice e Roberto Rocha senador. O evento será realizado a partir das 8 horas da manhã no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana, do Sebrae, localizado na avenida Jerônimo Albuquerque, em São Luís.

No dia, serão realizadas as convenções de PCdoB, PDT, PPS e PSB. Os outros cinco partidos que participam da coligação em torno de Flávio Dino também estarão presentes: PSDB, PP, PTC, PROS e Solidariedade.

Convenções dos partidos de Oposição

O Partido Progressista (PP) foi o primeiro a realizar convenção. Em grande ato em São Luís, o partido confirmou o apoio à chapa majoritária e definiu os nomes de 23 candidatos a deputados estaduais e três federais para as eleições de outubro, entre eles o de Waldir Maranhão, presidente estadual do partido e candidato à reeleição.

O partido Solidariedade (SD), durante convenção estadual realizada em Pedreiras na última sexta-feira (20), também definiu o apoio às candidaturas de Flávio Dino, ao Governo, Carlos Brandão, a vice, e Roberto Rocha, ao Senado. O partido também oficializou os 22 candidatos a deputados estaduais e 5 federais que concorrerão nas próximas eleições

O Partido Republicano da Ordem Social (PROS) reafirmou o apoio a Flávio Dino (PCdoB), Carlos Brandão (PSDB) e Roberto Rocha (PSB) durante convenção que aconteceu em Bacabal, no sábado ado, 21 de junho. O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) realizou a convenção em Imperatriz, no último domingo (22), e oficializou as candidaturas a deputados estaduais e federais.

Flávio Dino: Saída de Sarney equilibra disputas em MA e AP

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Publicado originalmente no Portal Terra, Terra Magazine, por Sérgio Rodas Oliveira

Principal candidato de oposição à família Sarney no Maranhão (e talvez o único, uma vez que somente o PSOL deve lançar um postulante ao governo do estado), o ex-deputado federal e ex-presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) Flávio Dino demonstrou esperança que a desistência do senador José Sarney (PMDB-AP) de concorrer à reeleição, anunciada na segunda-feira (23), traga mudanças nos cenários políticos maranhense e amapaense.

“Eles [os Sarney] mantinham um domínio no Amapá e no Maranhão baseado na esfera nacional, uma vez que o José Sarney apoiou todos os governos federais desde o do Juscelino Kubitschek (1956-1961). Com o fim desse poder federal, a balança da disputa política nos estados ficará menos desigual e mais igualitária”, opina Dino.

O pré-candidato do PCdoB a governador do Maranhão também disse que tem a expectativa de que a aposentadoria de Sarney dos cargos públicos possibilite o desenvolvimento do estado, um dos mais atrasados do Brasil. Segundo Dino, é hora de “acabar com a lógica do compadrio [instituída pelos Sarney], e implantar um ambiente favorável que negócios”.

Embora José Sarney, que tem 84 anos, tenha divulgado publicamente que a razão de encerrar a sua carreira política se deva à sua saúde frágil, o motivo verdadeiro parece ser outro: o medo de perder a reeleição ao Senado, que inclusive teria sido confidenciado por ele a aliados. Para Flávio Dino, a decisão do ex-presidente da República deriva da perda de apoio popular.

“No Amapá, houve o desgaste com prisão do [ex-governador] Waldez Góes, que era aliado do Sarney. No Maranhão, o episódio do presídio de Pedrinhas, no começo do ano, forçou a Roseana [filha de José Sarney] a desistir de sua candidatura ao Senado”, avalia Dino.

Flávio Dino não acredita que o fim da vida pública de José Sarney baste para melhorar o funcionamento da política no país. Mas ele afirma que a ausência da “raposa tradicional” “pode abrir o caminho da mudança no jogo político brasileiro”, uma vez que ele “é uma peça importante de uma engrenagem baseada no fisiologismo, no compadrio, nas chantagens com o governo federal”.

