Concessão de abonos aos professores: justiça ou manipulação político-eleitoreira?

Do Blog do Controle Social

Todos os finais de ano é assim. Por pura incompetência, boa parte dos prefeitos e prefeitas concede os tais “abonos” aos professores. Na verdade, apenas uma tática para ludibriar aqueles que dão o seu sangue para que os alunos consigam aprender alguma coisa.

Vejam bem, a política de concessão de abonos a rigor é ilegal, tendo em vista que os recursos do Fundeb devem ser aplicados integralmente no ano. Ou seja, a “sobra de caixa” nada mais representa do que uma simples falta de capacidade dos gestores públicos de istrar os recursos reados pelo governo federal.

No estado mais atrasado do Brasil, a concessão de “abonos” virou rotina e é uma prática infelizmente muito festejada até por alguns sindicalistas. A verdade é seguinte, se estão sobrando recursos é porque os professores estão recebendo mensalmente uma valor inferior ao que deveriam. Nada além disso!

Trocando em miúdos, eles todos os meses tem parte dos seus salários retidos para serem pagos apenas em dezembro. Isto, claro, é muito bom para o prefeito/prefeita. Pois ele a para a categoria dos professores que “deu por que quis”.

E ouvem frequentemente “este prefeito é tão bonzinho, já nos deu um abono”. Uma lástima que se reflete nos indicadores ridículos da Educação em nosso estado.

Temos que acabar com a vergonhosa prática da concessão de abonos e procurar, sim, remunerar os nossos professores com mais dignidade. Qualquer outra coisa é manipulação da política salarial.

Vamos por abaixo esta prática nojenta e que somente serve para manter sempre as mesmas elites à frente das istrações municipais. Eleja somente aquele candidato/candidata que se comprometa com esta bandeira: “remuneração digna dos professores e professoras e sem abono”.

Professores contratados reclamam salários atrasados

Do Blog do John Cutrim

Professores contratados pelo Estado do Maranhão mantiveram contato com o Jornal Pequeno para informar que seus salários estão atrasados desde o dia 10 deste mês. Eles alegam que, como é sabido, a economia de várias cidades do interior do Estado depende do salário dos educadores.

E disseram que cada profissional recebe R$ 734 bruto, com desconto fica em torno de R$ 667 por 20 horas semanais de trabalho em salas superlotadas e com estrutura comparável a países africanos.

A carga horária de um professor contratado é a mesma de um professor nomeado, mas que possui o salário de R$ 1.630 bruto e com desconto fica em torno de R$ 1.430.

A única tecnologia que os contratados dizem dispor para seu trabalho é o giz, feito de gesso e que agrava problemas respiratórios de alunos e professores. Eles reclamam ainda da falta de biblioteca, laboratório e de que os computadores existem, mas não são utilizados por falta de uma política de incentivo ao uso.

Mantidos contratos de professores do município de Alcântara

Da Assessoria de Comunicação do TJMA

A 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Maranhãio, por maioria, negou recurso do Ministério Público Estadual (MPE), que pedia a imediata demissão de professores contratados pelo município de Alcântara sem concurso público, sob a alegação de que estariam sendo mantidos de forma ilegal.

O MPE ajuizou Ação Civil Pública pedindo a demissão dos contratados e a imediata nomeação de aprovados em concurso público, realizado pelo município em 2008 para provimento de 284 cargos. Em liminar, o juízo da comarca acatou parcialmente o pedido, determinando que a prefeitura encaminhasse as folhas de pagamento e a lista de todos os professores contratados e concursados.

O Município alegou que os cargos estão sendo providos gradativamente, a depender da disponibilidade de recursos, com 87% dos aprovados no concurso já convocados, tendo sido o certame prorrogado até maio de 2012.

A relatora do recurso, desembargadora Nelma Sarney, em sessão na última terça-feira (20), entendeu estarem ausentes os requisitos necessários para afastar os professores imediatamente, uma vez que eles trabalham na zona rural do município lecionando de 1ª a 4ª séries, para as quais não há professores aprovados no concurso.

A magistrada destacou que ao Poder Judiciário não cabe obrigar o município a nomear ou desligar servidores, sob pena de fazer as vezes do e adentrar a seara reservada à apreciação de oportunidade e conveniência do Poder Executivo.

O voto de Nelma Sarney foi seguido pelo desembargador Raimundo Cutrim, contra o voto do desembargador Marcelo Carvalho, que acatou os motivos do recurso do MPE.

ito a minha incompetência

Do blog do José Luiz Oliveira de Almeida

A minha incapacidade de mobilizar os meus pares para discutir,   com mais profundidade, alguns temas é, pelo menos para mim, proverbial.

Muitos conseguem; eu, não.

