Domínio do clã Sarney/Lobão no MA é destaque em jornal espanhol

EL PAÍS 

edinho-sarney-roseana-e-lobão-550x309Um dos mais importantes jornais da Espanha, o El País publicou matéria especial no último sábado sobre os clãs eleitorais que dominam a política brasileira, onde 24 candidatos a governador concorrem com a ajuda do sobrenome, e destacou como um dos exemplos o Maranhão.

Diz que diante da gestão conturbada de Roseana, o clã Sarney tem esperanças de entregar o Estado ao senador Edson Lobão Filho (PMDB), que herdou os genes do pai, o ministro Edson Lobão.

Leia:

“Outro exemplo de política dominada por clãs familiares é o Estado do Maranhão. Enquanto um grupo deixa o comando do Estado, outro aliado tenta ocupar o espaço. Após completar uma gestão conturbada à frente do Estado nordestino, Roseana Sarney deixa o governo no final deste ano. Em junho, o seu pai, José Sarney, já havia comunicado que sairia da vida pública após 59 anos. Apesar de senador eleito pelo Amapá, o ex-presidente da República controla há décadas a política maranhense. Para se ter uma ideia, o clã Sarney, integrado também pelo deputado federal Sarney Filho (PV), só perdeu o comando do Estado duas vezes em 43 anos.

As esperanças do clã Sarney de entregar o Estado a um aliado dependem da vitória do senador Edson Lobão Filho (PMDB) sobre Flávio Dino (PC do B). Lobão Filho também herdou os genes políticos do pai. Ele é suplente do pai, Edison Lobão, que deixou o cargo de senador para assumir o ministério das Minas e Energia. A prática, aliás, de colocar parentes na suplência de mandatos não é nova. O ex-governador baiano Antônio Carlos Magalhães, por exemplo, tinha Antônio Carlos Magalhães Júnior como seu reserva no Senado. Graças a esta estratégia, quando ele precisou renunciar envolto a um escândalo em 2001, o primogênito assumiu o seu posto. Manteve-se, assim, tudo em família.”

O jornal espanhol também lembra que além das disputas regionais, os dois principais adversários de Dilma Rousseff (PT) descendem de duas personalidades históricas da vida pública nacional. “De um lado, a petista enfrenta o senador do PSDB, Aécio Neves, neto do presidente da República Tancredo Neves, que morreu antes de tomar posse. Do outro lado, disputa a eleição com Eduardo Campos (PSB), neto de Miguel Arraes – ex-governador de Pernambuco por três vezes. Há ainda a presidenciável do PSOL, Luciana Genro, ferrenha opositora do partido do pai e governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT).”

Deu na ÉPOCA – Juiz suspende compra de lagosta e iguarias para governo do MA

Época / LEONEL ROCHA

pai2284511Uma decisão liminar tomada há uma semana e divulgada nesta quarta-feira pelo juiz Clésio Coelho Cunha, de São Luiz, suspendeu judicialmente a licitação para a compra de 80 quilos de lagosta fresca, uma tonelada e meia de camarão, 750 quilos de patinhas de caranguejo, duas toneladas de peixe e cinco de carne para a residência oficial e a casa de praia da governadora do Maranhão, Roseana Sarney. A liminar atende a uma ação popular impetrada por Aristóteles Duarte Ribeiro no início do ano quando o governo decidiu adquirir os produtos. O juiz aceitou o argumento de que a licitação fere o princípio da moralidade previsto na Constituição Federal. Segundo a decisão, o gasto previsto seria de R$ 2,5 milhões. Após a divulgação da aquisição dos produtos e a formalização da ação popular em janeiro, a governadora suspendeu a compra dos alimentos. A decisão do juiz poderá ser apreciada pelo Tribunal de Justiça.

Política, saúde e deboche: socorro Maranhão!

Deu no blog A República

captura-de-tela-2014-07-15-c3a0s-09-35-49Em meio a um escandaloso caso de empresa fantasma no Maranhão, que abastece os bolsos do candidato Lobão Filho (PMDB), contrato este feito com a gestão do governo de Roseana Sarney e é uma prática proibida para candidatos neste período de eleições, o Secretário de Saúde do Maranhão, Ricardo Murad, publicou em seu facebook um escárnio à inteligência do maranhense. A montagem remete ao prédio que vem sendo o centro das atenções desde a semana ada, onde o deputado Simplício Araújo pediu impugnação da candidatura de Edinho pelo contrato formal com o governo de Roseana.

Na manha desta segunda, 16, uma comitiva de deputados foi vistoriar o local, mas foram impedidos de entrar nas dependências do prédio, contudo foram informados pelo vigia que ali nunca recebeu um paciente e que o prédio só começou a receber alguns reparos a poucas semanas.

Murad em seu facebook usa os adjetivos “arrojado”, “ambicioso”, “revolucionário” para definir o projeto desse pseudo-hospital.

Ricardo Murad apenas debocha da inteligência dos maranhenses. É daquelas espécies não muito raras de políticos que estão no poder há muito tempo e utilizam da necessidade básica do povo para enganá-los. Esse tipo de gente fala do Maranhão, como se carregassem no currículo indicadores positivos sobre o estado, como se eles tivessem em algum momento contribuído para a melhora da vida do povo.