Lamento pelo jornalismo

JM Cunha Santos

Vivi várias fases do jornalismo no Maranhão. Vim do linotipo, do jornal que não podia ser colocado próximo de roupas brancas, porque a graxa da Galáxia de Gutemberg manchava as cores e a falta delas. Mas eram manchas físicas. Vim do jornalismo romântico, sem Faculdade, sem técnica ou ciência, exercido por aqueles que tinham o “dom” de escrever e enfrentavam o poder, por mais arbitrário e violento que fosse.

Vivi o jornalismo das palavras duras, dos coronéis fazendo engolir jornal, de jornalistas sendo mortos pelo simples exercício da notícia verdadeira. Vivi o jornalismo que enfrentou a ditadura militar, dos censores dentro das redações, das palavras e expressões capadas até se tornarem ilegíveis e sem sentido, das redações atacadas e do silêncio imposto pela censura, o ferrolho na boca, o total cerceamento da liberdade de expressão.

Mas não esperava viver o que estou vivendo no jornalismo do Maranhão hoje. A internet está transformando essa profissão, aqui, no território livre do assédio moral, da livre prática do crime de extorsão, do “paga ou eu publico” do “paga e eu retiro”. Lamento, lamento profundamente, jornalistas se organizando politicamente para tomar cargos dos colegas, fabricando notícias falsas, ameaçando destruir a imagem de homens públicos com o objetivo porco da compensação financeira. É triste.

A mulher de um homem, – e isso é fulminante para a alma nordestina – sua família, seus filhos, mãe, seja ele um colega de profissão, ou até o governador do Estado, não é mais respeitada, num vale-tudo por trás do qual estão os interesses mais repugnantes. E isso pode ser tudo, menos jornalismo, menos liberdade de expressão. E, por causa disso, jornalistas estão querendo se matar. É nojento. E isso eu não tinha visto ainda.

Lamento muito, pelo o que querem transformar a imprensa política do Maranhão. E nem precisam mais se esforçar tanto para me derrubar da Presidência do Comitê de Imprensa da Assembléia. Eu já caí.

Reforma eleitoral ou reforma política?

Do Jornal Pequeno

A pesquisa do PSDB anunciada na Assembleia pelo deputado Neto Evangelista, dando conta de que, pela vontade dos deputados, modificações surpreendentes e estruturais serão introduzidas no sistema eleitoral brasileiro, deixou muita gente da classe política maranhense com as barbas de molho.

A se confirmarem as projeções auferidas na pesquisa, a manipulação de dados por grupos e partidos políticos se esgotará no ataque que os parlamentares propõem aos institutos de pesquisa, constantemente acusados de propor vitórias eleitorais de quem os contrata, de forma a consagrar o instituto do voto perdido. “Nunca perdi um voto”, exclamam populares, convencidos por essas pesquisas de que determinados concorrentes têm a eleição garantida.

Para os que não sabem, a Comissão Especial de Reforma Política do Senado já aprovou a adoção da lista fechada como sistema eleitoral para os cargos proporcionais – vereadores, deputados estaduais, distritais e federais. E aí é que entra uma nomenclatura capaz de provocar discordância entre os partidos. O Senado analisou três propostas em uma primeira rodada de votação: o proporcional com lista fechada, defendido pelo PT; o distrital com lista fechada, apoiado pelo PSDB, e o “distritão”, modelo defendido pelo PMDB. O modelo defendido pelo PT acabou sendo aprovado.

Com a aprovação na comissão do Senado, a lista fechada para as eleições proporcionais deve fazer parte do anteprojeto de Reforma Política que será apresentado para votação no Senado. E a Comissão de Reforma Política da Câmara também está analisando o tema.

O que preocupa mais a classe política maranhense é o poder que será transferido aos presidentes de partidos políticos, que, em última análise, ficarão responsáveis pela indicação de uma lista de deputados e o eleitor votará na legenda. Os eleitos seriam declarados conforme a lista do partido.