Considero-me, nessa questão, uma nulidade.

Hoje, na sessão do Pleno, tentei, mais uma vez em vão, fomentar um debate mais profundo acerca das contratações temporárias para professores do ensino médio, prática costumeira do Poder Executivo estadual.

Pretendi chamar a atenção para o fato de que a não realização de concursos significa um retrocesso, pois que é, para mim, além do mais democrático meio de o, uma conquista da sociedade.

Não esqueci, nessa linha de argumentação, de Luis Roberto Barroso, para quem o concurso público, a partir de uma leitura axiológica do nosso sistema jurídico-constitucional, está incorporado  no patrimônio jurídico da cidadania.

Fiz ver, nesse sentido, que o Poder Executivo, com essa ação, ou seja, com a contratação temporária, feria, a mais não poder,  o principio que veda o retrocesso; princípio em pleno vigor em nosso Direito Positivo, inobstante não esteja expresso em nossa Carta Magna.

Chamei, ou melhor, tentei chamar  a atenção dos meus pares, ademais, para a constatação de que essas contratações malferem,no mesmo o e a um só tempo, os princípios da legalidade, da moralidade e da dignidade da pessoa humana.

Falei por uns cinco minutos quase que ao vento, incapaz que fui – e ito a minha incapacidade – de convencer os meus colegas para a importância – pelo menos para mim – do que propunha, em face de compreender que, nos dias atuais, superada a face positivista, toda discussão deve partir da matriz epistemológica que decorre do neoconstitucionalismo, daí a razão de ter sustentado o meu voto nos princípios constitucionais.

Tentei fazer ver que, em face desse novo paradigma, os juízes aram de simples aplicadores da lei para condição de legítimos intérpretes da vontade constitucional.

Na parte que considero mais contundente do meu voto, pretendi demonstrar que vislumbrava um vínculo simbiótico entre as contratações temporárias e o clientelismo político.

Mas nada!

Nem assim eu consegui chamar a atenção dos meus pares.

Eu sou mesmo um zero à esquerda!

Mas insisti!

Teimoso, fui além!

Socorri-me de Celso Antonio Bandeira de Melo – para quem violar um princípio e muito mais grave que transgredir uma norma qualquer –  para lembrar-lhes a gravidade de o Poder Executivo afrontar os princípios constitucionais que acima mencionei, lembrando, inclusive, que, em face da textura aberta  de tais princípios, eles podiam, sim, ser buscados para dar substrato ao meu voto.

Debalde, no entanto.

Depois da sessão, um advogado que se encontrava na plateia se aproximou de mim e disse, textualmente: Vossa Excelência lançou palavras ao vento.

Mas eu acho que o advogado foi mais do que benevolente comigo.

O que ele quis dizer, na verdade, foi o seguinte: Vossa Excelência não tem a mais minha capacidade de convencer ninguém, muito menos os seus pares.

Nessa arte, confesso, sou mesmo incompetente.

Manifestação de servidores e inércia da oposição

Cartas ao Dr. Pêta/Jornal Pequeno

Caro Dr. Pêta:

Na segunda-feira da semana ada, houve uma eata de funcionários públicos, professores e vigias do município de Bequimão, reivindicando o pagamento do teto para os professores e adicional noturno para os vigias, além do depósito do valor do INSS dos funcionários, que é descontado no contracheque e nunca foi depositado pelo prefeito Antonio Diniz. A eata organizada pelo sindicato dos professores, CUT e PT foi bem movimentada, com uma grande participação popular.

A eata foi gerada em função de um comentário do prefeito, que disse que sindicato e vereador pra ele não valem nada. Quanto à Câmara, acho que o prefeito tem razão.

Na reunião com os representantes dos professores, não foi atendida nenhuma reivindicação. O prefeito apenas prometeu dar um abono de R$ 100,00 em cima do salário de R$ 550,00, a partir do próximo mês.

Quem transporta aluno aqui em Bequimão são caminhões pau-de-arara. Tem um monte de reclamação, mas o Ministério Público pouco faz. Tem denúncia até de motorista embriagado carregando aluno.

Os problemas por aqui são muitos. Tem escola fechada há mais de dois anos, muitas crianças fora da sala de aula, e a merenda escolar é sardinha enlatada. O pior é que não temos oposição. A oposição, que seria o ex-prefeito Juca Martins e seu candidato derrotado nas últimas eleições, o Zé Martins, estão inertes, não tomam nenhuma atitude.

Com tudo isso, quem sofre é a população, as comunidades distantes, sem assistência alguma. Aqui impera o tráfico de drogas, pequenos roubos, e tudo que se possa imaginar de ruim num município que pede socorro.

(João Gilberto – São Luís MA)