Bem verdade é a irregularidade do contrato de Lobão Filho com o governo de Roseana Sarney deve colocá-lo como inelegível.

Torço para que o povo não se deixe mais enganar por esses lobos em pele de lobo mesmo da política maranhense, e que vejam que a continuidade do fracassado governo de Roseana Sarney será apenas tocado pelo candidato Lobão Filho.

O Maranhão grita por socorro!

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social e Eleitoral

Por Zé Reinaldo Tavares

Quando Juscelino Kubitscheck criou o BNDES, ele nunca pensou que o banco viesse a se transformar num artifício para que oligarquias decadentes tentassem utilizá-lo como instrumento para fraudar as eleições e as leis do país.

Pois bem, é exatamente isso que a oligarquia Sarney tenta fazer nestas eleições. O que pretendem é de um absurdo tão grande que só o desprezo pelas leis do país e a certeza da impunidade podem explicar. Vejam que cheguei até a escrever sobre isso, quando o TSE, modificando toda a jurisprudência do tribunal – inclusive usada para cassar Jackson Lago e o governador da Paraíba Cássio Cunha Lima, além de dezenas de prefeitos de todas as regiões brasileiras – resolve que a cassação do diploma de governadora de Roseana Sarney não era mais algo sob sua jurisdição e sim dos TREs e tudo deveria recomeçar a partir do zero pelo tribunal do Maranhão.

E isso foi feito a despeito do arrasador parecer do Procurador Geral da República, que manifestou-se pela cassação do mandato de Roseana Sarney, baseado em grande abundância de provas incontornáveis. O TSE, ao livrá-la da cassação, deu à oligarquia a certeza de que daí para a frente, tudo vale e nada será punido. Assim é que, certos disso, cada vez ousam mais e já não distinguem o que é público do que é privado. Se não fosse assim, jamais teriam coragem de enviar à Assembleia Legislativa uma lei absurda e que tem por finalidade avançar em recursos do BNDES para rear a municípios e financiar a eleição deste ano. Dessa forma, a campanha do candidato da família Sarney seria financiada com recursos de empréstimos do BNDES e pagas por todos os maranhenses em futuro próximo e de perspectiva sombria. Seríamos todos nós uma espécie de escravos da família Sarney. Um escândalo, mais um para o rol de vergonha e absurdos que marca esses anos de dominação da família Sarney no Maranhão.

E o que diz a tal lei aprovada pela Assembleia?

Ela foi sancionada com o número 135/2014 e começa por instituir um fundo denominado ‘Fundo de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios do Maranhão (FUNDEMA)’ – que já foi apelidado pelos deputados de Lei da Corrupção – vinculado à Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento. Os recursos virão do empréstimo feito ao BNDES e contraído pelo Maranhão em 1° de Novembro de 2012. É importante frisar que esse empréstimo, que foi escondido a sete chaves, era para a construção de estradas e os recursos não poderiam ser reados a municípios e teriam que ser única e exclusivamente investidos pelo governo do estado. Com efeito, será que estão fazendo à revelia do Banco ou o Banco está conivente com a mudança no contrato e com o seu uso? Em qualquer caso, esse assunto vai para na justiça, pois aparenta ser mais um caso de uso ilegal de dinheiro público.

Mas continuemos com a análise da Lei 135/14. Então, vejam que, como a eleição está muito próxima e não daria tempo dos prefeitos preparem projetos para serem apresentados ao FUNDEMA (que nome!), eles se precaveram e aceitarão tudo, qualquer pedido, como veremos por meio da redação do Art. 3° da Lei: “Para os efeitos desta Lei entende-se por Plano de Trabalho Municipal o conjunto de ações apresentado pelo Município nas áreas de infraestrutura urbana e rural, educação, saúde, segurança, desenvolvimento social, meio ambiente e sustentabilidade, nos termos definidos em decreto do Poder Executivo.”

Em seguida, o Art. 7° vai ao ponto: “Os recursos do FUNDEMA serão descentralizados para aplicação nos seguintes investimentos: Infraestrutura, construção de prédios, centros integrados de esporte, saneamento básico, equipamentos e veículos, máquinas e equipamentos rodoviário.

E não é só isso, leitores e amigos. O parágrafo 4° do art. 7° estabelece que os recursos do Fundo poderão ser aplicados pelos municípios em projetos e obras que já tenham sido contratados e iniciados antes das transferências desse Fundo e iniciado com financiamento de outras fontes. Como diria Lula, nunca antes na história deste país vimos coisa igual. Ou seja, o fundo não tem regulamento nenhum, é um vale-tudo eleitoral impossível de esconder. Será a primeira vez que vamos ar por cima de toda a regulamentação do BNDES, que jamais permitiu tal liberalidade. O banco tem que vir a público explicar essa baita lambança que está sendo patrocinada com seus recursos. Com a oligarquia maranhense ninguém pode. Parece que nem o BNDES!

Como vemos, será uma festa para empreiteiros e empresários. Quem fiscalizará?

Esse programa nunca existiu e está sendo criado no mês das convenções partidárias em plena vigência do período eleitoral. É obvio que esse é um artifício lançado para financiar a eleição dos candidatos governistas e destinado a evitar a debandada dos prefeitos em direção a campanha de Flávio Dino. Os prefeitos, sempre enganados por promessas nunca cumpridas, agora são levados a acreditar que encherão os cofres municipais em troca de fidelidade política. Mas, fiquem atentos, não há como isso não acabar em grande confusão com a justiça.