Muita gente na Assembleia Legislativa está fazendo cara feia para as intenções dos deputados federais e senadores. O problema é que há muita confusão entre reforma política e reforma eleitoral. Nunca é demais lembrar que uma reforma política vem sendo articulada desde o governo Fernando Henrique Cardoso, e, no entanto, a única mudança substancial conseguida desde então foi a implantação da reeleição, e esta os senhores deputados pretendem deletar do sistema eleitoral no caso dos cargos executivos.

A reforma política, se de fato acontecer, alcançará o financiamento eleitoral e partidário, a filiação e o domicílio eleitoral, coligações, fidelidade partidária, reeleição e candidatos avulso. Mas eis que, pelo que se desenha até agora, o povo não será chamado nem para decidir se concorda com o fim da simultaneidade do seu voto no candidato e na legenda.

À espera dos acontecimentos, por enquanto, tem-se como quase certa a aprovação da lista flexível, uma combinação entre lista aberta e lista fechada. Mas o eleitor, que é quem realmente interessa, mal sabe o que significa tudo isso.

Política de Saúde no Maranhão

Do Jornal Vias de Fato

Por Jean Marie Van Damme*

Final de 2009. O “novo” Secretário de Estado da Saúde, Ricardo, chega na reunião do Conselho Estadual de Saúde (CES). Atrasado, senta-se na mesa, como presidente dedocraticamente imposto pela Lei Estadual, de autoria da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão (ALEMA), e de pronto homologada pela então governadora em 2000, toma a palavra e anuncia: trouxe para apresentar a este conselho o resultado da licitação de construção de 65 hospitais no interior do Estado. Promessa de campanha, nenhuma discussão foi travada com o Conselho que, por lei, deveria deliberar sobre a política de saúde no Estado.

Alguns protestos surgiram. Entre os que tomaram a palavra, indaguei sobre a necessidade de se ter um debate no CES e a aprovação deste para poder legalmente executar as obras. Vários conselheiros seguiram concordando com esta assertiva. Mas a resposta do secretário foi desconcertante: o Conselho nada tem a ver com isso, veio apenas INFORMAR de uma decisão já tomada.

Poucos dias depois, fui informado que estava destituído de minha função como conselheiro. Razão: o conselheiro só poderia exercer dois mandatos de dois anos seguidos. E nem era conselheiro titular, apenas suplente. O argumento “legal”, contestado pelo Conselho em diversas oportunidades configura uma intromissão do governo na autonomia da entidade com assento no Conselho. À Pastoral da Criança pertence a titularidade da vaga. Como é que uma lei – e um secretário – se intrometem na autonomia da entidade em indicar os seus representantes? Há anos que apontamos essa falha na própria lei, inclusive sugerindo que as entidades fossem escolhidas em Conferência, sem ter vaga cativa como acontece hoje. Como este governo não entende nada de democracia nem de alternância de poder, obstrui qualquer projeto que possa adequar o funcionamento do Conselho às normas legais (por exemplo, a Resolução 333 do Conselho Nacional de Saúde) e aos princípios da democracia.

Saído do CES, jornais me procuraram para expor minhas opiniões acerca da construção dos – agora aumentado o número – hospitais. Reitero o que disse à época (início de 2010): não adianta construir prédios, sem ter duas condições básicas: atendimento pleno da população em atenção básica no seu município de origem e profissionais dedicados que cumpram horários, tratem de forma decente os pacientes e executem o trabalho médico com qualidade. Previa que estes hospitais não iriam funcionar tão cedo – certamente não antes das eleições como ressoava a promessa, e que era mais fácil construir do que manter essas estruturas. Suspeitava que tais construções pudessem ser utilizadas inclusive para angariar recursos para campanhas políticas como aquela que se anunciava no ano em curso. Por este motivo, não havia tempo para o conselho discutir esta política: as licitações tinham que ser concluídas antes do ano eleitoral!

