Do Jornal Pequeno
Por Jorge Vieira
A governadora Roseana Sarney e seu vice Washington Oliveira tiveram terça-feira (8) a primeira derrota no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), no processo em que o ex-governador José Reinaldo Tavares pede a cassação dos respectivos diplomas por abuso de poderes político e econômico nas eleições de 2010.
O relator da matéria, ministro Arnaldo Versianni, indeferiu todos os pedidos feitos pelos advogados de Roseana para retardar a desfecho final do julgamento e abriu prazo de cinco dias para que os dois se manifestem sobre os documentos que foram juntados por José Reinaldo.
Segundo informaram os advogados do ex-governador, após expirar o prazo, as partes deverão apresentar as alegações finais para que o processo seja levado a julgamento do plenário. Rodrigo Lago acredita que até agosto tudo esteja concluído.
Após ouvidas as testemunhas de defesa de Roseana e Washington, a banca de advogados contratados por Roseana pretendia que fosse expedida nova carta de ordem ao Tribunal Eleitoral do Maranhão para que fosse ouvido o secretário de Saúde, Ricardo Murad, cunhado da governadora, que deixou de comparecer à audiência do dia 5 de março, alegando foro privilegiado. Roseana solicitou que as suas testemunhas de defesa, que não compareceram na audiência no TRE no dia 5 de março, fossem novamente intimadas a depor.
O Partido dos Trabalhadores, por meio do seu diretório regional, ainda requereu a nulidade de todo o processo por não ter sido citado no início, e ainda alegou que o ministro relator, Arnaldo Versianni, não era competente para continuar com o processo, sugerindo que teria havido direcionamento na distribuição ao ministro, motivo pelo qual requereu à Presidência do TSE que apurasse o fato e que fizesse nova distribuição, retirando o processo da condução do atual relator.
Diante da acusação contra o ministro, a Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministra Carmen Lúcia, determinou imediatamente que a Comissão Permanente de Distribuição de Processos por Prevenção analisasse se teria havido irregularidade na distribuição do processo. Após rigorosa análise, a Comissão concluiu que não houve qualquer irregularidade na distribuição do processo, e a prevenção do Ministro Versianni decorria de ele já ser relator de um outro processo anteriormente, o de número 339-67.2011.6.00.0000.
Após esses incidentes, o ministro Arnaldo Versianni foi mantido na relatoria do processo de cassação de Roseana Sarney, e em decisão do dia 08.05.2012 indeferiu os pedidos que tinham por finalidade retardar a desfecho final do processo.
Depoimento de Murad – Em relação ao depoimento de Ricardo Murad, que alegou foro privilegiado para ser ouvido, marcando dia, hora e local, por ser deputado estadual, o ministro Versianni registrou: “Em virtude do afastamento do parlamentar de suas funções para o exercício do cargo de secretário estadual, no entanto, entendo não lhe ser aplicável a referida prerrogativa processual, a qual, a meu ver, vincula-se a autoridades que se encontram no exercício de mandato ou dos cargos indicados no art. 411 do Código de Processo Civil”.
Os advogados de José Reinaldo, Rodrigo Lago e Rubens Junior, afirmaram que a decisão do TSE não causou surpresa, pois todos os pedidos para retardar o julgamento final feitos por Roseana e Washington eram desprovidos de base jurídica, e que, agora sim, o processo está na fase final e acreditam que entrará na pauta do TSE nas primeiras semanas de agosto. Os advogados afirmaram ainda que as alegações finais já estão prontas, bastando apenas a abertura do prazo para a entrega no Tribunal Superior Eleitoral.