Eis que agora ficamos sabendo para que serviu o grande endividamento do estado patrocinado por Roseana. Era dinheiro para a campanha. Essa é a causa maior dos terríveis indicadores sociais do Maranhão. O dinheiro só é aplicado na eleição e não trazem nenhum beneficio nem ao estado e nem a sua população.

Mudando de assunto, o Tribunal Eleitoral teve que impedir pesquisa eleitoral viciada destinada a dar a impressão de que Lobão Filho havia crescido e Flávio Dino caído, comprovando o que eu disse no meu artigo anterior sobre uso de pesquisa como tática eleitoral. A pesquisa era uma palhaçada! E, mais engraçado, nem assim Edinho conseguiu se aproximar de Flávio. Anotem aí: é certo que virão baixarias de todos os níveis em breve. Revoltante é saber que estas, também financiadas com dinheiro público, virão como fatura a ser paga pela população pagar. Muito fácil. Queria ver se a farra seria igual se pagassem essa conta.

Enfim, amigos, esse é o penúltimo artigo que escrevo por ora, já que ficarei afastado durante o período eleitoral. Quero agradecer a família Bogéa, especialmente a Lourival, pelo generoso espaço que me permitiu ocupar e a fidelidade e paciência dos amigos e leitores. Já ouvi pedidos de leitores do interior para que eu continue a escrever no Jornal Pequeno depois das eleições, seja qual for o resultado. Tenho sim esta intenção, se o jornal assim achar que devo e continue a franquear o espaço.

Meu cordial abraço a todos!

‘PROFECIA’ DE ALEXANDRE COSTA SE REALIZA

Por José reinaldo tavares

O senador Alexandre Costa, de saudosa memória, disse em certa ocasião ao senador José Sarney que, quando os filhos dele estivessem mandando na política, isto seria o seu fim e do grupo comandado por ele. Isso ocorreu há muitos anos, tanto que alguns amigos informam que essa mesma frase teria sido dita pelo estimadíssimo Maranhãozinho, competente chefe do escritório de representação do estado no Rio de Janeiro, durante muito tempo. Hoje o fato finalmente se tornou realidade e Roseana Sarney – com a sua decisão do dia 4 – sela definitivamente o destino do grupo, prestando contribuição decisiva e irremediável para dar fim a tanto poder exercido durante tanto tempo.

A decisão de Roseana não teve motivação política. Foi pessoal, envolvendo apenas ela e o marido Jorge, que parece ser hoje quem realmente a influencia. E os motivos reais são ainda nebulosos, tanto que essa decisão ainda é inexplicável para o próprio pai e para todo o grupo, que se sente traído. Sarney lutou muito para evitar esse desfecho, mesmo porque acreditava que ela teria grandes chances de se eleger para o senado. Havia pesquisas nesse sentido. E ele, naturalmente,  considera que a presença no senado de alguém da família seria de fundamental importância para que ele pudesse manter o poder junto ao governo federal e, consequentemente, a blindagem de toda a família quanto à possíveis ações judiciais. Como Roseana tinha chances reais de ganhar a eleição para o senado, a decisão que tomou – tempestiva e longe dos desejos do pai – trouxe grande amargura para o chefe do clã. O que resta a fazer então?

Ele ‘jogou a toalha’, muito desgostoso, antes da sexta-feira, quando, estupefato, tomou conhecimento da decisão da filha, chegando a dizer que não aguentava mais e iria largar tudo.

O ato da governadora foi tão solitário que ela estava sozinha e muito nervosa no momento da divulgação. Se fosse uma decisão compartilhada e de comum acordo com os que tem poder no grupo, ela estaria acompanhada naquele momento. Lá não estavam nem José Sarney, muito menos Edison Lobão, João Alberto ou mesmo deputados estaduais e federais ligados ao grupo. Ela estava só. Tampouco o seu então candidato à sucessão governamental, Luís Fernando, estava lá.

É fato que Roseana já demonstrava sinais de cansaço. Já não exercia o governo na plenitude. Não aparecia e nem acompanhava o seu secretário de infraestrutura, travestido de candidato ao governo, no seu frenético esforço de se viabilizar, assinando ordens de serviço para todo o lado. Talvez Luís Fernando não tenha notado que Roseana pouco se importa com seus deveres de governadora. E só se aborrece com a rotina do governo. Sim, porque ela nunca prezou a classe política e sempre se aborreceu muito em ter que receber deputados e prefeitos.

Pois bem, com esse gesto Roseana abandona politicamente a família e toda a base política do grupo. A reforma que fez nos altos escalões, nomeando novos secretários, demonstra o seu enfado com tudo. Como explicar o nexo, a adequação das pessoas escolhidas para os cargos a que foram nomeados?

Enfim, penso que agora Sarney cogitará fortemente a viabilização de um nome para disputa ao senado como alternativa final para dar uma sobrevida ao grupo e proteger a família. E tem duas opções: ele mesmo disputar uma arriscadíssima eleição no Amapá, onde não é favorito de maneira alguma,  ou, junto a Lobão e João Alberto, lançar um candidato ao senado para preservar algum poder. Mas quem?