Estamos a muitos meses do prazo indicado pela promessa. O que vemos hoje são esqueletos de hospitais se espalhando no Estado e prefeitos avisando: não dêem este presente de grego porque o município não tem condições de manter esse hospital. Até o presente momento, apenas uma unidade dos 65 hospitais de 20 leitos foi “entregue” à população. O de Lago dos Rodrigues. As fotos bonitas enganam, porque funciona pela metade. Não se encontram profissionais para sua plena operacionalização. Visitamos alguns dos prédios “em construção”, ou seja, abandonados, com placas caídas… E a população continua correndo para se tratar num Socorrão superlotado em São Luís ou para Teresina, Belém… Como nosso amigo de Maracaçumé, que no mês de maio perdeu sua filha de 14 anos, numa ambulância que a levava com urgência para São Luís.

Agora, a esta situação acrescentam-se novos fatos, que confirmam suspeitas já levantadas sobre a formação de caixa para as eleições (leiam a matéria de IstoÉ). As explicações do secretário Ricardo não convencem. Aguardamos com ansiedade que o CES investigue e se pronuncie sobre a questão.

E o que pensar sobre o “recall” dos médicos pela SES, lotados no Hospital Presidente Dutra, para que voltem ao órgão de origem (a própria Secretaria Estadual de Saúde) para ir povoando os hospitais no interior? Tirar o lençol curto demais da cabeça para cobrir os pés…

O nosso Estado precisa é organizar melhor a atenção básica. Na falta de médicos, ampliar as atribuições do pessoal de enfermagem para ter solução de curto prazo; em médio prazo, abrir mais cursos de medicina; remunerar decentemente os profissionais médicos e demais categorias; criar um plano de saúde com hospitais com resolutividade de média e alta complexidade em locais estratégicos e não disseminar elefantes brancos em locais que o próprio Ministério de Saúde considera sem condições para seu funcionamento. Isso tudo exige dos governantes uma visão de política que ultraa medidas clientelistas e eleitorais e que desenhe um plano estratégico de estado e não do governo de plantão.

Temo estarmos perdendo uma oportunidade de levar esta discussão para um público mais amplo: as Conferências de saúde que estão se realizando no decorrer deste ano terão condições de abordar estas questões? E mesmo chegando a conclusões, o governo irá, desta vez, levar em consideração o que uma Conferência Estadual de Saúde determinar? Daqui a poucas semanas, teremos a resposta.

*Jean Marie Van Damme é integrante da Associação de Saúde da Periferia (ASP/MA)

A lógica da miséria política.

Do Blog Pneuma-Apeiron

Comentei em artigo anterior que a mãe de todas as misérias maranhenses era a  “miséria política”. Tal miséria tem origem e é alimentada pelas elites dominantes do nosso estado, reafirmando seu status quo e definindo, no jogo da mediocridade programática, a pauta rasteira do debate político. Essa miséria não é exclusividade das oligarquias decadentes, mas também dos setores da oposição e neo-esquerdistas do nosso estado, que compartilham essa mesma lógica que alimenta a nossa miséria política.

Defini essa lógica miserável como sendo aquela que enxerga todos os fatos políticos do mundo como sendo resultado de uma dicotomia entre sarneístas e anti-sarneístas, ficando excluída qualquer outra possibilidade de ação política. É o famoso princípio aristotélico do terceiro excluído rebaixado à condição de pensamento político da província maranhense.

Entretanto, tal qual o princípio do estagirita, essa exclusão não a de uma negação formal, abstrata, que não se diferencia daquilo que quer negar, pelo contrário, se iguala, uma vez que basta estar do outro lado para ser verdadeiro, sem, no entanto, ter diferença do conteúdo falso que se quer opor. Ou, dito de outra maneira, ao dividir o mundo entre pró e contra Sarney, a pseudo-oposição o favorece, pois universaliza uma lógica onde o oligarca-mor é sempre referência, tornando-se condição sine qua non para o valor de verdade dos discursos.

Pois bem. A entrevista na qual Flávio Dino citou de agem o senador José Sarney foi o suficiente para transbordar dos esgotos a miséria política maranhense. É a prova inconteste de como essa lógica política oligárquica e provinciana fornece os elementos para análises de setores da situação, cooptados pela oligarquia e de neo-esquerdistas de plantão.