Enquanto isso, consta que na noite do último sábado aconteceu um encontro nada amistoso entre Luís Fernando e Roseana, no qual Fernando Sarney também participou. A reunião, ao que tudo indica, foi tensa, ríspida, com ataques de todos os lados e, quando saiu de lá, Luís Fernando definitivamente já não era mais candidato a nada.

É bem verdade que vocês, leitores e amigos, sabem que eu nunca acreditei na candidatura de Luís Fernando e que ele, portanto, seria fatalmente trocado na reta final. Ele não conhecia bem com quem lidava. Deveria ter ouvido os alertas, mas, ao contrário, ficava muito irritado.

Na atual conjuntura é possível presumir que nem Sarney e tampouco Roseana estão no poder como antes. Agora o dividem com Lobão e João Alberto. Ao que parece, Lobão assumiu força no grupo. Nunca existe vácuo de poder e sempre que há tergiversações, alguém o assume e o exerce. É sabido que Lobão nunca contou com a simpatia da dupla Roseana Sarney e Jorge Murad. Sempre sofreu hostilidades daqueles. E o mesmo acontecia com o filho Edinho Lobão. Então, com a confusão e a perda de controle causada pela tresloucada decisão de Roseana, sem apoio de ninguém, abriu-se um vácuo no grupo Sarney e Lobão se aproxima para assumir o controle. Como primeiro ato, trabalha pela candidatura do filho ao governo do estado, entrando com grande pique, efetuando ligações telefônicas para todo o mundo político maranhense perguntando como veriam uma candidatura de Edinho ao cargo de governador.

Agora resta o Senado. Quem poderia sair como candidato do grupo? Gastão já pulou fora. Sem nomes, procuram Castelo, tão perseguido por eles, quando exercia o cargo de prefeito da capital. Creio que o partido não entrará nessa aventura, mesmo porque existem exemplos em grande número de que, quando atraem os adversários, o fazem unicamente para depois lhe darem um ‘abraço de afogado’. Parece que a motivação principal do convite é a de apenas tentar dividir a oposição. E só.

Entretanto, nada apagará a realidade. Acabou o grupo Sarney, o poderoso grupo que mandou no estado do Maranhão por quase cinquenta anos. Bastante deteriorado, teve início o seu desmoronamento e esta deverá ser a última eleição que disputarão. E, como concretização da profecia de Alexandre Costa, fato que intitula este artigo, Roseana, sem ouvir os apelos do pai, desferiu o golpe fatal no seu grupo, entregando todos à própria sorte. Por que fez isso? A verdade só será conhecida com o tempo.Será assim? Não sei, mas as probabilidades são grandes. Vamos ver.

Por fim, mesmo considerando a factibilidade de todas essas movimentações, compartilho com vocês algo que me ocorreu: é também provável que Edinho Lobão acabe de fato concorrendo apenas ao senado, onde teria reais chances, se considerarmos a vantagem que a ‘máquina estatal’ poderá lhe conferir. Nesse caso, a candidatura ao governo, anunciada nesse momento, seria para impedir a deflagração de uma corrida de pretensos candidatos ao espólio de Roseana. Algo que eles deixariam para decidir depois, mas que por ora os mantém no controle do processo.

Eles sabem trabalhar a política, sem dúvidas.

UM FALSO DILEMA

José Reinaldo

O ex-governador José Reinaldo Tavares escreve para o Jornal Pequeno às terças-feiras

A história se repete em tudo de forma idêntica ao que ocorreu em 2002. Explico: estou tratando do falso dilema de Roseana Sarney nesse chatíssimo ‘sai – não sai’ que ela fomenta nos seus jornais, como se realmente houvesse um ime.

No mês de março de 2002, no último ano do seu segundo mandato como governadora do Maranhão, período próximo à data limite de desincompatibilização para concorrer à cargos eletivos, Roseana me chamou no Palácio dos Leões para comunicar que havia decidido ficar no governo. Eu entrei no jogo e lhe respondi que dessa forma eu também ficaria, acompanhando-a até o fim do mandato. Mas eu sabia que ela teria que sair, pois precisava desesperadamente de um mandato, precisava do prestígio do cargo de senador, já que assim estaria melhor protegida no processo que respondia sobre o caso Lunus. Portanto, eu sabia de antemão que ela teria que sair em abril para concorrer ao senado. E tudo não ava de estratégia para me desmobilizar, visto que eu não era o candidato dela. E assim foi. Ela efetivamente saiu, sem nova conversa comigo, e eu assumi o governo.

Agora o jogo é o mesmo. Arnaldo Melo nunca foi seu candidato para nada. E ela tenta desmobilizá-lo, principalmente em uma provável candidatura ao governo em eleição direta.

emos então, considerando o atual panorama, à análise das consequências desse ‘sair ou não sair’ para o clã. Convido-os a me acompanharem nesse exercício.

Ela, como o pai, só sairão candidatos ao senado se acharem que tem amplas oportunidades de vencer. José Sarney só foi derrotado em sua primeira eleição para deputado federal e não quer encerrar sua longa e vitoriosa carreira com uma derrota que ficará na lembrança de todos, obscurecendo totalmente sua vida política. A derrota poderia marcar esse caminho. Só que esse parece ser o caso no Amapá. Seria uma eleição de altíssimo risco de derrota e isso deve afastá-lo da disputa, além da fragilidade física, naturalmente, de um ser humano de 85 anos. Eu acredito que ele não concorrerá.

Já com Roseana é diferente. Para isso, precisamos compreender a diferença entre a eleição de governador e a de senador, principalmente a deste ano. No caso do governador, mas precisamente no caso do Flávio Dino, a eleição dele é uma decisão do eleitor, não é da classe política. Quem vai eleger Flávio é o eleitor, e não a classe política, repito. Nesse horizonte, pesa muito o péssimo governo de Roseana, suas decisões equivocadas, sua propaganda descolada da realidade, sua brutal rejeição e sua ausência. A televisão, principalmente os canais de maior audiência, como é o caso da emissora Rede Globo, ao mostrar com crueza a realidade da vida da grande maioria da população maranhense, despertou um sentimento de mudança muito forte.

No Maranhão, quem encarna essa mudança é Flávio Dino, com seu ado de juiz sério, com a maneira direta que se dirige à população, pela imagem de retidão e de honestidade, pela espontaneidade de seu abraço na pessoa humilde. Flávio Dino merecidamente conquistou a confiança e credibilidade da população. E isso está expresso em mais de ano de pesquisas que não mudam em relação a ele. O povo está decidido.

Com efeito, Roseana, que, como disse, tem o mesmo medo do pai – o de ser derrotada em uma disputa ao senado – só será candidata se achar que tem boas condições de vencer. Se ela não concorrer, isto se dará única e exclusivamente por medo da derrota. Não existe outra explicação. Ela sabe que a eleição para governador está perdida. Ela está no governo, é a governadora atual, fez tudo o que podia e não conseguiu fazer o seu candidato melhorar nas pesquisas. Porque então pensaria que sua permanência no cargo de governadora durante a eleição seria crucial para eleger seu candidato?

Portanto, considerando que o senado não é pouca coisa, uma eleição sua agora permitiria aos dois – ela e o pai – saírem dizendo: ‘Estão vendo, diziam que estávamos acabados e está ai a Roseana eleita senadora!’. Isto evitaria a morte política certa do grupo, adiaria o desfecho inevitável mais alguns anos e a manutenção razoável do seu poder. Logo, eles não estão em condições de recusarem essa chance, pois sabem que se Roseana não for candidata é o fim do que foi o grupo Sarney, agora já neste ano, a partir de abril. Politicamente serão abandonados rapidamente.

Ademais, se ela não for candidata, Edinho Lobão o será. Então se ele vencer, serão dois membros da família Lobão em altos escalões e o poder mudará de mãos, saindo da família Sarney, que o detém há quase cinquenta anos.

Infelizmente, mesmo com todo o caos a envolvendo, Roseana tem chances de ser eleita. A eleição para o senado é diferente. Grande parte dos eleitores não sabe o que faz um senador e não vê grande utilidade neles, já que desconhecem o benefício que eles podem gerar. Pensando assim, não se importam muito e em consequência disso, quem elege o senador é a classe política. Roseana sabe que, se tiver o apoio do futuro governador – que nesse caso será com certeza Arnaldo Melo, ela terá chances razoáveis de vencer.

Além disso, seu pai, José Sarney, se não for candidato, virá ajudar a filha e como tem muito prestígio com a classe política – coisa que Roseana não tem – será muito importante para sua eleição.

Então esse é o quadro, o resto é cosmética.

Mudando de assunto, é bom ficarmos de olho nesse projeto do PAC Mobilidade que o governo do estado pretende fazer. Esse projeto foi condenado pelos técnicos da prefeitura, quando anteriormente foram chamados pelo Ministério das Cidades a opinar. Agora ressuscita. Sabe-se lá por quê. O problema da Avenida dos Holandeses é fácil de resolver: basta dar solução adequada às interseções, fazendo os trevos que são necessários para dar fluidez ao tráfego. Implantar uma linha de BLT no meio da avenida – cuja demanda por ônibus não é tão grande como em outras áreas de cidade – é um contrassenso. Fazer isso com a cidade em fim de governo é criminoso. A Prefeitura de São Luís é quem autoriza qualquer obra no município. O governo estadual não tem poder legal para isso. E esse projeto, no mínimo, precisa ser analisado e debatido.

Para concluir, soube que a presidente Dilma, quando tomou conhecimento das declarações em que Roseana dizia que estava deixando um Maranhão de ‘primeiro mundo’, não acreditou e achou que cometera algum equívoco ao ler a nova pérola. No mínimo é fuga da realidade, deve ter pensado a presidente. Primeiro, porque essa nomenclatura tornou-se obsoleta há muito tempo, desde a queda da União Soviética e consequente reorganização do sistema econômico preponderante. Segundo, bem… Acho que todos sabemos muito detalhadamente o porquê.

Site Maranhão da gente repercute post do Bequimão Agora

Valor de obra inacabada do governo do Estado em Bequimão já ultraa R$ 3 milhões

Uma obra que inicialmente tinha valor estimado em R$ 598 mil, nunca foi concluída e agora já tem orçamento estimado R$ 2,7 milhões.