Senão vejamos.

A indicação de Flávio Dino está na cota nacional do PCdoB. Não ou nem de longe pelo Maranhão. Foi uma indicação nacional. Embora com enorme resistência por parte do PT, uma vez que seu aliado preferencial é o PMDB, os comunistas conseguiram ampliar seu pequeno espaço no governo Dilma, mantendo o Ministro dos Esportes e agora a presidência da Embratur (não cito a Agência Nacional do Petróleo, ANP, cujo presidente é comunista, pelo fato de que essas indicações devem ser aprovadas pelo senado, não dependendo, exclusivamente, do chefe do executivo).

José Sarney (PMDB), ao saber que o indicado pelo PCdoB era Flávio Dino, seu principal oponente no Maranhão, utilizou-se do que mais sabe fazer: chantagear os petistas e mobilizar forças para impedir a nomeação do seu adversário. O intuito do velho oligarca era criar um ‘círculo de fogo’ para deixar o comunista sem expressão e reforçar o mito de que só ele indica cargos federais no Maranhão.  Mas a direção nacional do PCdoB não abriu mão da indicação, manteve o nome do Flávio Dino e alertou o vacilante governo Dilma sobre os riscos de se deixar conduzir pela “pequena política provinciana” na definição dos interesses nacionais. Por fim, e contra as artimanhas de Sarney e do PMDB, o PCdoB emplacou o nome do Flávio Dino na presidência da Embratur. Esses são os fatos vivenciados por quem tratou das questões em tempo real.

Mas como no Maranhão a lógica oligárquica trata de distorcer a realidade para adequá-la aos interesses dos grupos locais, a derrota de Sarney foi transformada em “vitória” tanto pelos fâmulos da oligarquia, quanto por aqueles que juram combatê-la.

Primeiro foi o desdém pela indicação. Teve pseudo-jornalista que disse que “ninguém queria a estatal”. Depois, como é de costume nos meios de comunicação oligárquicos, “a indicação só deu certo porque Sarney permitiu”… Mais tarde vieram as teorias conspiratórias dos neo-esquerdistas “Sarney e Flávio Dino fizeram um acordo para as eleições de 2012 e 2014″… E, por fim, teve petista querendo justificar sua anterior venda de votos com a sentença “por que só Flávio Dino pode e nós não?”. Como se vê, a lógica oligárquica está disseminada por amplos setores da política maranhense, da direita à esquerda.

Quanto aos empregados e bajuladores de Sarney não há nada a dizer, apenas cumprem com seu ofício. Mas aos neo-esquerdistas de plantão e aos vendilhões de votos e de consciências, cabe desmascará-los como oportunistas, uma vez que suas frases exigindo “coerência” e “oposição” de  Flávio Dino  só serve para tentar esconder, bem ao estilo da nossa miséria política, seus ados recentes.

O caso do petista José Inácio é simples: precisa ficar bem com seus novos patrões na busca de benesses. Já os neo-esquerdistas – da estirpe de Haroldo Sabóia (PSOL) e seus apaniguados – querem que esqueçamos que na última eleição para prefeito de São Luís apoiaram o “revolucionário” João Castelo (PSDB). Temos, portanto, os dois lados de uma mesma moeda.

Chama atenção que ambos têm o mesmo discurso: desacreditar a única opção democrática, progressista e de esquerda viável para derrotar o sarneísmo, o nome de Flávio Dino!

Que fique bem claro que não respondo suas mentiras, devaneios e ilusões. Vivemos em uma democracia e cada um escreve o que quer. O que me interessa é a própria condição que torna possível a identidade do conteúdo dos seus discursos. Quero explicitar a lógica subjacente que unifica direitistas, oportunistas e neo-esquerdistas num mesmo pântano de representações, prendendo num círculo vicioso a análise da realidade do nosso estado, ajudando a perpetuar a nossa miséria política, a mãe de todas as misérias maranhenses.