Do Maranhão da gente

Com informações do site Bequimão Agora

ponte-balandroUma obra que inicialmente tinha valor estimado em R$ 598 mil destinada a construção de uma ponte na cidade de Bequimão, conhecida como ponte do Balandro, e que deveria ter sido concluída em 2010, teve o valor triplicado e agora vai custar aos cofres estaduais a bagatela de R$ 2.787.781,00.

Segundo informações do Blog Bequimão Agora, a primeira empresa contratada para fazer o serviço abandonou a obra. Na época, o secretário das Cidades era Pedro Fernandes, atualmente na Secretaria de Educação. Em 2012, houve um protesto de moradores da região por conta do abandono da obra que chegou a ser denunciado em 2011 pelo deputado estadual Neto Evangelista (PSDB).

ados quase quatro anos desde 2010, quando foram iniciadas as obras, apenas um arremedo de ponte permanece no local e previsão do governo do Estado é de que a conclusão da obra deve ser feita em 270 dias.

OUTRO LADO

A reportagem do site Maranhão da Gente entrou em contato com a Secretaria de Comunicação do governo do Estado pedindo informações sobre a situação da obra e que motivos levaram a mesma a nunca ser concluída e ainda ter o orçamento ampliado mais de quatro vezes acima do valor inicial. Porém não houve uma resposta da Secretaria de Comunicação do governo do Estado ao e-mail enviado pela reportagem do site Maranhão da Gente.

Maranhão, rombo e descaso

Por José Reinaldo Tavares

A notícia da semana vem da Secretaria do Tesouro Nacional. Treze estados brasileiros apresentam um grande rombo fiscal, ou seja, estão gastando mais do que arrecadam. O Maranhão, depois de muito tempo, volta a ter déficit, o décimo maior rombo fiscal do país. Isto equivale a 0,44 do PIB estadual, o que corresponde a 263,7 milhões de reais em 2013.

Em outras palavras, o estado não cumpre a lei de responsabilidade fiscal. E vamos observar que depois de anos sem empréstimos – no meu governo e no de Jackson Lago – Roseana tomou mais de onze bilhões de reais, além de alongar dívidas já equacionadas em 600 milhões de dólares (oriundas de empréstimos internacionais), com juros maiores e carência durante o restante de sai gestão, jogando tudo para as costas do próximo governo pagar. Claro, pois, uma vez que deixa de pagar agora, libera recursos substanciais do atual orçamento para a gastança habitual sem nenhuma consequência para desenvolvimento do estado. Sim, porque não há nenhum projeto em andamento com essa finalidade. Só gastança mesmo.

A irresponsabilidade fiscal vista agora apenas se repete com mais essa “presença” de Roseana no governo. Em 2002 quando assumi, o Maranhão estava quebrado, mesmo após as vendas da Cemar, do BEM e etc. Havia, como agora, um enorme rombo fiscal. Levamos dois anos para reverter a situação, equilibramos as finanças do estado, a arrecadação subiu de 63 milhões de reais por mês para 220 milhões, embora pagássemos mensalmente 50 milhões de dívidas deixadas por ela. Daí em diante, só melhoramos, chegando a receber, inclusive, elogios da Secretaria do Tesouro Nacional pelo cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Essa situação continuou com Jackson Lago à frente do Maranhão e só se deteriorou depois que Roseana voltou ao governo. Portanto, infelizmente continuaremos a ver esse tipo de postura enquanto ela aí estiver.

E pior, como disse antes, nenhum projeto importante foi realizado ou está em andamento. Pelo contrário, nada funciona bem no Maranhão e, por falta de políticas corretas, os indicadores sociais do estado afundam cada vez mais e são os piores do país. Um governo no mínimo calamitoso e que deixará consequências ruins no futuro próximo.

Mudando de assunto, denunciei aqui o verdadeiro crime que está para ser cometido contra o Maranhão. Não mereci resposta, como se o assunto fosse desimportante. Infelizmente não é, pelo contrário, é fundamental para que possamos ter aqui um porto capaz de atrair indústrias, aproveitando, finalmente, sua excelente condição natural, sua grande profundidade e a proximidade com os grandes mercados consumidores mundiais.

Trata-se da questão do gás, importante para o crescimento industrial, porque é um combustível muito mais barato e, por isso, superatrativo para o estabelecimento de grandes conglomerados industriais geradores de emprego e renda.

Chamei atenção para o anúncio feito por parte do Ministério de Minas e Energia de audiência pública para a construção de um gasoduto de mais de 700 quilômetros de extensão para levar o gás da bacia do Parnaíba a Barcarena no Pará, exatamente para atender indústrias que hoje consomem óleo a preços mais elevados. Tudo em detrimento do Porto do Itaqui, muito mais importante e maior que Barcarena, uma decisão incompreensível economicamente em relação aos interesses do Maranhão. Nosso gás, nesse caso, não vai atender aos maranhenses, mas na visão do Ministério – que tem como ministro um maranhense, diga-se de agem – nosso precioso gás natural deve atender aos paraenses, sabe-se lá por quê. E prejudicados ficamos o porto e o estado, por nos tirarem condições fundamentais para o desenvolvimento de que tanto precisamos.

Vejamos o quanto é importante o gás para o desenvolvimento e as atuais dificuldades e brigas pelo seu uso, principalmente agora com a escassez de chuvas. Ou seja, o gás agora está sendo ultra disputado pelas geradoras de energia elétrica. E o que temos não é para nós… Vejamos o que nos diz uma das especialistas do setor:

“A diretora do Departamento de Gás Natural do Ministério de Minas e Energia, Symone Christine Araújo, […] explicou […] que falta oferta de gás para sustentar a expansão da malha. A diretora garantiu ainda que não há risco de falta de gás na indústria. “Somos responsáveis pela regulamentação do capítulo da Lei do Gás que trata do plano de contingência. E estamos à vontade, porque não vislumbramos a curto, médio ou longo prazo nenhum risco ao abastecimento”, afirmou.

No entanto, o presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa, disse que o governo precisa ser mais ágil. “Estamos perdendo indústria, os nossos concorrentes no exterior estão tendo o a um gás mais competitivo. Esperamos mais protagonismo”, reforçou.

Para aumentar a oferta de gás, Symone Araújo lembrou que o País fez várias licitações de blocos de exploração de petróleo e gás em 2013. Segundo ela, nos próximos cinco anos, o cenário deve mudar.

A maior parte do gás natural comercializado no país é importada. A rede de gasodutos de 9.500 quilômetros vem sendo formada há apenas 15 anos, com a entrada do produto boliviano. “O plano de expansão da malha de transporte de gás ficará em consulta pública até o dia 26 de fevereiro”.

Guardem então, leitores e amigos, que dia 26 de fevereiro é a data que poderá selar o destino do nosso gás. A governadora do estado está se lixando para o assunto, não tem o mínimo interesse. E vejam que quem está patrocinando a consulta de 26 de fevereiro é o Ministro Lobão. Pois bem, o gás do Maranhão corre o risco de ser entregue para o Pará.

Chega de tanta irresponsabilidade. O medo e a submissão calam a todos!

Roseana Sarney e a ponte fantasma do Balandro

O governo do Estado anuncia pela terceira vez a construção da ponte do Balandro. Concidentemente, a nova promessa da governadora Roseana Sarney e seus aliados em Bequimão acontece em ano eleitoral.

Tem sido sempre assim desde 2010, quando o governo Roseana Sarney às vésperas da eleição em plena campanha prometeu recuperar a ponte. Foi contratada empresa que faturou cerca de R$ 250 mil para fincar algumas estacas de concreto e depois desaparecer do município.

Não se tem notícia de que o governo Roseana ou seus representantes políticos em Bequimão tenham acionado a Justiça para que o dinheiro do contribuinte fosse devolvido. Ficou o dito pelo não dito.

Vieram as eleições de 2012 e lá estavam eles com mais um engodo de que a ponte seria recuperada. Antes, porém, houve um dos maiores protestos já vistos no município, que interditou a MA-106. A resposta de Roseana Sarney e seus apaninguados foi a ação truculenta da polícia com bombas de efeito moral e vôos rasantes do helicóptero do GTA.

A competente governadora e seu secretário na época Pedro Fernandes trataram de arrumar uma nova construção da ponte. Como se pode ver no link ao lado, curiosamente, o governo retirou do site da Secid até a informação oficial sobre a contratação da empresa. ada a eleição, outra vez a obra foi abandonada. Sabe-se lá porque e quanto mais do dinheiro público não foi pelo ralo.

Quatro anos depois da primeira promessa e novamente às vésperas de uma eleição, a novela continua e eis que surgem novamente os ‘mocinhos’ prometendo uma nova ponte do Balandro. Agora, já será outro projeto ampliado.

Sabe como é vem campanha por aí. O edital lançado prevê valor máximo das propostas é R$ 2.787.781,00. Vejam bem: a ponte que seria construída por menos de R$ 600 mil agora pode chegar a mais que o triplo do valor. Um escárnio!

O prazo para execução é de 270 dias. Bom, serão nove meses que por mera coincidência devem terminar no período da eleição. O discurso e os recursos estão garantidos.

Bom, mas e a obra? Ah, a conclusão da ponte essa é apenas um pequeno detalhe que pouco importa. Importante mesmo é ter argumento para tentar enganar o povo outra vez.

DANOS MORAIS

Por José Reinaldo Tavares

O prejuízo é imenso para todos os maranhenses. Hoje a palavra ‘Maranhão’, em qualquer parte do mundo está associada à barbárie, ao primitivismo, à pobreza, ao atraso, à incompetência, às oligarquias e à corrupção.

A situação que vivemos aqui, antes de conhecimento apenas local, hoje é de conhecimento mundial. De modos que o que acontece aqui nas cadeias e fora delas sem nenhum controle espantou e revoltou a ONU, a OEA, a Organização dos Direitos Humanos e (por que não dizer?) a população mundial.

É óbvio que isto mancha e turva a própria imagem do Brasil, que tanto se esforça para ser reconhecido como um dos mais importantes do mundo e que persegue o reconhecimento de ser nomeado Membro Permanente do Conselho de Segurança da ONU. Temo que agora isso se transforme em apenas mais um sonho, afastado pela realidade do que se a no Maranhão e pela crueza de imagens terríveis que descrevem o que acontece há mais de dois anos nas cadeias maranhenses, sob a vista grossa dos oligarcas que dominam o estado há tanto tempo.

A presidente Dilma sabe e sofre com isso, algo que sem dúvidas deve deixá-la revoltada com tanta incúria e incompetência, mas que absurdas conveniências políticas a manietam e a impedem de explodir em cólera contra os atuais mandatários do Maranhão. E o pior é que ela sabe o quanto ganharia no eleitorado brasileiro, se jogasse fora as conveniências políticas e eleitorais e se declarasse enojada com o que acontece aqui. Se assim agisse, cresceria muito mais no conceito dos brasileiros. Mas a amizade do ex-presidente Lula com o senador José Sarney a segura.

Contudo, a revolta é tão grande que a Ministra dos Direitos Humanos, não se conteve e condenou severamente o governo estadual, recomendando que Roseana Sarney agisse como governadora e não ficasse tentando se esquivar de sua responsabilidade, jogando a culpa no governo federal, na justiça, nos bandidos, no ex-secretário de Justiça. Aqui para nós, só faltaram figurar na lista o Sampaio Correia e o Papa. Todos culpados, menos ela.

E a nossa imagem perante o mundo? Imaginem um jovem querendo fazer intercâmbio ou tentar uma vaga em universidade estrangeira ou um emprego e sendo olhado de esguelha ao dizer que é do Maranhão. Não sou advogado, sou engenheiro, mas esse prejuízo à imagem dos maranhenses, mesmo dentro do país, me pergunto, não configuraria o que é tipificado como ível de gerar danos morais? Já pensaram se pudéssemos fazer essa extrapolação? Seriam milhares de ações cobrando indenização pelos prejuízos causados a imagem da população do Maranhão… Não seria justo?

Digam-me qual o maranhense que não está muito prejudicado em sua imagem pela irresponsabilidade de Roseana Sarney?

Não bastasse isso, é de dar pena a insólita argumentação da governadora, ao querer explicar à sua maneira o descalabro que é o seu governo. Até o ministro da Justiça, Luiz Eduardo Cardoso, demonstra isso ao escutar uma intervenção dela em uma pergunta dirigida por uma repórter a ele.

E o pior é que, tentando justificar as mortes e a violência reinante no estado, Roseana tenta convencer a todos de que nunca tem responsabilidade sobre nada. Sem preparo ou competência, ela acaba por dizer sandices, mas desta vez foi demais. A governadora ofereceu uma resposta tão inverossímil que serviu apenas de galhofa em todo o país. E, claro, de mais desmoralização. Ela atribuiu a onda de violência e a barbárie dentro e fora dos presídios do estado à grande riqueza que o estado agora experimentava no seu governo e ao consequente aumento populacional por esse fato motivado.

Será que surtou com o estresse? Que resposta mais maluca foi essa! Na realidade que ela parece não viver mais o estado está cada vez mais pobre e com indicadores sociais (todos eles!) ficando piores a cada ano. Nenhum melhorou. Esse tipo de conversa só serve de atestado de indigência mental para todos os maranhenses que a têm como governadora. Hoje nem vou repetir esses indicadores aqui…

E aquela ridícula entrevista em sua TV, dizendo que está indignada, quando o seu semblante mostrava tudo menos indignação? Indignada mesmo Roseana? Ficou chocada com o quê? Como é que pode ter sido surpreendida, se o fato vem se repetindo ha anos, desde 2011, sem a menor reação, sem providência nenhuma para evitar a repetição?
Isso é mais do que uma evidência da alienação da governadora e sua equipe próxima, que pouco se importam com nada e creem que a atuação do sistema de comunicação próprio seria suficiente para abafar o problema e evitar a responsabilização da ilustre governadora.

O processo de deterioração da autoridade governamental é tão sério que Roseana está sendo comparada a Maria Antonieta, rainha sa que morreu decapitada e que ficou famosa por uma frase (que hoje se sabe que não a proferiu) em que dizia à população que se não tivesse pão, que comessem brioches.

Não poderia ser diferente, já que, diante do caos em que o estado encontra-se envolvido, vem à tona uma inoportuna licitação com o objetivo de adquirir lagostas, caviar e champanhe, entre outros itens para a mesa do palácio. A pilhéria então é tão grande que se comenta até mesmo sobre a frase real a ser modificada pela governadora. Seria assim: “se não têm água, que bebam champanhe!

Perdeu a noção!

Continuando os bordões, poderíamos citar o famoso e bem sucedido filme brasileiro Tropa de Elite, estrelado por Wagner Moura no papel do Capitão Nascimento, um oficial duro e honesto que, quando testava novos soldados para integrar o BOPE e os considerava inadequados para essa difícil função, interpelava o pretendente e dizia : “pede para sair, pede para sair!”

Pede para sair, Roseana!

E para terminar: Só temos aqui 4.663 presos. Uma das menores populações carcerárias do país. Mas tivemos 60 mortes em presídios estaduais em 2013. Isto compreende quase um terço de todas as mortes ocorridas no país em 2013 nos presídios. O segundo estado em mortes é o Ceará, com 32, contudo o estado possui 19.392 presos. São Paulo vem em terceiro com 22 mortes, mas com uma população carcerária de 210.677 presos. Pernambuco, por fim, tem 10 mortes para 29.704 presos. Eis alguns dados estatísticos que nos ajudam a formular uma ideia mais concreta sobre o completo descontrole do Maranhão neste e em muitos outros setores…

Não há explicação, Roseana. Aliás, há.

Trata-se de incompetência e falta de trabalho.